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ID
284233
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2009
Provas
Disciplina
Relações Internacionais
Assuntos

O bom relacionamento com os países sul-americanos representa
dimensão prioritária da política externa brasileira, que tem o
MERCOSUL, desde os anos 90 do século XX, como um
instrumento privilegiado para a integração regional. Contudo, ao
longo da presente década, novas iniciativas de alcance regional
despontaram, alterando o panorama da política de integração na
América do Sul. A respeito desse assunto, julgue os itens
seguintes.

Os recorrentes conflitos comerciais com a Argentina e as divergências com o Paraguai e o Uruguai, relacionadas ao tratamento das assimetrias econômicas, resultaram em importante inflexão na política brasileira para a América do Sul, que deixou de privilegiar o MERCOSUL como núcleo articulador da integração regional em favor da Iniciativa de Integração da Infraestrutura da América do Sul, da Comunidade Sul-Americana de Nações e, mais recentemente, da UNASUL.

Alternativas
Comentários
  • De fato, o Brasil prioriza os países sulamericanos. Contudo, o faz baseado na complementariedade de acordo com a teoria dos círculos concêntricos, cujo núcleo e eixo prioritário é o MERCOSUL, seguido pela UNASUL e por fim CELAC.
  • QUESTÂO ERRADA. 

    Faço um Adendo ao comentário do colega PZS. 

    O Marechal Humberto Castello Branco, eleito pelo Congresso Nacional em Abril de 64, propõs aos formandos do Instituto Rio Branco a chamada teoria dos círculos concêntricos e diz que os interesses do Brasil estarão subordinados a uma ótica geográfica. Interessa para o novo governo, portanto, priorizar suas relações hemisféricas, ajudando os países da região a manter afastado o fantasma do comunismo. Seria esse, então, o primeiro círculo concêntrico, o das relações com a América Latina. 

    Embora atribuído pelo Estado de São Paulo ao Chanceler Vasco Leitão da Cunha (Cunha, 1994: 271), a teoria dos círculos concêntricos têm forte inspiração geopolítica. A ESG (Escola Superior de Guerra) advogava a importância do estudo geográfico para a atuação externa do país desde os anos 1950. De fato, uma série de ensaios e estudos sobre a matéria são reunidos no livro Geopolítica do Brasil lançado no mesmo ano. Seu autor era Golbery do Couto e Silva. Em obra mais recente acerca da matéria, o autor define como três os espaços de atuação brasileira, chamando-os de “império brasileiro”, “moldura continental” e “mundo além-mar” (Couto e Silva, 1981: 108). O “império brasileiro” corresponde a linha de ação do Brasil com seus vizinhos sul-americanos, o segundo espaço importante, “a moldura continental” expande a ação brasileira ao continente americano, coincidindo com o segundo círculo concêntrico. A terceira área coincide com o círculo concêntrico do mundo além do continente, ou “alémmar”, nas palavras de Golbery.