SóProvas


ID
2796475
Banca
FCC
Órgão
Câmara Legislativa do Distrito Federal
Ano
2018
Provas
Disciplina
Direito Processual Penal
Assuntos

No tocante à prova no processo penal, é correto afirmar que

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: Letra E

     

    Falso testemunho ou falsa perícia

            Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral: (Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001)

            Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.     (Redação dada pela Lei nº 12.850, de 2013)     (Vigência)

            § 1o As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é praticado mediante suborno ou se cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo penal, ou em processo civil em que for parte entidade da administração pública direta ou indireta.(Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001)

            § 2o O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade.(Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001)

            

  • Alternativa A- INCORRETA:

    Princípio do Livre convencimento motivado

    Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.          


    Alternativa B-INCORRETA:

    Apenas do Acusado, e não do acusado e da vítima como afirma a questão

    Art. 206.  A testemunha não poderá eximir-se da obrigação de depor. Poderão, entretanto, recusar-se a fazê-lo o ascendente ou descendente, o afim em linha reta, o cônjuge, ainda que desquitado, o irmão e o pai, a mãe, ou o filho adotivo do acusado, salvo quando não for possível, por outro modo, obter-se ou integrar-se a prova do fato e de suas circunstâncias.


    Alternativa C-INCORRETA:

    Art. 182.  O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou em parte.


    Alternativa D -INCORRETA:

     sistema do cross examination

     Art. 212. As perguntas serão formuladas pelas partes diretamente à testemunha, não admitindo o juiz aquelas que puderem induzir a resposta, não tiverem relação com a causa ou importarem na repetição de outra já respondida.               (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)


    Alternativa E - CORRETA:

    Ofendido – não tem o dever – não presta compromisso – não comete falso testemunhoNucci fala no direito que tem a vítima de dar sua “livre versão acerca dos fatos”. Apenas em caso em que “tenha, deliberadamente, dado causa à instauração de ação penal contra pessoa que sabia inocente”, responderá por denunciação caluniosa (art. 339, CP). Por isso, ela não é obrigada a dizer a verdade e pode se calar em seu depoimento, devendo ser respeitada sua vontade (Nucci, Provas no Processo Penal, pp. 95) - Trecho retirado desse site: http://josenabucofilho.com.br/home/pratica-penal/fase-processual/declaracoes-do-ofendido/

  • Poderá, no entanto, responder por denunciação caluniosa.

  • NÃO CONFUNDIR!


    Interrogatório do acusado: SISTEMA PRESIDENCIALISTA (perguntas feitas através do Juiz). Exceção: JÚRI -> feitas diretamente ao réu.


    Oitiva de testemunha: SISTEMA DE CROSS EXAMINATION (perguntas feitas diretamente às testemunhas).
  • COMPLEMENTANDO O COMENTÁRIO DA MAFALDA

     

    A) A regra é o Princípio do (Livre) Convencimento Motivado do Juiz. Entretanto, excepcionalmente adota-se os outros 02 sistemas:

     

    Convicção Intima do juiz -> Vigora pros jurados no Tribunal do Juri. Não vigora, todavia, para o juiz presidente.

     

    Sistema da Prova Legal ou Tarifada ou Certeza Moral do Legislador ->  adotado excepcionalmente no art. 155, parágrafo único, pois o CPP afirma que quanto ao Estado das Pessoas vão ser observadas as restrições da lei civil.

     

  • OBS: Art. 212, CPP. As perguntas serão formuladas pelas partes diretamente à testemunha, não admitindo o juiz aquelas que puderem induzir a resposta, não tiverem relação com a causa ou importarem na repetição de outra já respondida. Parágrafo único. Sobre os pontos não esclarecidos, o juiz poderá complementar a inquirição. 
    A violação do art. 212 do CPP gera nulidade RELATIVA, necessitando, portanto, da comprovação dos prejuízos para que seja reconhecida a invalidade do ato judicial. STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 1712039/RO, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 03/05/2018.
    Outro julgado sobre o assunto: Segundo a redação atual do art. 212 do CPP, quem primeiro começa fazendo perguntas à testemunha é a parte que teve a iniciativa de arrolá-la. Em seguida, a outra parte terá direito de perguntar e, por fim, o magistrado. Assim, a inquirição de testemunhas pelas partes deve preceder à realizada pelo juízo. Em um caso concreto, durante a audiência de instrução, a magistrada primeiro inquiriu as testemunhas e, somente então, permitiu que as partes formulassem perguntas. O STF entendeu que houve violação ao art. 212 do CPP e, em razão disso, determinou que fosse realizada uma nova inquirição das testemunhas, observada a ordem prevista no CPP. STF. 1ª Turma.HC 111815/SP, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Luiz Fux, julgado em 14/11/2017 (Info 885).

