Do ponto de vista genético-evolutivo, a partir do fato de que cada etapa da vida do indivíduo determina uma certa especificidade na configuração das ansiedades, pode-se traçar o seguinte esquema conceituai:
1) Ansiedade de Aniquilamento (também conhecida como desintegração, desmantelamento, despedaçamento, catastrófica, etc.) — Está presente desde o nascimento e corresponde à intensa presença no interior do bebê das pulsões agressivas (Instinto de morte, na teoria kleiniana) e dos estímulos desprazerosos. Assim, as primeiras frustrações são se- mantizadas como uma ameaça de morte, como um aniquilamento da vida.
2) Ansiedade de Engolfamento — Corresponde a uma fixação na etapa evolutiva em que há uma indiferenciação entre o eu e o outro, tal como ocorre na diade fusional mãe-filho, de natureza simbiótica-narcisística
3)Ansiedade de Separação — Forma-se durante a primeira infância e é devido a duas condições básicas: uma é o medo da perda do objeto necessitado e a outra, a da perda do amor deste objeto. E claro que estes medos tanto podem estar justificados por uma realidade exterior desfavorável como ela pode ser conseqüente de fantasias inconscientes, sendo o mais comum uma combinação de ambas.
4) Ansiedade de Castração — Está intrinsecamente ligada às conhecidas vicissitudes que cercam o conflito edípico. Não é demais ressaltar que, em grau moderado, esse tipo de ansiedade é muito importante para a estruturação psíquica, porquanto é ela que introduz a presença e a “lei” do pai para desfazer a díade simbiótica com a màe, assim permitindo a transição do plano imaginário narcísico para o simbiótico e o real edípicos.
5) Ansiedade decorrente do Superego — Esta forma de ansiedade forma-se a partir dos mandamentos, proibições, valores e expectativas dos pais, bem como dos paradigmas socioculturais de uma determinada geografia e época, estendendo-se até o período de latência.
É útil enfatizar os três aspectos seguintes relativos ao fenômeno da ansiedade: a) comumente, os diversos tipos de angústias, acima descritas, não são estanques entre si; antes, elas se tangenciam e interpenetram, b) os derivados clínicos da ansiedade costumam manifestar-se por somatizações, por actings, ou por sentimentos de culpa, vergonha, medo e humilhação, c) podem manifestar-se por um estado de angústia livre, traduzida por concomitantes equivalentes fisiológicos, tais como uma opressão pré-cordial, dispnéia suspirosa, sudorese e sensação de cabeça inchando, entre outros.
referências: Fundamentos Básicos das Grupoterapias David E. Zimerman
O conceito de angústia automática: entendida como uma reação do sujeito frente a um afluxo de excitações, as quais não consegue dominar. A angústia automática tem como paradigma o trauma do nascimento. Os conteúdos dessa angústia são da ordem das pulsões de auto-conservação, onde “a realidade está em seu ponto máximo e o perigo é hiper-real. Na verdade, se trata de sobreviver ou não”.(Jean Laplanche). Para Freud, o nascimento seria o protótipo de todas as posteriores situações de perigo.
Sinal de Angústia ou Angústia-sinal:
O afeto angústia é uma reação geral frente a um perigo e encontra-se localizada no EGO, uma vez que só ele pode experienciar esse afeto desagradável.
Nesse momento teórico, a angústia já não é provocada pelo acúmulo de energia pulsional(Primeira Teoria). Ao contrário, são as séries de significações desencadeadoras da angústia(angústia de castação), que provocam o recalque.
http://www.redepsi.com.br/2008/10/12/a-ang-stia-em-freud/