- ID
- 2827225
- Banca
- FCC
- Órgão
- CREMESP
- Ano
- 2016
- Provas
-
- FCC - 2016 - CREMESP - Advogado
- FCC - 2016 - CREMESP - Analista de Comunicação
- FCC - 2016 - CREMESP - Analista de Gestão de Pessoas - Área Departamento Pessoal
- FCC - 2016 - CREMESP - Analista de Gestão de Pessoas - Área Recursos Humanos
- FCC - 2016 - CREMESP - Analista de Gestão Financeira e Contábil - Área Contábil
- FCC - 2016 - CREMESP - Analista de Gestão Financeira e Contábil - Área Financeira
- FCC - 2016 - CREMESP - Analista de Suporte
- FCC - 2016 - CREMESP - Analista de Tecnologia da Informação - Análise de Sistemas
- FCC - 2016 - CREMESP - Analista de Tecnologia da Informação - Banco de Dados
- Disciplina
- Português
- Assuntos
Lições erradas
Dividimos a história em eras, com começo e fim bem definidos, e mesmo que a ordem seja imposta depois dos fatos – a gente vive para a frente mas compreende para trás, ninguém na época disse “Oba, começou a Renascença!” – é bom acreditar que os fatos têm coerência, e sentido, e lições. Mas podemos aprender a lição errada.
A gente fala nos loucos anos 20, quando várias liberdades novas começavam a ser experimentadas, e esquece que foi a era que gerou o fascismo e outras formas liberticidas. O espírito da “era do jazz” foi também o espírito totalitário. Prevaleceram não os passos do charleston*, mas os passos de ganso dos nazistas.
A leitura convencional dos anos 40 é que foram os anos em que os Estados Unidos salvaram a Europa dela mesma. Na verdade, a Segunda Guerra salvou os Estados Unidos, acabou com a crise econômica que sobrara dos anos 30, fortalecendo a sua indústria ao mesmo tempo que os poupava da destruição que liquidou a Europa, fortalecendo um sistema econômico que mantém sua economia saudável até hoje. O fim da Segunda Guerra foi o começo da era americana. Os americanos salvaram o mundo – e ficaram com ele.
Já nos fabulosos anos 60, enquanto as drogas, o sexo e a comunhão dos jovens pela paz e contra tudo o que era velho tomavam conta das praças e das ruas, o conservadorismo se entrincheirava no poder.
Quando fizerem, no futuro, a leitura de nossa época, qual será a conclusão errada?
*Charleston = dança de salão muito difundida na década de 20
(Adaptado de: VERISSIMO, Luís Fernando. Banquete com os deuses. Rio de Janeiro: Objetiva, 2003, p. 207/208)