SóProvas


ID
2776846
Banca
FCC
Órgão
TRT - 14ª Região (RO e AC)
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Atenção: Leia o texto abaixo para responder à questão.

    Permita-me uma pergunta um tanto primária para começar: você defende o silêncio como forma de resistência, mas de onde nasce o ruído? − Boa parte da nossa relação com o ruído procede do desenvolvimento tecnológico, especialmente em seu caráter mais portátil: sempre carregamos sobre nós dispositivos que nos recordam que estamos conectados, que nos avisam quando recebemos uma mensagem, que organizam os nossos horários com base no ruído. Esta circunstância veio incorporar-se às que já haviam tomado forma no século XX como hábitos contrários ao silêncio, especialmente nas grandes cidades, governadas pelo tráfego de veículos e por numerosas variedades de contaminação acústica. Neste contexto, o silêncio implica uma forma de resistência, uma maneira para manter a salvo uma dimensão interior frente às agressões externas. O silêncio permite-nos ser conscientes da conexão que mantemos com esse espaço interior, o silêncio a visibiliza, enquanto o ruído a esconde. Outra maneira de nos conectarmos com o nosso interior é o caminhar, que transcorre no mesmo silêncio. O maior problema, provavelmente, é que a comunicação eliminou os mecanismos próprios da conversação e se tornou altamente utilitarista com base nos dispositivos portáteis.
    O que você responderia a quem sustentasse que o silêncio é uma confissão de ignorância? − O silêncio é a expressão mais verdadeira e efetiva das coisas inomináveis. E a tomada de consciência de que há determinadas experiências para as quais a linguagem não serve, ou que a linguagem não alcança, é um traço decisivo do conhecimento. Nesse sentido, tradições como a cristã, em que o silêncio é muito importante, tornam-se reveladoras: a sabedoria dirige-se a compreender o que não se pode dizer, o que transcende a linguagem. Nessa mesma tradição, o silêncio é uma via de aproximação de Deus, o que também se pode interpretar como um conhecimento. Podemos utilizar o silêncio para nos conhecermos melhor, para nos distanciarmos do ruído. E este é um valor a reivindicar no presente.
    É por essa qualidade de resistência que se tacha de louco quem caminha sem rumo? Sim, é o que acontece. E por isso o caminhar, como o silêncio, é uma forma de resistência política. No momento de sair de casa, de movimentar-se, você de imediato se vê diante da interferência de critérios utilitaristas que evidenciam perfeitamente para onde você deve ir, por qual caminho e por qual meio. Caminhar porque sim, eliminando da prática qualquer tipo de apreciação útil, com uma intenção decidida de contemplação, implica uma resistência contra esse utilitarismo e, ocasionalmente, também contra o racionalismo, que é o seu principal benfeitor. A marcha permite advertir como é bonita a Catedral, como é brincalhão o gato que se esconde por ali, as cores do pôr do sol, sem qualquer finalidade, porque toda sua finalidade é esta: a contemplação do mundo. Frente a um utilitarismo que concebe o mundo como um meio para a produção, o caminhante assimila o mundo que as cidades contêm como um fim em si mesmo. E isso, claro, é contrário à lógica imperante. Daí a vinculação com a loucura.

(Entrevista de Pablo B. Málaga com David le Breton. Trad. de Sílvio Diogo. Disponível em: https://www.pensarcontemporaneo.com

..de onde nasce o ruído? – Boa parte da nossa relação com o ruído procede do desenvolvimento tecnológico... (1o parágrafo)

A correta alteração do discurso direto para o indireto das frases acima, mantendo-se, em linhas gerais, o sentido, encontra-se em:

Alternativas
Comentários
  • Alguém pode ajudar, informando qual o erro da letra E?

  • Errei porque levei em consideração o erro da na palavra "propósito" na B).

  • Letra B , é so ter atenção sobre,  ele faz uma pergunta e o entrevistado responde .

    À pergunta a própósito  de onde nasceria o ruído (mas de onde nasce o ruído?), o entrevistado respondeu que boa parte de nossa relação com o ruído seria procedente do desenvolvimento tecnológico(Boa parte da nossa relação com o ruído procede do desenvolvimento tecnológico).

  • De onde nasceu esse "própósito"?

  • No mais, a Letra B vem acompanhada do verbo "respondeu" (elocução/ discendi). Faz miuita diferença saber disto na hora de responder. O O.I. vem acompanhado com verbos de elocução, Ex: respondeu, garantiu, contou, confirmou. 

  • Também errei porque a alternativa certa de fato traz um erro de grafia: é PROPÓSITO e não PRÓPÓSITO (com dois acentos agudos!).

     

    Acabei marcando a E por considerá-la "menos" errada. Respondendo ao colega CO Mascarenhas, acredito que o erro da E é a falta de coesão na parte final de seu texto. Talvez houvesse correção se escrito da seguinte forma:

     

     

    "Questionado, David le Breton responde sobre a origem do ruído, cuja boa parte de sua relação conosco procede do desenvolvimento tecnológico".

