SóProvas


ID
2902906
Banca
VUNESP
Órgão
TJ-SP
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

         Após avanços tecnológicos, medicina deve mirar empatia


      Médicos sempre ocuparam uma posição de prestígio na sociedade. Afinal, cuidar do maior bem do indivíduo – a vida – não é algo trivial. Embora a finalidade do ofício seja a mesma, o modus operandi mudou drasticamente com o tempo.

      O que se pode afirmar é que o foco da atuação médica deve ser cada vez menos o controle sobre o destino do paciente e mais a mediação e a interpretação de tecnologias, incluindo a famigerada inteligência artificial. Já o lado humanístico, que perdeu espaço para os exames e as máquinas, tende a recuperar cada vez mais sua importância.

     De meados do século 20 até agora, concomitantemente às novas especialidades, houve avanço tecnológico e a proliferação de modalidades de exames. Cresceu o catálogo dos laboratórios e também a dependência do médico em relação a exames. A impressão dos pacientes passou a ser a de que o cuidado é ruim, caso o médico não os solicite.

      O tema é caro a Jayme Murahovschi, referência em pediatria no país. “Tem que haver progressão tecnológica, claro, mas mais importante que isso é a ligação emocional com o paciente. Hoje médicos pedem muitos exames e os pacientes também.”

      Murahovschi está entre os que acreditam que a profissão está sofrendo uma nova reviravolta, quase que voltando às origens clássicas, hipocráticas: “Os médicos do futuro, os que sobrarem, vão ter que conhecer o paciente a fundo, dar toda a atenção que ele precisa, usando muita tecnologia, mas com foco no paciente.”

      Alguns profissionais poderão migrar para uma medicina mais técnica, preveem analistas.

      Esses doutores teriam uma função diferente, atuando na interface entre o conhecimento biomédico e a tecnologia por trás de plataformas de diagnóstico e reabilitação. Ou ainda atuariam alimentando com dados uma plataforma de inteligência artificial, tornando-a mais esperta.

      Outra tecnologia já presente é a telemedicina, que descentraliza a realização de consultas e exames. Clínicas e médicos generalistas podem, rapidamente e pela internet, contar com laudos de especialistas situados em diferentes localidades; uma junta médica pode discutir casos de pacientes e seria possível até a realização, a distância, de consultas propriamente ditas, se não existissem restrições do CFM nesse sentido.

      Até cirurgias podem ser feitas a distância, com o advento da robótica. O tema continua fascinando médicos e pacientes, mas, por enquanto, nada de droides médicos à la Star Wars – quem controla o robô ainda é o ser humano.

                 (Gabriela Alves. Folha de S.Paulo, 19.10.2018. Adaptado)

A frase redigida com base nas ideias do oitavo parágrafo mantém o sentido do texto e atende à norma-padrão em:

Alternativas
Comentários
  • O erro da letra E:

    "A realização de algumas consultas poderia ocorrer a distância, ainda que possam haver restrições feitas pelo CFM."

    No trecho original da onde tira-se a ideia:

    (...)se não existissem restrições do CFM nesse sentido.

    O erro está na troca da conjunção, SE, que dá ideia de condição, pelo AINDA QUE, que indica concessão. Portanto, mudando o sentindo do texto.

    Levando ao sentido de que mesmo que existam restrições por parte do CFM, haverá consultas médicas a distância, e não é esse o sentido do texto, o texto diz que haverá consultas a distância se o CFM não tiver restrições quanto ao fato.

    Espero ter ajudado!

    Qualquer erro, inbox.

  • A) ERRADA. Caso houvessem consultas propriamente ditas, realizadas via internet, o aval do CFM seria imprescindível.

    O verbo “haver” quando exprime as ideias de “existir” é considerado impessoal (sem sujeito), o que o leva a permanecer no singular.

    B) ERRADA. Para que se realizem algumas consultas a distância, é necessário que não hajam restrições impostas pelo CFM.

    O verbo “haver” quando exprime as ideias de “existir” é considerado impessoal (sem sujeito), o que o leva a permanecer no singular.

    C) ERRADA. Mesmo que ainda não pareça haverem condições para a realização de consultas via internet, o CFM prevê restrições.

