SóProvas


ID
2779513
Banca
INAZ do Pará
Órgão
CORE-MS
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                  O fim do artigo científico


Um pilar da ciência transformou-se em zumbi à espera de um verdugo que abrevie sua agonia e da troca por algo melhor


      Um teste para o leitor: quais destes títulos correspondem a artigos verdadeiros? 1. Desenvolvendo redes ativas usando algoritmos randomizados; 2. Re-representação (sic) como projeto de trabalho em terceirização: uma visão semiótica; 3. As dinâmicas de intersubjetividade e os imperativos monológicos em Dick e Jane: um estudo sobre modos de gêneros transrelacionais; 4. Atalhos e jornadas interiores: construindo identidades portáteis para carreiras contemporâneas.

      Parabéns a quem respondeu 2 e 4. O artigo 2 foi publicado em MIS Quarterly, um dos principais periódicos da área de Gestão da Informação; e o 4 saiu na prestigiosa revista Administrative Science Quarterly. Os demais são falsos. O título 1 foi obra de um software criado por estudantes do MIT, que gera artigos completos, totalmente falsos e absurdos; e o 3 foi retirado de um cartoon de Calvin, no qual o personagem, depois de criá-lo, exclama: “Academia, aqui vou eu!”

      De fato, não falta ironia contra a linguagem adotada em textos científicos. Alguns parecem ter sido criados para inflar achados menores e intimidar leitores com uma linguagem empolada e turva.

      Ocorre que o artigo científico é um dos pilares de desenvolvimento da ciência. Antes de seu surgimento, os resultados de experimentos e novos conhecimentos eram informados em apresentações e por meio de cartas. O artigo científico facilitou a comunicação e acelerou a evolução do conhecimento.

      Hoje, o sistema de publicações científicas compreende milhares de revistas e está estruturado em castas. Grandes grupos editoriais estão por detrás do lucrativo negócio. No topo encontram-se os periódicos mais seletivos e reputados. Publicar nesses veículos requer passar pelo duro escrutínio de exigentes avaliadores. Provê status e reconhecimento dos pares. Facilita o acesso a financiamentos e pode acelerar a carreira acadêmica.

      Nos últimos anos, o sistema passou a ser criticado. As universidades, preocupadas com rankings e sob pressão para justificar gastos, passaram a pressionar pesquisadores a publicar mais. Muitos deles mudaram de rumo: em lugar de gerar novo conhecimento, passaram a orientar seus esforços para gerar mais publicações.

      Assim, o foco na ciência foi trocado pelo foco nos indicadores de desempenho e na própria carreira. Do outro lado do balcão, a própria comunidade científica multiplicou o número de periódicos, ampliando o espaço para textos de qualidade duvidosa.

      Mesmo no topo, a situação é preocupante. Textos científicos de eras anteriores eram menos especializados e formais. Eram também mais curtos e diretos. E não havia ainda o fetiche da estatística. A superespecialização da ciência tornou os artigos mais longos, herméticos e cheios de jargão.

      O modelo tornou-se anacrônico e precisa de reformas. Artigos científicos deveriam ser mais simples de escrever e mais rápidos de ler. A forma deveria ceder espaço ao conteúdo. Escapar da forma papel (ou pdf) é o primeiro passo. Em seu lugar, poderíamos ter módulos de conhecimento, curtos e objetivos, especializados e rigorosos, porém também atraentes e interessantes.

      Este sucedâneo deveria se distanciar do hermetismo estatístico tanto quanto das caudalosas digressões textuais. Hiperlinks e recursos interativos poderiam prover acesso direto a bases de dados, textos de apoio, imagens, simulações e outros recursos de interesse dos leitores. Entretanto, mudar somente a forma não é suficiente. Em muitos campos a superespecialização levou à fragmentação, com a multiplicação de pequenos grupos de pesquisa orientados por interesses próprios e pouco dispostos a esforços cooperativos. É preciso reverter essa tendência e fomentar pesquisa em torno de temas aglutinadores, convergentes com as necessidades e demandas da sociedade.