     

  • Letra E !

    O ofendido não é testemunha. 

  • o ofendido, por não prestar compromisso de dizer a verdade, caso minta em seu depoimento judicial, responde pelo crime de FALSA COMUNICAÇÃO DE CRIME


  • A o Código de Processo Penal adotou como regra o sistema de valoração das provas denominado “prova legal ou tarifada”. 

    ão três os principais sistemas probatórios catalogados até então, quais sejam, sistema legal de provas (prova tarifada), sistema da intima convicção e sistema do livre convencimento motivado (persuasão racional).

    B o ascendente e o descendente do acusado e da vítima podem recusar-se a depor como testemunhas judiciais. 

    Art. 206.  A testemunha não poderá eximir-se da obrigação de depor. Poderão, entretanto, recusar-se a fazê-lo o ascendente ou descendente, o afim em linha reta, o cônjuge, ainda que desquitado, o irmão e o pai, a mãe, ou o filho adotivo do acusado, salvo quando não for possível, por outro modo, obter-se ou integrar-se a prova do fato e de suas circunstâncias. ( Não faz menção as testemunhas da vitima )

    C a prova pericial, quando realizada por dois peritos oficiais, vincula a decisão judicial, ainda que em confronto com os elementos probatórios produzidos em contraditório


    D no procedimento comum ordinário vige, desde a Reforma operada pela Lei no 11.690/2008, o sistema presidencialista para inquirição judicial de testemunhas

    a respeito da inquirição das testemunhas, o CPP, abandonando o sistema presidencialista, passou a adotar o sistema inglês (direct/cross-examination)

    E CORRETA o ofendido, por não prestar compromisso de dizer a verdade, caso minta em seu depoimento judicial, não responde pelo crime de falso testemunho. 


  • Letra E: o ofendido responde por denunciação caluniosa e não por falso testemunho.
  • Complementando, com créditos ao Tiago de Oliveira

    A o Código de Processo Penal adotou como regra o sistema de valoração das provas denominado “prova legal ou tarifada”. 

    São três os principais sistemas probatórios catalogados até então, quais sejam, sistema legal de provas (prova tarifada), sistema da intima convicção e sistema do livre convencimento motivado (persuasão racional). Porém, no brasileiro, a prova tem o mesmo valor.


    B o ascendente e o descendente do acusado e da vítima podem recusar-se a depor como testemunhas judiciais. 

    Art. 206. A testemunha não poderá eximir-se da obrigação de depor. Poderão, entretanto, recusar-se a fazê-lo o ascendente ou descendente, o afim em linha reta, o cônjuge, ainda que desquitado, o irmão e o pai, a mãe, ou o filho adotivo do acusado, salvo quando não for possível, por outro modo, obter-se ou integrar-se a prova do fato e de suas circunstâncias. ( Não faz menção as testemunhas da vitima )


    C a prova pericial, quando realizada por dois peritos oficiais, vincula a decisão judicial, ainda que em confronto com os elementos probatórios produzidos em contraditório

    art. 182 - o juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou em parte.



    D no procedimento comum ordinário vige, desde a Reforma operada pela Lei no 11.690/2008, o sistema presidencialista para inquirição judicial de testemunhas

    a respeito da inquirição das testemunhas, o CPP, abandonando o sistema presidencialista, passou a adotar o sistema inglês (direct/cross-examination) que adota a inquirição direta da testemunha: art. 212 as perguntas serão formuladas diretamente à testemunha, não admitindo o juiz aquelas que puderem induzir resposta, não tiverem relação com a causa ou importarem na repetição de outra já respondida.


