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ID
2920492
Banca
FEMPERJ
Órgão
TCE-RJ
Ano
2012
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

O ÓCIO CRIATIVO – ENTREVISTA DE DOMENICO DE MASI

Roberto Catelli Jr, História em rede

            Eu me limito a sustentar, com base em dados estatísticos, que nós, que partimos de uma sociedade onde uma grande parte da vida das pessoas adultas era dedicada ao trabalho, estamos caminhando em direção a uma sociedade na qual grande parte do tempo será, e em parte já é, dedicado a outra coisa. (....) Eu me limito a registrar que estamos caminhando em direção a uma sociedade fundada não mais no trabalho, mas no tempo vago. 

            Além disso, sempre com base nas estatísticas, constato que, tanto no tempo em que se trabalha quanto no tempo vago, nós, seres humanos, fazemos hoje sempre menos coisas com as mãos e sempre mais coisas com o cérebro, ao contrário do que acontecia até agora, por milhões de anos.

            Mas aqui se dá mais uma passagem: entre as atividades que realizamos com o cérebro, as mais apreciadas e mais valorizadas no mercado de trabalho são as atividades criativas. Porque mesmo as atividades intelectuais, como as manuais, quando são repetitivas, podem ser delegadas às máquinas. Assim sendo, acredito que o foco desta nossa conversa deva ser essa dupla passagem da espécie humana: da atividade física à intelectual, da atividade repetitiva à criativa.

            Essas duas trajetórias contam a passagem de uma sociedade que foi chamada de “industrial” a uma sociedade nova. Podemos defini-la como quisermos. Eu, por comodidade, a chamo de “pós-industrial”.

            Quer uma imagem física dessa mudança? Nós, nestes milhões de anos, desenvolvemos um corpo grande e uma cabeça pequena. Nos próximos séculos, provavelmente reduziremos o corpo ao mínimo e expandiremos o cérebro. Um pouco como já acontece através do rádio, da televisão, do computador – a extraordinária série de próteses com as quais aumentamos o poder da nossa cabeça.

            O resultado disso tudo não é o dolce far niente. Com frequência, não fazer nada é menos doce do que um trabalho criativo.

Observe as seguintes ocorrências do vocábulo “mais” nos segmentos abaixo:

I. “...em direção a uma sociedade fundada não mais no trabalho, mas no tempo vago”.

II. “...entre as atividades que realizamos com o cérebro, as mais apreciadas...”.

III. “...e sempre mais coisas com o cérebro”.

Podemos afirmar corretamente sobre essas ocorrências que:

Alternativas
Comentários
  • Gab:B

  • I. “...em direção a uma sociedade fundada não mais no trabalho, mas no tempo vago”. ADVÉRBIO, equivale à palavra SOMENTE

    II. “...entre as atividades que realizamos com o cérebro, as mais apreciadas...”. SUBSTANTIVO, ideia de quantidade maior e vem acompanhado de artigo

    III. “...e sempre mais coisas com o cérebro”. PRONOME INDEFINIDO

    GABARITO D

  • Nesse tipo de questão sempre faça a substituição por palavras de valor semântico iguais, você conseguirá definir o que elas são com essas alterações. Se não consegue identificar, estude mais. Lembre-se que está difícil ser desempregado no Brasil.

  • Não consigo compreender o gabarito. Para mim no item I e II o mais possui a mesma classe gramatical, são advérbios.

    II. entre as atividades que realizamos com o cérebro, as mais apreciadas e mais valorizadas no mercado de trabalho são as atividades criativas.

    O substantivo "atividades" está implícito.

    "entre as atividades que realizamos com o cérebro, as atividades mais apreciadas e mais valorizadas..."

    Creio que mais é advérbio de intensidade e está qualificando o adjetivo apreciadas.

    Por favor, colegas, caso eu esteja errada, corrijam-me. :)