SóProvas


ID
2886469
Banca
IBAM
Órgão
Prefeitura de Santos - SP
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

OS SHORTINHOS E A FALTA DE DIÁLOGO


Li na coluna de Monica Bergamo na Folha da última sexta-feira (5) a reportagem "A crise dos shortinhos no colégio Rio Branco". Trata-se do seguinte: o uniforme dessa escola pede bermudas, mas as garotas querem usar shortinhos, pois não querem ser obrigadas a "sofrer em silêncio com o calor do verão", como afirmam em um abaixo-assinado intitulado "Liberdade aos shortinhos".

Os argumentos das jovens, contidos no texto do abaixo-assinado que li na internet, passam pelas exigências diferentes feitas pela escola aos meninos e às meninas, pela falta de recursos de algumas alunas para comprar uma calça que substituiria o shortinho vetado e pelo desrespeito dos meninos, que não sabem controlar seus hormônios, qualquer que seja a vestimenta das meninas. 

Resumo da história: a direção insiste no uso do uniforme, e as jovens no uso do shortinho. Vale a pena, caro leitor, pensar a respeito desse que seria um conflito que representa muitos outros que ocorrem diariamente em todas as escolas, mas que já nasce como confronto. E quero destacar dois pontos para esta conversa.

Não é incrível que, mesmo depois do movimento de ocupação das escolas públicas de São Paulo e em outros Estados, nossas escolas continuem a ignorar a participação dos alunos, para que eles sintam de forma mais concreta que fazem parte dela? Eles precisam se sentir ativos e participativos na escola, e não somente atender às regras a eles impostas. Aliás, onde há regra, há transgressão, mas parece que as escolas não sabem o que fazer quando as transgressões ocorrem.

O grande receio da instituição escolar é o de ter de atender a todas as demandas do alunado, inclusive as impertinentes. Como a do uso do shortinho, por exemplo. Mas aí cabe discutir, à luz do conhecimento, a informalidade no mundo contemporâneo e os seus limites em ambientes profissionais, por exemplo.

Por que as escolas não discutem o uso do uniforme com seus alunos, já que serão eles que o utilizarão? Algumas poucas escolas já fizeram isso e conseguiram adesão dos alunos que, inclusive, criaram as vestimentas que usam diariamente.

O segundo ponto que quero ressaltar é que a falta de diálogo e de administração de conflitos gera jovens que nem sequer conseguem elaborar argumentos sólidos, coerentes e bem fundamentados para suas idéias.

Faz parte do papel da escola ensinar os jovens a debater, defender pontos de vista, dialogar, argumentar e contra argumentar, mas sempre à luz do conhecimento.

Hoje, porém, os alunos podem falar qualquer bobagem, que famílias e escolas aceitam, não é?

Já testemunhei mães e pais aceitarem como argumento dos filhos para fazer algo com as explicações "porque todo mundo faz" ou "porque está na moda". Já vi mães e professores aceitarem as justificativas mais esfarrapadas dos mais novos para algo que fizeram ou aceitar desculpas deles sem que estes demonstrassem o menor sinal de arrependimento. Falar por falar: é isso o que temos ensinado aos jovens, mas que não deveríamos. 

Precisamos honrar nosso papel de adultos e levar a relação com os mais novos com seriedade, mas sem sisudez. O bom humor no trato com eles é fundamental para que eles não ouçam tudo o que o adulto diz como um sermão, como afirmou a diretora-geral do colégio ao qual a reportagem citada se refere.

Rosely Sayão, jornal Folha de São Paulo, edição de 9/2/16.

"... não querem ser obrigadas a ‘sofrer em silêncio”’.

A regência do verbo sublinhado repete-se naquele enfatizado em qual alternativa?

Alternativas
Comentários
  • Verbo Transitivo Indireto. Gabarito, alternativa B.

  • O elaborador está basicamente querendo saber qual é a preposição a qual o verbo exige. Só temos isso na alternativa B, com a preposição "a" contraída com o artigo feminino "as", formando a crase.

  •  ''obrigadas'' = VTI

    ''Atender'' = VTI

  • Lembrando que não há crase diante de palavras pluralizadas, a não ser que a prep + art vierem também no plural

  • Gabarito B

    já ajuda bem!

  • Enunciado está pedindo qual das alternativas possuem regência semelhante do substantivo obrigado.

    Só analisarmos: obrigada A....

    Logo, veremos que o verbo atender requer preposição A diferente dos demais, tanto que a crase não está li atoa : verbo pede preposição a + substantivo regra pede preposição a = à.

    GABARITO B

  • Enunciado está pedindo qual das alternativas possuem regência semelhante do substantivo obrigado.

    Só analisarmos: obrigada A....

    Logo, veremos que o verbo atender requer preposição A diferente dos demais, tanto que a crase não está li atoa : verbo pede preposição a + substantivo regra pede preposição a = à.

    GABARITO B

  • "... não querem ser obrigadas a ‘sofrer em silêncio”’.

    A REGÊNCIA DO VERBO SUBLINHADO repete-se NAQUELE ENFATIZADO em qual alternativa?

    Reparem que 'sofrer em silêncio' não está sublinhado mas está destacado por aspas simples e que "obrigadas" está sublinhado, mas não é verbo. Enfim, entendo que a questão refere-se a regência do verbo "sofrer".

    Portanto:

    Qual das alternativas apresenta a mesma regência do verbo "sofrer", ou seja, dentre os termos grifados nas alternativas o único que pede preposição?

    A) "Vale a pena, caro leitor, pensar a respeito”. (Vale a pena / Vale o esforço) Não pede preposição.

    B) "atender às regras a eles impostas". (Atender às regras / Atender aos pedidos) Pede preposição GABARITO.

    C) "aceitarem as justificativas mais esfarrapadas”, (Aceitaram as justificativas... / Aceitaram os argumentos...) Não pede preposição.

    D) cabe discutir, à luz do conhecimento’’. (Cabe discutir, à luz do conhecimento) Neste caso quem pede preposição é o verbo discutir e não o verbo destacado.

    Acho que a dificuldade maior está no enunciado.