- ID
- 2774047
- Banca
- CS-UFG
- Órgão
- AparecidaPrev
- Ano
- 2018
- Provas
- Disciplina
- Português
- Assuntos
Leia o texto a seguir para responder à questão.
O triste aumento do trabalho infantil no Brasil
Em todo o Brasil, a mão de obra de crianças e adolescentes
ainda é explorada de forma indiscriminada. Seja nos
semáforos, nos lixões, em feiras, restaurantes, no campo, em
indústrias ou dentro de casa, os direitos à infância e à
educação são negados para quase três milhões de crianças e
adolescentes no país, de acordo com pesquisa do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O mapeamento da situação do trabalho infantil mostra que o
número de trabalhadores precoces corresponde a 5% da
população que tem entre 5 e 17 anos no Brasil. A taxa de
crianças economicamente ativas é 20% menor do que o
registrado em anos anteriores, mas especialistas alertam que é
possível que haja uma interrupção na tendência de queda.
Desde 2013, o país vem registrando aumento dos casos de
trabalho infantil entre crianças de 5 a 9 anos. Em 2015, ano
da última pesquisa do IBGE, quase 80 mil crianças nessa
faixa etária estavam trabalhando e, nas próximas pesquisas,
quando elas estiverem mais velhas, também podem promover
o aumento do número de adolescentes que trabalham. Cerca
de 60% delas vivem na área rural das regiões Norte e
Nordeste.
Representantes da rede de proteção à infância afirmam que
o dado é preocupante e deve ser destacado nas campanhas
realizadas para marcar o Dia Internacional contra o Trabalho
Infantil, celebrado na segunda-feira, 12, em todo o mundo. A
data foi instituída há 15 anos pela Organização Internacional
do Trabalho (OIT) para promover ações em todo o mundo e
mobilizar diferentes atores no combate ao trabalho infantil.
“É inaceitável que crianças de 5 a 9 anos estejam
trabalhando. A expressiva maioria delas trabalha com as
próprias famílias no cultivo de hortaliças, cultivo de milho,
criação de aves e pecuária. São recortes que conhecidos e
analisados obrigatoriamente devem subsidiar decisões
políticas ou implementação de ações e programas que deem
uma resposta a essa grave situação”, disse Isa Oliveira,
socióloga e secretária-executiva do Fórum Nacional de
Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (Fnpeti), um
dos organizadores da campanha no Brasil.
Para o Fórum Nacional, outro ponto que deve ser lembrado
durante a campanha é o não cumprimento pelo Brasil da meta
firmada junto à Organização Internacional do Trabalho de
eliminar todas as piores formas de trabalho infantil até 2016.
Entre as formas mais graves descritas na Convenção
Internacional 182, da qual o Brasil é signatário, estão a
escravidão, o tráfico de entorpecentes, o trabalho doméstico e
o crime de exploração sexual, que, no caso dos dois últimos,
vitimam principalmente meninas negras.
“A nossa proposta nesse 12 de junho é questionar o governo
sobre o não cumprimento da meta e que essa avaliação do não
cumprimento nos dê subsídios para uma tomada de decisão
no sentido de reafirmar a prevenção e eliminação do trabalho
infantil. O Brasil tem esse compromisso. A proibição do
trabalho infantil está na legislação brasileira, em particular na Constituição Federal", declarou Isa Oliveira.
Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), a
meta de erradicação das piores formas foi reagendada para
2020 e a de todas as formas de trabalho infantil para 2025, em
acordo firmado com a comunidade internacional na OIT, no
âmbito dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável.
O ministério ressalta ainda que realizou, de 2006 a 2015,
quase 47 mil ações de fiscalização que resultaram na retirada
de 63.846 crianças e adolescentes do trabalho e na redução
apontada pelo IBGE em 2015.
Disponível em: <https://www.cartacapital.com.br/sociedade/o-triste-aumento-do-trabalho-infantilno-brasil>. Acesso em: 20 jan. 2018. (Adaptado).
No terceiro parágrafo, no trecho “Em 2015, ano da última
pesquisa do IBGE, quase 80 mil crianças nessa faixa etária
estavam trabalhando e, nas próximas pesquisas, quando
elas estiverem mais velhas, também podem promover o
aumento do número de adolescentes que trabalham.”, as
flexões verbais indicam em relação aos eventos descritos,
respectivamente,