  • Alguém poderia me ajudar? Não compreendi o uso dessa crase "à pergunta a propósito"

  • a) Perguntado de onde nasce o ruído, David le Breton afirmaria (afirmou) que boa parte de nossa relação com o ruído tinha procedido (procede) do desenvolvimento tecnológico. O discurso indireto conta uma acao terminada no passado, portanto pretérito perfeito

     b) À pergunta a própósito de onde nasceria o ruído, o entrevistado respondeu que boa parte de nossa relação com o ruído seria procedente do desenvolvimento tecnológico. CERTO, mas há um erro de grafia em propósito, no qual eu ignorei por ser a única assertiva correta.

     c) David le Breton, tendo-se questionado de onde nasceria o ruído, (Ele náo se questionou, ele foi questionado pelo entrevistador.) responderia que boa parte de nossa relação consigo (se a relacao é nossa, seria certo usar conosco) procede do desenvolvimento tecnológico.

     d) Responde à pergunta sobre aonde (onde, em qual lugar) nasce o ruído, o entrevistado que (nao cabe o "que") afirma que (faltou o artigo a - afirma que a sua relacao) sua relação com o mesmo procede do desenvolvimento tecnológico.

     e) Questionado, David le Breton responde sobre a origem do ruído, (de) cuja boa parte de nossa relação procede do desenvolvimento tecnológico. Cujo é usado para posse, neste caso a origem do ruído procede da relacao com o desenvolvimento tecnologico. Logo o certo seria: a origem do ruído, de cuja (...) relacao procede... 

  • Larissa, a preposição que você sugere na alternativa E já está na frase "procede do desenvolvimento tecnólogico" se adicionar, terá mais preposições que o necessário.

  • Erra do Alternativa E: Emprego inadequado do pronome CUJA. Não há, na alternativa, ideia de posse.

  • Raquel Dias, o entrevistado respondeu à pergunta a propósito de onde nasceria o ruído. O verbo responder, neste caso, é transitivo indireto.

     

  • Nossa, é verdade, a vírgula me confundiu, os elementos estão apenas trocados, obrigada!

  • Só acho que, mesmo estando no discurso indireto, o tempo verbal deveria se manter no presente do indicativo ou, no máximo, pretérito perfeito.

    Não achei adequado usar o futuro do pretérito, porque dá ideia de possibilidade a algo que ocorreu de fato!

  • Gente, não consigo entender essa questão de jeito nenhum.

     

    A alteração do discurso direto para o indireto não é essa abaixo?

     

     

    DISCURSO DIRETO PARA O INDIRETO:

    PRESENTE DO INDICATIVO – PRETÉRITO IMPERFEITO

    PRETÉRITO PERFEITO – PRETÉRITO MAIS QUE PERFEITO

    FUTURO DO PRESENTE IND – FUTURO DO PRETÉRITO IND

    PRESENTE DO SUBJUNTIVO – IMPERFEITO DO SUBJUNTIVO

    IMPERATIVO – IMPEFEITO DO SUBJUNTIVO

     

    Se a frase é essa: ..de onde nasce o ruído? – Boa parte da nossa relação com o ruído procede do desenvolvimento tecnológico...

    Então, eu alterando, os verbos não ficariam no pretério imperfeito?

     

    PS: ALGUÉM ME RESPONDE, POR FAVOR. 

    Ou eu não entendi o enunciado, ou estou doida.

  • Gabarito - A  (Porém, não há resposta correta)

     

     

    "..de onde nasce o ruído? – Boa parte da nossa relação com o ruído procede do desenvolvimento tecnológico..."

     

     

     

    - Como já mencionado pela colega Patricia Costa a transição do discurso direto para o indireto transforma um verbo no presente do indicativo em pretérito imperfeito do indicativo.

     

     

     

    a) Perguntado de onde nasce o ruído, David le Breton afirmaria que boa parte de nossa relação com o ruído tinha procedido do desenvolvimento tecnológico.

     

     

    →  A alternativa estaria correta se houvesse a flexão do verbo no pretérito perfeito: "afirmou", pois há o verbo no pretérito imperfeito do indicativo "tinha".

     

     

    b) À pergunta a própósito de onde nasceria o ruído [ , ] o entrevistado respondeu que boa parte de nossa relação com o ruído seria procedente do desenvolvimento tecnológico.

     

     

    →  A grafia da palavra "propósito" está errada e, no mais, não cabe vírgula separando o objeto indireto "à pergunta" do seu verbo "respondeu".

     

     

    c) David le Breton, tendo-se questionado de onde nasceria o ruído, responderia que boa parte de nossa relação consigo procede do desenvolvimento tecnológico.

     

     

    →  A partícula "se" está dando um cunho reflexivo ao verbo, dando a entender que o David SE questionou, quando, na verdade, FOI questionado, no mais, não cabe o verbo "responderia".


     

     

    d) Responde à pergunta sobre aonde nasce o ruído, o entrevistado que afirma que sua relação com o mesmo procede do desenvolvimento tecnológico.

