-
"...Boito apresenta sua maior contribuição e complexidade, se colocando de maneira crítica entre Le-Duc e Ruskin. Para Boito, Le-Duc apresentava posturas potencialmente danosas na busca por uma unidade estilística, o que poderia alterar irremediavelmente as feições dos edifícios, por outro lado, Ruskin poderia deixar os edifícios deveras abandonados, podendo entrar em arruinamento".
Para o autor, a conservação é fundamental, devendo ser realizada de forma rotineira e periódica, pois assim seria possível evitar as restaurações, mais onerosas e invasivas. Porém, Boito ressalta que as intervenções de restauro são necessárias para se preservar a memória.
Fonte: http://revistacontemporartes.com.br/2018/08/31/entre-a-intervencao-e-a-conservacao-camillo-boito-e-os-aspectos-universais-da-restauracao/
-
restaurar um edifício não é mantê-lo, repará-lo ou refazê-lo, mas restabelecê-lo em um estado completo que pode nunca ter existido em dado momento. - Eugéne Emmanuel Viollet-le-Duc
-
Gab. Errado
Quem apresenta essa visão referenciada na questão é Viollet-le-Duc.
Complementando...
Viollet-le-Duc(1814- 1879):
“Restaurar um edifício não é mantê-lo, repará-lo ou refazê-lo, é restabelecê-lo em um estado completo que pode não ter existido nunca em um dado momento."
Busca a pureza do estilo (faz reconstituição daquilo que teria sido feito, uma reformulação ideal do projeto).
John Ruskin(1819-1900):
Contemporâneo a Viollet-le-Duc, mas com idéias totalmente antagônicas: defende a intocabilidade do monumento degradado.
Camillo Boito(1836-1914) :
Restauro “científico” ou “filológico”, que resultaram numa espécie de meio-termo entre as conflitantes mais discutidas na época sobre restauração: as do francês Viollet-le-Duc e as do inglês John Ruskin.
-
Camillo Boito arquiteto e restaurador
romano (1836-1914) concilia sua teoria sobre restauração a partir das ideias de
Viollet-le-Duc e John Ruskin, propondo o
restauro filológico, admitindo
que a tal processo deveria ser praticado em extrema necessidade, quando outros
meios de conservação, manutenção ou intervenção não tenham sido eficientes.
Boito defendia, então, que as
edificações sofressem conservações periódicas como estratégia para evitar a
necessidade do restauro, este, sendo admitido quando indispensável para a
preservação da memória. Desta maneira, acréscimos ou complementos à estrutura
devem se diferenciar do original, demarcando seu tempo.
1º É necessário fazer o impossível, é
necessário fazer milagres para conservar no monumento o seu velho aspecto
artístico e pitoresco.
2º É necessário que os completamentos,
se indispensáveis, e as adições, se não podem ser evitadas, demonstrem não ser
obras antigas, mas obras de hoje (BOITO, 2003, p. 60-61).
A afirmativa contida no enunciado da
questão é do arquiteto restaurador francês Viollet-le-Duc (1814-1879). Para o
arquiteto francês, e de acordo com Cunha (2010), "toda obra a ser restaurada
deveria ser analisada e estudada de modo pormenorizado antes de qualquer
intervenção. Esse conhecimento aprofundado sobre o monumento daria então ao
arquiteto -restaurador instrumentos para compreender a concepção original do projeto,
e daí, a autoridade para intervir [...] dessa maneira – acreditava ele – ao restaurador
caberia apenas revelar o “estado completo que pode não ter existido nunca em um
dado momento".
Gabarito do Professor: ERRADO.
FONTE:
BOITO, Camillo. Os restauradores; trad.
Beatriz Mugayar Kühl. São Paulo: Ateliê Editorial, 2003.
CUNHA, Claudia dos Reis e. Restauração:
diálogos entre teoria e prática no Brasil nas experiências do IPHAN. Tese
(Doutorado em Arquitetura e Urbanismo) – Universidade de São Paulo, São Paulo,
2010.