    E CORRETA o ofendido, por não prestar compromisso de dizer a verdade, caso minta em seu depoimento judicial, não responde pelo crime de falso testemunho. e sim o de denunciação caluniosa.

  • NAO ESQUECER


    Interrogatório do acusado: Sistema Presidencialista (só o juiz pergunta para o réu - JUIZ X RÉU)


    Inquirição de testemunhas: Exame Direto e Cruzado - Cross-examination (as partes perguntam diretamente a testemunha e o juiz apenas complementa ao final, caso seja necessario) art 212


    lembrar que não existe no ordenamento brasileiro o crime de perjúrio

  • Discordo do gabarito... letra E.

    O ofendido não responde por falso testemunho por não ser testemunha, e não por não ser compromissado.

  • Gabarito letra E para os não assinantes.

    Nucci fala no direito que tem a vítima de dar sua “livre versão acerca dos fatos”. Apenas em caso em que “tenha, deliberadamente, dado causa à instauração de ação penal contra pessoa que sabia inocente”, responderá por denunciação caluniosa (art. 339, CP). Por isso, ela não é obrigada a dizer a verdade e pode se calar em seu depoimento, devendo ser respeitada sua vontade (Nucci, Provas no Processo Penal, pp. 95)

  • GB\E

    PMGO

    PCGO

  • GB\E

    PMGO

    PCGO

  • Detalhe importante:

    o STJ tem decidido que os "Informantes" (testemunhas descompromissadas) poderão cometer o crime de faso testemunho ( oq diferencia da compromissada é o valor que é dado ao seu testemunho)

    Obs: maioria da doutrina não concorda

  • Letra E - Lembrar do caso Neymar e a suposta vítima de estupro, a qual caso não consiga comprovar o ato criminoso, certamente será indiciada por denunciação caluniosa visto que ela mentiu nas alegações e ela quem deu início ao procedimento investigativo.

  • d) no procedimento comum ordinário vige, desde a Reforma operada pela Lei no 11.690/2008, o sistema presidencialista para inquirição judicial de testemunhas

     

    LETRA D – CORRETO -

     

    I - Antes de 2008, o sistema adotado pelo Código, em regra, era o presidencialista: primeiro, o juiz fazia suas perguntas e, depois, as partes poderiam fazer as suas, sempre por intermédio do juiz. Com o advento da reforma processual de 2008, o sistema adotado, em regra, é o exame direito e cruzado.

    Exemplo: quando a testemunha é arrolada pelo Ministério Público é este quem primeiro faz as perguntas, diretamente à testemunha. Já o exame cruzado é o exame da parte contrária (perguntas da defesa). Por fim, o juiz também poderá perguntar, mas sempre por último.

     

    FONTE: RENATO BRASILEIRO

  • Colega Emerson Felipe,

    Não obstante o entendimento do STF acerca da possibilidade de os informantes (testemunhas descompromissadas) serem punidos pelo crime de falso testemunho, há de se atentar que o ofendido (vítima) não é considerado testemunha, mas sujeito passivo (participa do fato). Testemunha é apenas o terceiro que não participa do fato.

    Se o ofendido mentir em seu depoimento, não responderá pelo crime de falso testemunho (art. 342 do CP), pois não é testemunha, podendo, entretanto, responder pelo crime de denunciação caluniosa, a depender do caso (STJ - AgRg no REsp 1125145/RJ).

  • O ofendido não responderá por falso testemunho, tendo em vista que não é testemunha e não prestará compromisso de honra nos termos do artigo 203 do CPP. Todavia, poderá responder por denunciação caluniosa.

  • Gabarito E

    '' SE O OFENDIDO MENTIR EM SEU DEPOIMENTO, NÃO RESPONDERÁ PELO CRIME DE FALSO TESTEMUNHO  (ART. 342 DO CP), POIS NÃO É TESTEMUNHA , PODENDO, ENTRETANTO RESPONDER PELO CRIME DE DENUNCIAÇÃO CALUNIOSA, A DEPENDER DO CASO''

    Fonte RENAN ARAÚJO

  • GABARITO = E

    o ofendido, por não prestar compromisso de dizer a verdade, caso minta em seu depoimento judicial, não responde pelo crime de falso testemunho.

