SóProvas


ID
2766529
Banca
COPESE - UFT
Órgão
UFT
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leio o excerto da entrevista com o sociólogo Zygmunt Bauman, concedida à revista ISTOÉ, e responda a questão.

ISTOÉ – O que caracteriza a “modernidade líquida”?
Zygmunt Bauman – Líquidos mudam de forma muito rapidamente, sob a menor pressão. Na verdade, são incapazes de manter a mesma forma por muito tempo. No atual estágio “líquido” da modernidade, os líquidos são deliberadamente impedidos de se solidificarem. A temperatura elevada — ou seja, o impulso de transgredir, de substituir, de acelerar a circulação de mercadorias rentáveis — não dá ao fluxo uma oportunidade de abrandar, nem o tempo necessário para condensar e solidificar-se em formas estáveis, com uma maior expectativa de vida.

ISTOÉ – As pessoas estão conscientes dessa situação?
Zygmunt Bauman – Acredito que todos estamos cientes disso, num grau ou outro. Pelo menos, às vezes, quando uma catástrofe, natural ou provocada pelo homem, torna impossível ignorar as falhas. Portanto, não é uma questão de “abrir os olhos”. O verdadeiro problema é: quem é capaz de fazer o que deve ser feito para evitar o desastre que já podemos prever? O problema não é a nossa falta de conhecimento, mas a falta de um agente capaz de fazer o que o conhecimento nos diz ser necessário fazer, e urgentemente. Por exemplo: estamos todos conscientes das consequências apocalípticas do aquecimento do planeta. E todos estamos conscientes de que os recursos planetários serão incapazes de sustentar a nossa filosofia e prática de “crescimento econômico infinito” e de crescimento infinito do consumo. Sabemos que esses recursos estão rapidamente se aproximando de seu esgotamento. Estamos conscientes — mas e daí? Há poucos (ou nenhum) sinais de que, de própria vontade, estamos caminhando para mudar as formas de vida que estão na origem de todos esses problemas.

ISTOÉ – E o que o senhor chama de “amor líquido”?
Zygmunt Bauman – Amor líquido é um amor “até segundo aviso”, o amor a partir do padrão dos bens de consumo: mantenha-os enquanto eles te trouxerem satisfação e os substitua por outros que prometem ainda mais satisfação. O amor com um espectro de eliminação imediata e, assim, também de ansiedade permanente, pairando acima dele. Na sua forma “líquida”, o amor tenta substituir a qualidade por quantidade — mas isso nunca pode ser feito, como seus praticantes mais cedo ou mais tarde acabam percebendo. É bom lembrar que o amor não é um “objeto encontrado”, mas um produto de um longo e muitas vezes difícil esforço e de boa vontade.

Fonte: BAUMAN, Zygmunt. In: Revista ISTOÉ. Disponível em: <https://istoe.com.br/102755_VIVEMOS+TEMPOS+LIQUIDOS+NADA+E+PARA+DURAR+/>. Acesso em: 12 fev. 2018 (fragmento adaptado).

Leia as orações e assinale a alternativa CORRETA que identifique o tipo de sujeito presente nelas.

Alternativas
Comentários
  • As orações sem sujeito são construídas com os verbos impessoais, os quais não apresentam um sujeito promovendo a ação verbal. Tais verbos são usados na 3ª pessoa do singular e os verbos impessoais, logo podíamos eliminar a letra A.


    Ficando com a B, pois fiquei na dúvida entre A e B srsrsr

  • " Líquidos mudam de forma muito rapidamente, sob a menor pressão. Na verdade, são incapazes de manter ..."

    Apesar de o verbo estar na 3ª Pessoa do Plural, o sujeito do verbo "são" foi expresso na 1ª oração "Liquidos...", fazendo com que o Sujeito deixe de ser Indeterminado e passa ser Oculto/Desinencial.