      Recentemente, o editor do periódico Academy of Management Journal, um dos principais do campo da Administração, exortou a comunidade científica a orientar esforços de pesquisa na busca de soluções para problemas críticos que afetam o planeta: pobreza, desigualdade, crise ambiental e muitos outros. Não há escassez de problemas e não temos um planeta de reserva. A ciência deveria fazer mais.

Disponível em: https://www.cartacapital.com.br/revista/1002/o-fim-do-artigo-cientifico. Acesso em: 21/05/18

Dentre os termos destacados abaixo, a alternativa que possui um objeto indireto é:

Alternativas
Comentários
  • Quem cede, cede algo a alguém. Portanto, é VTDI e ao conteúdo é OI.

  • Verbos transitivos indiretos são verbos que necessitam de um objeto indireto para completar o seu sentido, permanecendo com sentido incompleto sem esse complemento.

    Um verbo transitivo indireto necessita obrigatoriamente de uma preposição para estabelecer regência verbal com o objeto indireto.

    O objeto indireto responde, principalmente, às perguntas de quê? para quê? de quem? para quem? e em quem?, indicando assim o elemento ao qual se destina a ação verbal.

  •  a)Desenvolvendo redes ativas usando algoritmos randomizados.

    Objeto Direto

     

     

     b)No topo encontram-se os periódicos mais seletivos e reputados.

    Objeto Direto

     

     

     c)A forma deveria ceder espaço ao conteúdo

    Ceder a -> VTI.        Logo, possui um objeto indireto.

     

     

     d)Mudar somente a forma não é suficiente. 

    Objeto Direto.

     

     

     

    Calma, calma! Eu estou aqui!

  • b)  topo encontram-se os periódicos mais seletivos e reputados.

    O "SE" é particula apassivadora, os períodicos é o sujeito. Os periódicos são encontrados.

     

    c) ceder algo a algúem ou a alguma coisa, VTDI

  •  

    Na questão B, o trecho destacado não é OBJETO DIRETO  e sim SUJEITO DA ORAÇÃO:

    b)  No topo encontram-se os periódicos mais seletivos e reputados.

    O "SE" é particula apassivadora, logo o OBJETO DIRETO (os periódicos) é tranformado em sujeito. Na forma analítica e passiva : Os periódicos são encontrados.

  • c-

    quem cede, cede algo PARA ALGUEM. Preposição "para" configura objeto indireto

  • Comentário ...


    a) Desenvolvendo redes ativas usando algoritmos randomizados. (Objeto direto - completa o verbo USAR);


    b) No topo encontram-se os periódicos mais seletivos e reputados. (CUIDADO!! Não é objetivo direto, mas sim SUJEITO);


    c) A forma deveria ceder espaço ao conteúdo. ( espaço- objeto direto, ao conteúdo - objeto indireto. Completam o verbo bitransitivo CEDER). Gabarito


    e) Mudar somente a forma não é suficiente. (objeto direto - Completa o verbo MUDAR).







    At.te

    Foco na missão!

  • OBJETO INDIRETO - OI (Termo Integrante da Oração)

    É o termo que completa a significação de um VTI com o auxílio de uma preposição obrigatória.

    O OI representa o ser a quem (ou “para quem”) o OD se destina. Representa o “caso dativo” do latim.

    Observação

     O OI pode ser substituído pelos pronomes “lhe(s), a eles(s), a ela(s), dele(s), dela(s), nele(s), nela(s)”:

    ·Não acreditem nos falsos profetas. (→não acreditem neles)

  • Questão mal escrita. Enfim, segue a vida.

  • Quem cede, cede algo a... o conteúdo...

    O verbo ceder rege a preposição + artigo o de conteúdo.. a+o = ao

  • ceder algo a alguma coisa

  • ceder verbo transitivo direto e indireto - quem cede cede algo a alguem