    PENSEI ASSIM= O OFENDIDO NÃO É OBRIGADO A PRODUZIR PROVAS CONTRA SI, LOGO ELE PODE MENTIR.

    EX= JOÃO, ELE PRATICOU O CRIME, ELE SABE DISSO, QUANDO INTERROGADO, (SABENDO QUE NÃO É OBRIGADO A PRODUZIR PROVAS CONTRA SI) MENTE PARA LIVRAR-SE DA ACUSAÇÃO.

    PF/PC

    DEUS PERMITIRÁ

  • Ueslei, a questão está falando do ofendido e não do ofensor.

  • COMENTÁRIOS: O ofendido é a própria vítima da infração penal. Sendo assim, não é testemunha e, portanto, não tem o compromisso de dizer a verdade. Isso nos leva a concluir que o ofendido não pode cometer crime de falso testemunho.

    Art. 201. Sempre que possível, o ofendido será qualificado e perguntado sobre as circunstâncias da infração, quem seja ou presuma ser o seu autor, as provas que possa indicar, tomando-se por termo as suas declarações.

    LETRA A: Errado. O CPP adota, como regra, o sistema da persuasão racional (livre convencimento motivado).

    Art. 155 do CPP. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.

    Art. 93, IX da CF - todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação

    LETRA B: Errado. O ascendente e o descendente da vítima não podem se recusar a depor.

    Art. 206. A testemunha não poderá eximir-se da obrigação de depor. Poderão, entretanto, recusar-se a fazê-lo o ascendente ou descendente, o afim em linha reta, o cônjuge, ainda que desquitado, o irmão e o pai, a mãe, ou o filho adotivo do acusado, salvo quando não for possível, por outro modo, obter-se ou integrar-se a prova do fato e de suas circunstâncias

    LETRA C: Incorreto. Primeiramente, é preciso dizer que, em regra, só haverá um perito oficial, salvo se se tratar de perícia complexa.

    Art. 159. O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por perito oficial, portador de diploma de curso superior.

    § 7º Tratando-se de perícia complexa que abranja mais de uma área de conhecimento especializado, poder-se-á designar a atuação de mais de um perito oficial, e a parte indicar mais de um assistente técnico.

    Além disso, tal perícia não vincula o Juiz, segundo artigo 182 do CPP.

    Art. 182. O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou em parte.

    LETRA D: Na verdade, o sistema vigente é o do exame direto e do exame cruzado. Ou seja, as partes perguntam diretamente às testemunhas. Em outras palavras, as perguntas não são feitas por intermédio do Juiz (sistema presidencialista).

  • Para complementar...

    Para parte da doutrina, há em nosso sistema resquícios de prova legal ou tarifada.

    Exemplo: fotografia (232, paragrafo único), pois se exige autenticação; Além desse, art. 237.

    O exame de corpo de delito é uma prova tarifada nos crimes materiais?

    A melhor doutrina entende que não pois o juiz não está vinculado ao exame. Poderá fundamentar sua decisão em outros elementos.

  • gabarito E

    Falso testemunho ou falsa perícia

           Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral: 

    São essas pessoas que respondem por falso testemunho.

          

  • Letra A - Art. 155. CPP - O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. 

    A livre apreciação da prova consagra a adoção do livre convencimento motivado, onde o juiz deve valorar a prova da forma mais conveniente, devendo:

    O livre convencimento regrado ou motivado contrapõe-se ao sistema da prova tarifada, o qual estabelece pela lei o peso que cada prova possui, num sistema rígido de apreciação pelo Magistrado. Há também, o sistema da íntima convicção, onde há a necessidade de fundamentação pelo legislador. Ambos sistemas não foram adotados pelo CPP.

