SóProvas


ID
2850685
Banca
FCC
Órgão
SEAD-AP
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Atenção: Para responder à questão, baseie-se no texto abaixo, do escritor e crítico profissional de literatura e teatro Décio de Almeida Prado.


                                         Vocação de escritor


      Os escritores, como os oficiais das forças armadas, são promovidos, seja por merecimento, seja por antiguidade. Alguns impõem-se ao público e aos seus pares em poucos golpes de audácia e talento. São os escritores natos, de vocação imperiosa e irresistível. Outros - e talvez seja este o meu caso - crescem na estima da classe intelectual graças à continuidade de um trabalho de muitos e muitos anos. Escrevem por força do ofício, mas é possível que preferissem permanecer como leitores inveterados.

      Quando vejo e revejo a minha vida, que já vai longa, passam-me pela memória várias imagens, as mais antigas às vezes, mais nítidas que as recentes. Verifico então, não sem surpresa, que fiz muitas coisas com as quais não contava e deixei de fazer outras tantas que planejara, é verdade que no plano superficial da vontade, não das forças mais profundas da personalidade.

      Na minha meninice, sonhei muito em ser poeta. Depois, já na adolescência, na hora difícil de optar por uma profissão, desejei ser médico, como meu pai, casando, de certo modo, clínica e literatura. Já no fim dos estudos superiores, na falta de melhor, tentei ser professor de filosofia, matéria que, apesar de não ter “a cabeça metafísica”, ensinei por bastante tempo em colégios estaduais, sem qualquer proveito para Aristóteles e Kant, mas com imenso prazer pessoal e alguma aquiescência dos alunos. Não podia imaginar que, levado, certa vez, a escrever uma crítica de teatro, estava definindo, para sempre, o meu futuro. Confesso que tenho orgulho em haver contribuído, na medida das minhas forças, para que o teatro saísse da posição humilhante de primo pobre que ocupava entre as artes literárias brasileiras.

(Adaptado de: PRADO, Décio de Almeida. Seres, coisas, lugares. São Paulo: Companhia das Letras, 1997, 181-182)

É clara, coesa e correta a redação deste livre comentário sobre o texto:

Alternativas
Comentários
  • ato ou efeito de aquiescer; anuência, consentimento, concordância.

  • Que viagem em colegas KK

    Eu acertei a questão tendo olhar bem objetivo do que se busca por exemplo:


    ° Confesso que tenho orgulho em haver contribuído, na medida das minhas forças, para que o teatro saísse da posição humilhante de primo pobre que ocupava entre as artes literárias brasileiras.


    Ele não exitou em citar que fez parte da evolução e isso que se afirma na assertiva C:

    Sem falsa modéstia, o autor não hesita em reconhecer que contribuiu para a tarefa de situar com maior dignidade o teatro brasileiro em nosso cenário cultural.

  • por favor comente as demais alternativas

     

     

  • No meu entendimento, essa questão não é sobre "qual alternativa está certa ou errada sobre o texto" e sim "qual alternativa está escrita com coesão".

  • ATENTEM SOBRE O ENUNCIADO. ELE NÃO PEDE APENAS A COESÃO. DEVE-SE FICAR ATENTO, TAMBÉM, À NORMA CULTA E AO SINONIMO.


    A) Desde sua meninice confiava o autor de (em) que seria um poeta, se bem que depois o pai o inspirara a ser médico, quando ele talvez se dispusesse a unir as vocações.


    B) Ensinando filosofia, a despeito de não tirar proveito de Kant e Aristóteles, cujas obras ensinava, nem por isso (conjunção subordinada) excluiu-se no autor o prazer com que lhes aquiescia.

    (...proclise em conjunção subordinada...)


    C) GAB.


    D) Lembra-nos o texto "de" que muitas vezes a gente é levado para realizarmos desejos ocultos, sem ignorar que os realiza, em vez daqueles que nos parecem claros.

    (...lembrar com colocação pronominal pede preposição de...)



  • D) Lembra-nos o texto que muitas vezes a gente é levado para realizarmos desejos ocultos, sem ignorar que os realiza, em vez daqueles que nos parecem claros.


    Confuso né?


    Inicialmente a dúvida foi entre C e D.

    Reli o comando da questão (que pede coesão e correção), marquei C.

  • É clara, coesa e correta a redação deste livre comentário sobre o texto


    Gabarito: C (Sem falsa modéstia, o autor não hesita em reconhecer que contribuiu para a tarefa de situar com maior dignidade o teatro brasileiro em nosso cenário cultural.)


    O que deixa evidente que a questão C é a correta, é a última parte do texto: Confesso que tenho orgulho em haver contribuído, na medida das minhas forças, para que o teatro saísse da posição humilhante de primo pobre que ocupava entre as artes literárias brasileiras.


    A questão fala de coesão e se observarmos bem foi utilizado a paráfrase ou seja utilizou conectores, sinônimos mas a ideia central da frase continuou.



    Foco, força e fé!

    Deus acima de tudo

  • Só para complementar:


    O erro da letra E está na colocação pronominal em "cujos critérios são bastante diversos dos que lhes promove o público em geral." .


    O "LHES" deveria ser substituído por "OS" , pois está se referindo aos "CRITÉRIOS". É objeto direto!


    O público em geral promove critérios, ou seja, O PÚBLICO EM GERAL OS PROMOVE!

  • Concordo com o colega do erro da letra A: Desde sua meninice confiava o autor DE que seria um poeta, se bem que depois o pai o inspirara a ser médico, quando ele talvez se dispusesse a unir as vocações. 