     

     

    →  Não cabe o termo "aonde", este dá a ideia de movimento, enquanto a oração original usa o termo "onde" que dá a ideia de lugar fixo.

     

     

    e) Questionado, David le Breton responde sobre a origem do ruído, DE cuja boa parte de nossa relação procede do desenvolvimento tecnológico.

     

     

     

    DISCURSO DIRETO  ------------------------------>  DISCURSO INDIRETO

     

     

    Ele disse: sou feliz.                                                    Ele disse que era feliz.

    Presente do Indicativo  ------------------------------>  Pretérito Imperfeito do Indicativo

     

    Ele disse: fui um jovem feliz.                                              Ele disse que fora um jovem feliz.

    Pretérito Perfeito do Indicativo  ------------------------------>  Pretérito Mais que Perfeito do Indicativo

     

    Ele disse: serei aprovado.                                                        Ele disse que seria aprovado.

    Futuro do Presente do Indicativo   ------------------------------>  Futuro do Pretérito do Indicativo 

     

    Ele disse: talvez haja aula.                                   Ele disse que talvez houvesse aula.

    Presente do Subjuntivo  ------------------------------>  Pretérito Imperfeito do Subjuntivo

     

    Ele disse: faça escolhas corretas.                               Ele disse para fazer escolhas corretas.

    Imperativo  ----------------------------------------------------------------->  Infinitivo

     

  • Outras questões de discurso indireto: Q919672, Q917569.

     

    Bons estudos.

     

  • Própósito "tá serto" FCC :D

  • Para quem questionou o fato de a alternativa correta ter o OI separado do sujeito por virgula, recomento assistir a este vídeo : https://www.youtube.com/watch?v=RvTl7fwFRuI

  • acertei, porém não entendi

  • Há semelhança no erro da alternativa A e da alternativa E quanto ao uso do particípio. Não obstante, a banca quis tornar a alternativa E ainda mais errada enfiando o relativo no meio.

    A - Perguntado de onde nasce o ruído, David le Breton afirmaria (afirmou) que boa parte de nossa relação com o ruído tinha procedido do desenvolvimento tecnológico.

    E - Questionado, David le Breton responde (respondeu) sobre a origem do ruído, cuja boa parte de nossa relação procede do desenvolvimento tecnológico.

  • Colegas, alguns comentaram do erro da vírgula da letra B, que separa o objeto indireto "à pergunta [...]" do VTI "respondeu"...

    Aprendi com o professor Felipe Luccas do Estratégia Concursos que quando o OD/OI vier deslocado no ínicio do período, a vírgula é facultativa. Segundo o professor, essa é a posição do CESPE, mas, pelo visto, a FCC adota o mesmo entendimento. Logo, a resposta é a B mesmo (apesar do erro de acentuação de "própósito").

  • Essa questão está meio bisonha. Não consigo ver nenhum gabarito para ela. Complicado ser concurseiro neste País.

  • Em 15/05/20 às 17:32, você respondeu a opção B.

    Você acertou!

    Em 28/03/20 às 13:12, você respondeu a opção B.

    Você acertou!

    Em 30/09/19 às 10:38, você respondeu a opção B.

    Você acertou!

    Em 01/08/19 às 09:40, você respondeu a opção A.

    !Você errou!

    Em 05/07/19 às 12:04, você respondeu a opção A.

    !Você errou!

    Em 26/02/19 às 18:49, você respondeu a opção D.

    !Você errou!

    Chupa matéria do satanásssssss

  • Tem um monte de gente indicando a B como Correta, mas não explicou o porque está correta.

    Não entendi a questão pois a frase dita com correta esta no "Futuro do Pretérito" ela não deveria estar no "Pretérito Imperfeito"..???

    Alguém que entendeu poderia ter a bondade de explicar?

  • Sérgio, tb marquei a A. Achei a menos errada. Mas o pessoal tá indicando a B. Essa questão tá certa?

  • Questão pesada! Parece irreal a forma como foi cobrado! Acertei! Mas sei que muitos vão errar!

  • Gabarito: B.

    Pessoal, acertei a questão levando em consideração o próprio comando dela que diz: "mantendo-se, em linhas gerais, o sentido, encontra-se em". De fato, se analisarmos cada uma das alternativas, observaremos que a única que mantém o sentido do discurso direto é a B, embora saibamos que na transposição do discurso direto com verbo no presente do indicativo para o indireto o verbo, neste discurso, deveria estar no pretérito imperfeito do indicativo. E, de fato, nenhuma das alternativas está correta nesse sentido. É muito importante, nesse tipo de questão, analisarmos cada uma das alternativas com cautela e considerando bem o comando da questão. Tb é sempre importante colocar a frase na ordem direta, pois facilita a compreensão e a resolução da questão.

    Ordem direta da letra B:

    "O entrevistado respondeu à pergunta a propósito de onde nasceria o ruído, que boa parte de nossa relação com o ruído seria procedente do desenvolvimento tecnológico."

    Bom, é isso. Espero ter ajudado de alguma forma. Caso haja algum equivoco da minha parte, podem, gentilmente, corrigir-me. ;)