    Letra B - Art. 206. CPP -  A testemunha não poderá eximir-se da obrigação de depor. Poderão, entretanto, recusar-se a fazê-lo o ascendente ou descendente, o afim em linha reta, o cônjuge, ainda que desquitado, o irmão e o pai, a mãe, ou o filho adotivo do acusado, salvo quando não for possível, por outro modo, obter-se ou integrar-se a prova do fato e de suas circunstâncias.

    Letra C - Art. 159. CPP - O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por perito oficial, portador de diploma de curso superior.         

    § 1 Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 (duas) pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso superior preferencialmente na área específica, dentre as que tiverem habilitação técnica relacionada com a natureza do exame.     

    Não vincula a decisão judicial, tendo em vista que o sistema adotado é o do livre convencimento motivado.   

    Falso testemunho ou falsa perícia

    Resposta Correta - Letra E - Art. 342. CP - Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral:

     

  • GABARITO E

    Se o ofendido mentir em seu depoimento, não responderá pelo crime de falso testemunho23 (art.

    342 do CP), pois não é testemunha, podendo, entretanto, responder pelo crime de denunciação

    caluniosa, a depender do caso (STJ - AgRg no REsp 1125145/RJ)

    Foco, força e fé!

  • A questão exigiu o conhecimento sobre o tema Provas e foi sofisticada ao exigir um pouco de doutrina (sobre os sistemas de valoração da prova), prova pericial, prova testemunhal, sistema de inquirição e, ainda, a possibilidade ou não de configurar fato típico em razão de depoimento.

    A) Incorreto, pois na verdade, o Código de Processo Penal (e a Constituição Federal de 1988) adotou, como regra, o sistema do convencimento motivado (persuasão racional do juiz).

    De acordo com esse sistema, também denominado de sistema da livre apreciação judicial da prova, o magistrado “(...) tem ampla liberdade na valoração das provas constantes dos autos, as quais têm, legal e abstratamente, o mesmo valor, porém se vê obrigado a fundamentar sua decisão". (LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de Processo Penal: volume único – 8ª edição. Rev. Ampl. e Atual. Salvador. Ed. JusPodivm, 2020. P. 683).

    Apenas a título de complementação e para auxiliar no seu estudo, cabe apontar os outros sistemas de valoração de prova existentes:

    1 – Sistema da Íntima Convicção: De acordo com este sistema, o magistrado tem ampla liberdade para valorar as provas, não sendo obrigado a fundamentar as suas decisões.

    É possível afirmar que, em regra, o ordenamento pátrio não adotou esse sistema, tendo em vista que a própria Constituição Federal, no art. 93, inciso IX afirma, de maneira expressa, que todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário são públicos e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade.

    Mas é possível afirmar que o ordenamento pátrio nunca adotará esse sistema? Não. O sistema da íntima convicção é adotado nos Tribunais do Júri. Sobre o tema, Renato Brasileiro afirma que:
    (...) A despeito da regra constante da Constituição Federal, não se pode negar que referido sistema tenha sido adotado em relação às decisões dos jurados no tribunal do júri, as quais não precisam ser motivadas. Isso porque, de acordo com o art. 5º, inciso XXXVIII, da Magna Carta, tem-se como uma das garantias do júri o sigilo das votações. Ou seja, fosse o jurado obrigado a fundamentar sua decisão, seria possível identificar-se o sentido de seu voto. Daí a necessidade de fundamentação do voto do jurado, limitando-se o mesmo a um singelo 'sim' ou 'não' para cada quesito que lhe for formulado, nos exatos termos do art. 486, caput, do CPP'. (LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de Processo Penal: volume único – 8ª edição. Rev. Ampl. e Atual. Salvador. Ed. JusPodivm, 2020. P. 681/682).

    2 – Sistema da Prova Tarifada: De acordo com esse sistema, algumas provas já teriam um valor pré-fixado em abstrato pelo legislador e, por isso, surgiu a ideia que ficou comumente conhecida de que a confissão seria a “Rainha das Provas". Porém, essa ideia não foi acolhida, em regra, pelo ordenamento processual pátrio pois, para este, as provas possuem o mesmo valor probatório e cabe ao magistrado, por meio do sistema do livre convencimento motivado extrair a verdade das provas e julgar de maneira pública e fundamentada.