    O verbo “haver” quando exprime as ideias de “existir” é considerado impessoal (sem sujeito), o que o leva a permanecer no singular.

    D) CORRETA. A internet permitiria a realização de algumas consultas, desde que não houvesse restrições do CFM a esse respeito.

    Possui sentido de "existir", portanto é invariável, permanecendo no singular.

    E) ERRADA. A realização de algumas consultas poderia ocorrer a distância, ainda que possam haver restrições feitas pelo CFM.

    Quando o verbo “haver” (com o sentido de "existir") aparece acompanhado de um verbo auxiliar, este assume TAMBÉM o comportamento impessoal, permanecendo no singular. O correto seria: "possa haver".

  • A distância não teria crase?

  • Os erros das alternativas são os mesmos -> Haver no sentido de existir = impessoal, deve ficar no singular.

    No caso da letra E -> Verbo haver passa a sua impessoalidade para o verbo auxiliar, logo o auxiliar deve ficar no singular também.

    Correto -> ainda que possa haver restrições feitas pelo CFM.

    .

    Gabarito -> D

    .

    @Suzana Maria Alves Dias, a crase seria necessária se a distância estivesse especificada.

    Exemplo: Ela estava à distância de 100 metros do ponto de táxi.

    Caso não tivesse especificada = sem crase.

    ,

    Qualquer erro me avisem, por favor

  • Suzana:

    Distância somente terá crase se for definida.

    Exemplos:

    Ele está à distância de 80 metros do crime -> (distância está especificada 80 metros)

    Aulas com ensino a distância. -> (distância não está especificada)

  • verbo haver no sentido de existir não vária em número. logo mais fica mais fácil de acha a alternativa correta.

  • Na verdade, a questão pede que não haja alteração no sentido do significado do texto.

  • Verbo HAVER com sentido de EXISTIR não flexiona. Se um outro verbo o acompanha, este também não flexionará.

    CORREÇÃO DAS ALTERNATIVAS:

    a) Caso houvesse consultas propriamente ditas, realizadas via internet, o aval do CFM seria imprescindível.

    b) Para que se realizem algumas consultas a distância, é necessário que não haja restrições impostas pelo CFM.

    c) Mesmo que ainda não pareça haver condições para a realização de consultas via internet, o CFM prevê restrições.

    d) A internet permitiria a realização de algumas consultas, desde que não houvesse restrições do CFM a esse respeito - GABARITO

    e) A realização de algumas consultas poderia ocorrer a distância, ainda que possa haver restrições feitas pelo CFM.

  • Como diz a professora Flávia Rita, quando aparece o verbo haver com sentido de existir em locuções verbais acontece o "Solzinho da contaminação" e a impessoalidade é transmitida ao verbo auxiliar.

  • I.       O mesmo ocorre com o verbo HAVER, que no sentido de EXISTIR, não é flexionado, apresenta concordância no singular, pois não tem sujeito:

    Ø Havia muitos problemas na região. Deve haver muitos problemas na região.

    Ø Ex.: Houve muitos acidentes. / Havia muitas pessoas. / Deve haver muitos casos iguais.

    Portanto, dizer que houveram muitos acidentes é errado. Se não lembrar da regra, lembre-se de trocar pelo verbo "existir", sem medo de errar VERBO HAVER

    Obs. Nas locuções, o verbo auxiliar é que se flexiona.  

    Ex.: Devem existir, Podem existir.

    Como o verbo principal – é sempre o último verbo da locução – é o haver (= existir), o auxiliar não pode variar.

    Utiliza-se "haver" sempre na terceira pessoa do singular quando ele tem o mesmo sentido de "existir".

  • Interessante salientar também a correlação de tempos verbais da frase correta, ALGO MUITO COBRADO EM PROVAS, PRINCIPALMENTE A FCC.

    d) A internet permitiria a realização de algumas consultas, desde que não houvesse restrições do CFM a esse respeito - GABARITO

    FUTURO DO PRETÉRITO DO INDICATIVO (-RIA) COMBINANDO COM PRETÉRITO IMPERFEITO DO SUBJUNTIVO (-SSE)

  • "haver" no sentido de "existir" é impessoal