    Um dos casos de Suj. Indeterminado: Verbo na 3ª pessoa do plural SEM referência expressa na oração anterior.

  • Sujeito oculto, mas prefiram usar o termo sujeito:  elíptico ou desinencial...

  • sujeito composto pressupõe a existência de mais de um núcleo

  • Em relação à primeira oração, algumas pessoas confudem o entendimento do sujeito composto, pois remetem à ideia de plural. Sujeito composto é aquele que possui mais de um núcleo e não aquele em que o sujeito está no plural, trazendo, semanticamente, a ideia de mais de um elemento. A análise feita aqui deve ser sintática, não semântica. Logo, o sujeito em questão é simples;

     

    Em relação à segunda oração, a dúvida poderia ficar entre sujeito oculto (ou desinencial/elíptico) e sujeito indeterminado devido à conjugação verbal na 3ª pessoa do plural. Contudo, como bem pontuou a colega Mayara, um dos casos de sujeito indeterminado acontece quando o verbo está na 3ª pessoa do plural, mas sem a referência expressa anteriormente que faça com que possamos determiná-lo. No caso em questão, é possível determinar, pois está expresso na oração anterior. Logo, o sujeito em qquestão é oculto;

     

    Quem escolheu a busca não pode recusar a travessia - Guimarães Rosa

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    Gabarito: B

  • Observação: não se deve confundir sujeito simples com a noção de singular. Diz-se que o sujeito é simples quando o verbo da oração se refere a apenas um elemento, seja ele um substantivo (singular ou plural), um pronome, um numeral ou uma oração subjetiva.

    Fonte:

    /www.soportugues.com.br

  • GABARITO: LETRA B

    COMPLEMENTANDO:

    O sujeito oculto ou elíptico ocorre quando não está presente na oração, mas pode ser identificado pelo contexto. Também pode ser chamado de sujeito subentendido, desinencial ou implícito.

    O sujeito oculto pode ser identificado das seguintes maneiras:

    a) através desinência verbal – Como sabemos, o sujeito concorda com o verbo em número e pessoal. Desta forma, podemos deduzir o sujeito não expresso de uma oração pela desinência do verbo, como nos mostram os exemplos abaixo:

    Exs.:

    Dormiu até tarde. (ele)

    Caímos de bicicleta. (nós)

    Fui na festa ontem à noite. (eu)

    Nos exemplos acima, as orações possuem sujeito, porém, eles não são expressos. No entanto, podemos deduzi-los, já que os verbos nos dão “pistas” do sujeito. Na primeira oração, o verbo dormir está conjugado na 3ª pessoa do singular. Assim, o sujeito, que não está expresso é “ele”, ou seja, a 3ª pessoa do singular. O mesmo acontece com a segunda oração. Como podemos perceber, o verbo está conjugado na 1ª pessoa do plural. Deste modo, podemos concluir que o sujeito oculto é o “nós”. Por fim, na terceira oração ocorre a mesma situação, já que o verbo está conjugado na 1ª pessoa do singular e, com isso, podemos deduzir que o sujeito é a 1ª pessoa do singular, ou seja, “eu”.

    b) Através da identificação do sujeito em outra oração no mesmo período ou em um período próximo – Muitas vezes o sujeito não é expresso em uma ou mais orações para o texto não ficar repetitivo. Porém, o sujeito provavelmente é expresso em outras orações do mesmo período ou em períodos próximos àqueles sem sujeito expresso.

    Exs.:

    Neste fim de semana, Carla dançou, foi à praia, cantou, passeou com as amigas e foi ao cinema.

    No exemplo acima, o sujeito está expresso apenas na primeira oração. Nas orações seguintes o sujeito (Carla) está oculto, mas podemos deduzi-lo a partir das orações precedentes.

    FONTE: https://www.infoescola.com/portugues/sujeito-eliptico/

  • suj indeterminado é aquele q não se pode identificar no texto, logo a letra A estaria errada.