    Assim como há resquícios no ordenamento penal pátrio do sistema da íntima convicção do magistrado, também há resquícios do sistema da prova tarifada, o que se pode perceber no art. 155, parágrafo único, do CPP, ao estabelecer restrição para as provas sobre o estado das pessoas.

    B) Incorreta, pois apenas podem se valer desta recusa o ascendente e descendente do acusado, nos termos do art. 206, do CPP. O artigo deixa consignado que a testemunha não poderá se eximir de depor, mas alguns parentes do acusado (descritos no artigo) poderão se recusar, não trazendo qualquer ressalva para parentes da vítima.

    Ainda que haja possibilidade de escusa, o depoimento destas testemunhas poderá ser realizado quando não houver outro modo de obter ou integrar a prova ou, ainda, quando assim o desejarem (pois não são vedadas, apenas podem recusar).

    C) Incorreto. Em regra, de acordo com o art. 159, caput, do CPP, as perícias serão realizadas por (um) perito oficial, portador de diploma de curso superior. O item C está equivocado pois, seja realizada por um só perito ou ainda quando realizada por 2 peritos oficiais, o laudo pericial não vincula a decisão judicial, pois é adotado o Sistema Liberatório de Apreciação dos Laudos Periciais, em detrimento do Sistema Vinculatório, não acolhido, em que o magistrado ficaria totalmente vinculado ao resultado das perícias, não podendo decidir contrariamente.

    De acordo com o sistema liberatório, o magistrado não fica vinculado ao laudo pericial, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou em parte, conforme preleciona o art. 182, do CPP e é reflexo, também, do sistema do convencimento motivado ou persuasão racional do juiz na análise das provas.

    D) Incorreto, com a reforma do CPP, após a Lei nº 11.690/2008, a participação do juiz na inquirição das testemunhas foi reduzida ao mínimo possível, abolindo o sistema presidencial de inquirição de testemunhas. Desse modo, as perguntas agora são formuladas diretamente pelas partes (MP e defesa) às testemunhas (sistema de inquirição direta ou cross examination).

    Assim, (...) em virtude da alteração do art. 212 do CPP, a testemunha será colocada, inicialmente, em contato direto com as partes, sendo inquirida, primeiramente, por quem a arrolou (direct-examination) e, em seguida, submetida ao exame cruzado pela parte contrária (cross-examination), cabendo ao magistrado, nesse momento, apenas decidir sobre a admissibilidade das perguntas, indeferindo aquelas que possam induzir a resposta, não tenham relação com a causa ou que importem na repetição de outra já respondida. (LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de Processo Penal: volume único – 8ª edição. Rev. Ampl. e Atual. Salvador. Ed. JusPodivm, 2020. P. 779)

    E) Correto. O ofendido não é testemunha e, por isso, não presta o compromisso de dizer a verdade. Conforme o doutrinador Renato Brasileiro, supra mencionado, de fato, não é possível responsabilizar o ofendido criminalmente pelo delito de falso testemunho, caso minta em seu depoimento judicial, entretanto, é plenamente possível que seja responsabilizado pelo delito do art. 339, do CP (Denunciação Caluniosa), caso se comprove que, com as informações que prestou, deu causa à instauração de investigação policial, processo judicial, investigação administrativa, inquérito civil ou outra forma de investigação, por haver imputado a outrem crime que sabia que era inocente.

    Resposta: Item E.
  • A) ERRADA. O CPP adotou a teoria do livre convencimento motivado do juiz, previsto no art. 155 do CPP. Assim, o juiz formará sua convicção pela apreciação da prova produzida em contraditório judicial, sendo necessária a indicação das razões de acordo com as provas nos autos. Lembre-se que não poderá o juiz fundamentar sua decisão (condenatória) exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.

    OBS.: É possível o juiz utilizar os elementos informativos como COMPLEMENTO às provas produzidas sob o crivo judicial.

