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ID
284275
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2009
Provas
Disciplina
Relações Internacionais
Assuntos

Na presente década, o enfrentamento ao terrorismo internacional
tornou-se preocupação de segurança na agenda global,
impulsionado, em grande medida, pelos atentados de 11/9/2001
e pelas pressões norte-americanas por um firme engajamento da
comunidade internacional em tal sentido. Com relação a esse
assunto, julgue os itens seguintes.

A recusa brasileira em assumir o terrorismo como ameaça prioritária à segurança nacional reflete a preocupação do país de contrapor-se às propostas e ações unilaterais norte-americanas nesse campo e de valorizar a cooperação multilateral no plano global e no regional.

Alternativas
Comentários
  • O Brasil é um país engajado no regime antiterrorista. Ratificou as principais conveções sobre o tema e colabora ativamente em vários cenários: na ONU, na OEA e no Mercosul.

    A Constituição Federal de 1988 tem como um de seus princípios, nas relações internacionais, o repúdio ao terrorismo.
  • Tudo bem que o Brasil repudia o terrorismo, porém, ele não é e nem nunca foi questão prioritária quanto a segurança nacional.

    Para mim, o erro da questão está na parte que fala que o país se contrapõe as propostas e ações unilaterais norte-americanas nesse campo, já que a uma das principais vertentes do Brasil é a não intervenção.

    Errei de bobeira, pois nunca o nosso país será capaz de falar não ao Tio Sam, mesmo agora com a questão de espionagem.
  • Aos não assinantes,

    GABARITO: ERRADO

     

    Ademilson,

     

    mas o Brasil se posicionou contra a invasão do Iraque que foi uma ação unilateral dos EUA sem a aprovação do conselho de segurança. Tudo bem que a justificativa ali eram as armas nucleares, mas a ação em si fez parte da guerra ao terror da doutrina Bush.

     

    O grande erro da questão é dizer que "A recusa brasileira em assumir o terrorismo como ameaça" é para "contrapor-se às propostas e ações unilaterais norte-americanas". O Brasil até poderia não considerar o terrorismo uma ameaça, não é o caso mas poderia baseado no fato de que nunca teve um atentado terrorista importante em seu território. Mas se recusar a assumir o terrorismo como ameaça para se contrapor aos EUA seria uma birra de criança e não política externa e de segurança. Considerar isso como correto numa prova para Diplomatas iria contra o próprio trabalho que eles realizam!

     

    Bons estudos!

  • Atualizando: "O Brasil tem posição assumida desde antes de 2001 de condenar o terrorismo, sendo signatário de convenções contra o terrorismo. Nos documentos de política e estratégia de defesa nacional, o terrorismo não foi classificado como uma ameaça vital posto que não o é de fato no caso brasileiro. Por outro lado, a Política Nacional de Inteligência (2017) se refere explicitamente ao terrorismo como uma das principais ameaças à segurança do Brasil, juntamente com espionagem, sabotagem, ataques cibernéticos, corrupção, crime organizado e armas de destruição em massa. A Estratégia de Inteligência Nacional (2018) reitera a preocupação da PNI, colocando o terrorismo como tema prioritário para o Sistema Brasileiro de Inteligência (SISBIN)". Fonte: artigo do Cepik para o Clipping CACD (elaborado para o concurso da ABIN de 2018)

  • Errado.

    O item está incorreto porque não houve recusa brasileira em assumir o terrorismo como ameaça prioritária à segurança nacional. Depois dos atentados do 11 de setembro em 2001, nos Estados Unidos, o terrorismo tornou-se o principal tema de agenda na área de segurança internacional nos fóruns multilaterais. A Resolução 1373 do Conselho de Segurança em 2001 foi uma das mais importantes resoluções sobre o terrorismo e criou o Comitê Antiterrorista (CAT), que determina a entrega por parte dos Estados partes de relatórios anuais relacionados à temática do terrorismo e buscando um sistema de cooperação mundial sobre o tema, com o estabelecimento de mecanismos de combate ao terrorismo e compartilhamento de informações. Ao contrário do que afirma o item, o Brasil, tanto na resolução, quanto na atuação no CAT, mostrou solidariedade com a temática e ativa participação. O Brasil é parte de 12 Convenções da ONU que tratam sobre o tema de terrorismo e de 3 da Organização de Estados Americanos. Além disso, o Brasil apresentou todos os relatórios ao CAT, sendo um dos poucos Estados a

    estar totalmente em dia com o Comitê. A atuação brasileira, no entanto,

    acompanha a ressalva do apoio brasileiro da defesa do combate ao terrorismo pela via multilateral e de acordos com os princípios do direito internacional. O Brasil afirma que a matriz do terrorismo está relacionada à questão social, isto é, o subdesenvolvimento gera terrorismo (e outros problemas), o que leva o Brasil a reconhecer apenas um grupo terrorista, a Al-Qaeda. Além disso, o país critica a forma unilateral como a questão é, às vezes, tratada, privilegiando fóruns multilaterais para tratar o tema. Vale ressaltar que a postura do Brasil com relação ao terrorismo pode ser verificada na Constituição de 1988: o art.4, VIII, afirma o repúdio ao terrorismo como um dos princípios chaves das relações internacionais brasileiras, e o art.5, XLIII, considera o terrorismo como crime inafiançável e insuscetível de graça ou anistia.

    fonte : 7000 questões do cespe

  • O Brasil assume o terrorismo como ameaça prioritária à segurança nacional, entretanto, isso não significa que o país apoie ações unilaterais norte-americanas nesse campo. A política externa brasileira valoriza a cooperação multilateral no plano global e no regional.