    Mas gostaria de saber se também há um erro a respeito do uso do verbo no pretérito mais que perfeito-INSPIRARA-, pois no passado ele diz que DEPOIS o pai inspirou a ser médico, o que, segundo o uso correto desse verbo, deveria ser um "passado mais passado do que o apresentado"



  • o erro da letra E? obrigado pelo comentários aprendemos muito com esses comentários 

  • Marinalva Reinato,

    Acredito que o erro da letra E seja de concordância:

    E) Os intelectuais detêm uma forma de reconhecer a vocação cultural alheia cujos critérios são bastante diversos dos que lhes promove o público em geral.

    O correto seria "cujo critério é bastante diverso", pois se refere à "cultura alheia"

  • nobre colega David William, a questão pede correção clara e coesa. Trata-se de gramática e não de interpretação textual.

  • E) Os intelectuais detêm uma forma de reconhecer a vocação cultural alheia DE cujos critérios são bastante diversos dos que lhes promove o público em geral.

    MUDANDO A FRASE, SUBSTITUINDO DOS PRONOMES RELATIVOS.

    OS INTELECTUAIS DETÉM UMA FORMA DE RECONHECER A VOCAÇÃO CULTURAL ALHEIA, OS CRITÉRIOS (DO QUE?) DA VOCAÇÃO (DE CUJOS CRITERIOS)

  • Wellington Cunha, o pronome relativo CUJO concorda com o possuído, não com o possuidor. No caso, a vocação cultural alheia possui os critérios. Sendo assim fica: cujos critérios.

  • Eu precisaria de uma hora com um excelente professor de português pra me convencer de que esse gabarito é realmente letra "C"...

    A questão de chamar a modéstia a ser depreendida do texto de "falsa" fica puramente relegado ao que o leitor quiser entender. Fica quase uma questão de empatia com o autor. E nessa alternativa, o começo dela diz que o autor, então, não usara de modéstia. Pois eu acho que usou sim, já que caso fosse ocultado/suprimido o trecho "na medida das minhas forças" (linha 12) seria claro, daí, a falta de modéstia do autor.

    [[Desabafo. Fique à vontade para ignorar]] Que saco ter que estudar assim só por conta de um emprego que pague decentemente. Esse tipo de habilidade no uso do nosso idioma raramente é posto em prática no exercício da função, o que me faz enxergar o modelo atual de concursos como uma coisa defasada (antiquada) e extremamente ineficiente. Ora, se o concurso é para --digamos-- escrivão de polícia, as principais habilidades a serem testadas seriam de digitação/datilografia, conhecimentos das leis penais e dos processos penais e redação. Já seria bem melhor se a parte do "basicão" fosse drasticamente reduzida e a parte dos conhecimentos específicos tivesse maior peso e relevância. Ainda assim, uma nota alta não é garantia nenhuma de que o cidadão não vá fazer corpo-mole ou algo do tipo (o que a grande maioria acaba fazendo pois desempenho ruim não é motivo pra ser exonerado depois dos 3 anos).

  • Jackson, concordo plenamente!

  • Jackson, a questão não é de interpretação...
  • GAB: C (vou comentar os erros que achei - podem ter outros)

    a)Desde sua meninice confiava o autor de que seria um poeta, se bem que depois o pai o inspirara a ser médico, quando ele talvez se dispusesse a unir as vocações. ERRADA - Primeiro o autor confiava, depois o pai o inspirou... o uso do pretérito mais que perfeito foi feito de modo equivocado.

    B Ensinando filosofia, a despeito de não tirar proveito de Kant e Aristóteles, cujas obras ensinava, nem por isso excluiu-se no autor o prazer com que lhes aquiescia. ERRADA - Palavra invariável atraí próclise. A redação tbm não ficou clara - no autor - pode ser: o autor do texto... ou Kant ou Aristóteles..

    D) Lembra-nos o texto que muitas vezes a gente é levado para realizarmos desejos ocultos, sem ignorar que os realiza, em vez daqueles que nos parecem claros. ERRADA - Erro de regência - quem lembra - lembra DE.. quem é levado - é levado A.

    E) Os intelectuais detêm uma forma de reconhecer a vocação cultural alheia cujos critérios são bastante diversos dos que lhes promove o público em geral. ERRADA - (Eu ainda tenho dúvidas de onde está o erro - e eliminei por achar que a redação não está clara)

  • O erro da E acredito que seja o emprego errado de "lhes". Deveria ser "os" pois se refere a critérios.

  • A) "de que..." (em que seria) / inspirara....(inspirou)

    B) " nem por isso excluiu-se" .....( nem por isso se excluiu) - Conjunções subordinadas, e pronomes relativos: " que, onde, o qual, a qual, os quais, as quais, cujo" atraem a próclise.

    Aqui cabe atentarmos uma dúvida interessante: final da frase....."lhes Aquiescia" = Aquiescer é VTI, logo pede Obj Indireto, portanto utiliza-se o lhe como pronome oblíquo. Ex: Aquiescer às Obras = lhes aquiescia

    C) CORRETA

    D) "Lembra-nos o texto que"......( Lembra-nos o texto de que... a gente é levado) Nessa ocasião, o termo "texto" pede a preposição de

    E) " cujos critérios  são bastante diversos dos que lhes promove o público em geral" ......( cujos critérios  são bastante diversos dos que os promove o público em geral) OS = CRITÉRIOS = OBJ. DIRETO, enquanto LHES é usado para objetos indiretos

    Fonte: Eu mesmo, e demorei bastante pra tentar ajudar aqui. Qualquer coisa, corrijam.

  • só para contextualizar, na letra c o termo " com maior dignidade " não deveria está intercalado entre vírgulas ? pois se trata de um adjunto adverbial longo, que refere - se ao verbo "situar" ! Posso estar errado, mas pensei desta forma !