    OBS.2: O CPP não adotou a teoria da prova legal ou tarifada, que seria aquela em que a prova possui um valor fixado por lei, um valor definido, que suprime do juiz o poder de valoração das provas. Nesse sistema, o magistrado decide de acordo com as provas produzidas nos autos do processo e a lei atribui, previamente, um valor a cada uma delas ou já determina como cada fato deve ser provado. Ainda há resquícios desse sistema no Brasil, conforme se observa o parágrafo único do art. 155 e o art. 158, ambos do CPP.

    B) ERRADA. Isso porque, o art. 206 do CPP somente faz referência ao ascendente e descendente, entre outros, do ACUSADO, e não da vítima. Poderão recusar-se a depor o ascendente ou descendente, o afim em linha reta, o cônjuge, ainda que desquitado, o irmão e o pai, a mãe, ou o filho adotivo DO ACUSADO, salvo quando não for possível, por outro modo, obter-se ou integrar-se a prova do fato e de suas circunstâncias.

    C) ERRADA. O juiz não está vinculado aos resultados da prova, conforme a teoria do livre convencimento motivado (sistema da livre convicção). Ademais, o art. 182 do CPP corrobora com o entendimento, vejamos: "CPP, art. 182. o juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou em parte.". Consubstancia o sistema liberatório.

    D) ERRADA. Na prova testemunhal, adota-se o sistema do direct and cross examination (exame direto e cruzado), de forma que as partes perguntam diretamente a testemunha e o juiz apenas complementa ao final, caso seja necessário, nos termos do art. 212 do CPP.

    OBS.: Em relação ao interrogatório do acusado, adota-se o sistema presidencialista, de forma que o interrogatório é feito diretamente pelo juiz, ocasião em que as partes interrogarão por intermédio dele.

    E) CERTA. O ofendido, por não ser testemunha, não prestará o compromisso previsto no art. 203 do CPP. Assim, não praticará o delito de falso testemunho (art. 342 do CP). Pode, todavia, praticar o delito de denunciação caluniosa (art. 339 do CP).

  • Questão fácil assim vindo da FCC eu até desconfio....

  • Gabarito E, marquei essa resposta além de ter visto em outras questões ela é um tanto polêmica para se marcar em um gabarito. =D.

  • NÃO CONFUNDIR!

    Interrogatório do acusado: SISTEMA PRESIDENCIALISTA (perguntas feitas através do Juiz). Exceção: JÚRI -> feitas diretamente ao réu.

    Oitiva de testemunha: SISTEMA DE CROSS EXAMINATION (perguntas feitas diretamente às testemunhas).

  • Gabarito: letra E

    INTERROGATÓRIO DO RÉU = SISTEMA PRESIDENCIALISTA

    INTERROGATÓRIO DO RÉU NO TRIBUNAL DO JÚRI COM OS JÚRIS = PRESIDENCIALISTA

    INTERROGATÓRIO DAS TESTEMUNHAS = CROSS EXAMINATION

    INTERROGATÓRIO DO RÉU NO TRIBUNAL DO JÚRI COM OS ADVOGADOS = CROSS EXAMINATION

  • Item E está correto. uma observação: o ofendido não responde pelo 342 do CP não pelo fato de não ser compromissado nos termos do art. 203 do CPP, mas sim por não figurar no processo como testemunha, vez que somente testemunhas respondem pelo delito de falso testemunho, seja ela compromissada (depoente) ou não compromissada art. 208 CPP (mero informante). Como a formalidade do compromisso não integra o tipo do crime de falso testemunho, é possível que, inclusive aquele que não seja obrigado pela lei a depor (não compromissadas art. 208 CPP), mas que se disponha a fazê-lo e seja advertido pelo juiz, possa responder pelo crime, na medida de sua culpabilidade.

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    Os parentes da VÍTIMA são obrigados a depor e prestam compromisso legal, já os parentes do acusado citados poderão prestar depoimento quando a prova não puder ser feita por outro meio, mas não prestam compromisso legal (artigo 208 do Código de Processo Penal), SALVO quando não for possível, por outro modo, obter-se ou integrar-se a prova do fato e de suas circunstâncias.