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Na década de 1970, no Brasil, já surgiam medidas características da transformação do modelo de atenção à saúde previdenciário para um modelo universalista. O Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural - FUNRURAL - promoveu o atendimento aos trabalhadores rurais e seus dependentes, o Programa de Interiorização das Ações de Saúde e Saneamento para o Nordeste - PIASS - e principalmente o Programa de Pronta Ação - PPA - foram tornando o sistema de saúde brasileiro mais universalista.
O PPA promovia a universalização do atendimento de urgência e emergência médica na rede própria e conveniada. Para Mendes (1993), "a ação combinada do PPA e do FAS representou, na verdade, um poderoso mecanismo de alavancagem do setor privado na área da saúde, aquele abrindo mercado cativo e, este, garantindo uma expansão física adicional, com recursos subsidiados, especialmente na área hospitalar".
Para Vilaça, enquanto o Programa de Pronta Ação (PPA) - que estendeu o atendimento de urgência a toda a população - abriu um mercado cativo para o setor privado, em especial o setor hospitalar, o FAS garantia uma expansão fiscal adicional com recursos subsidiados para atender ao setor. Desta forma, o setor privado fornecedor de serviços de saúde era duplamente beneficiado. (Vilaça, 1993:24)
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queria algum comentario explicando pq ta errado
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Eu também, Nayara.
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A crise se estabeleceu em 1975, foram desenvolvidos em seguida o PIASS (1976) e SIMPAS (INAMPS) 1977.
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A desigualdade de cidadania não representava economia de recursos públicos, ao contrário. Seu perfil privatista, já mencionado, era perdulário, além de funcionar como mais um mecanismo concentrador de riqueza. A expansão dos serviços, às custas, principalmente, do setor privado, não foi acompanhada de meios institucionais de controle dos gastos. O descontrole desse processo recrudesceu com a Portaria 39 de 1974, instituidora do PPA (Plano de Pronta Ação) que, sob a rubrica de "extensão de cobertura" promoveu, entre outras medidas: uma, que desburocratizava os atendimentos de emergência, abolindo a necessidade de comprovação da condição de contribuinte para o usuário, em toda a rede pública e privada; como conseqüência, a maioria dos atendimentos ambulatoriais passaram a ser contabilizados como "emergência", chegando a inverter a taxa de crescimento na prestação de serviços, que era maior no âmbito hospitalar, e que passa a ser ambulatorial; outra, que "faculta ao segurado a opção por instalações especiais nos hospitais particulares contratados, cujo preço será pago pelo próprio cliente diretamente ao hospital, atendendo às reivindicações dos produtores de serviços, visando incorporar à Previdência o consumo das camadas médias..."
https://repositorio.unisc.br/jspui/bitstream/11624/306/1/MarcosAFFerreira.pdf
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Para resolver essa questão, é necessário que o aluno tenha conhecimento sobre o processo social de mudança das práticas sanitárias no SUS e na enfermagem.
A crise econômica e a crise previdenciária ocorridas nos anos 60/70 do século passado foram desencadeadoras de mudanças na área da saúde, dando origem às políticas de Programa de Pronta Ação (PPA) e ao Sistema Nacional de Saúde (SNS). A lógica desse sistema era baseada no Estado (como grande financiador da saúde através da Previdência Social), no setor privado nacional (prestador dos serviços de atenção médica) e no setor privado internacional (produtor de equipamentos biomédicos e medicamentos).
Somente após graves problemas nesse sistema, avaliou-se a necessidade de um movimento de construção de um sistema integrado de assistência à saúde, de corte descentralizado e de cobertura universal. Foi daí então que surgiu o SUS.
Resposta do Professor: Errado.
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ERRADO
Questão:
A crise econômica e a previdenciária ocorridas nos anos 80 do século passado foram desencadeadoras de mudanças na área da saúde, dando origem às políticas de Programa de Pronta Ação (PPA) e ao Sistema Nacional de Saúde (SNS), que se caracterizavam como um movimento de construção de um sistema integrado de assistência à saúde, de corte descentralizado e de cobertura universal.
Correção :
Anos 1970: expansão e crise do modelo médico-previdenciário
A década de 1970 foi marcada por uma elevação constante da cobertura do sistema, levando ao aumento da oferta de serviços médico-hospitalares e, conseqüentemente, a uma pressão por aumento nos gastos. Ao mesmo tempo, intensificaram-se os esforços de racionalização técnica e financeira do sistema...
As tentativas de disciplinar a oferta de serviços de saúde, através de mecanismos de planejamento normativo, como o Plano de Pronta Ação de 1974 e a Lei do Sistema Nacional de Saúde de 1975, não foram capazes de fazer frente aos problemas apontados, já que se restringiam meramente a delimitar os campos de ação dos vários órgãos provedores.
O Sistema Nacional de Saúde foi criado pela Lei nº 6.229, de julho de 1975, visando a superar a descoordenação imperante no campo das ações de saúde. O SNS foi constituído pelo “complexo de serviços, do setor público e do setor privado, voltados para ações de interesse da saúde... organizados e disciplinados nos termos desta lei...”. Em relação à política pública de saúde, esta lei atribuiu ao Ministério da Saúde a formulação da política, bem como a promoção ou execução de ações voltadas para o atendimento de interesse coletivo, enquanto o MPAS, através do INPS (depois INAMPS), responsabilizava-se, principalmente, pelas ações médico-assistenciais individualizadas.
fonte: http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-tematico/instituto-nacional-de-assistencia-medica-da-previdencia-social-inamps