Para que a questão em apreço seja respondida corretamente, é preciso que tenhamos conhecimentos sobre o processo de comunicação organizacional. Neste caso, marquemos a alternativa que não indica um exemplo de ruído na comunicação.
Nem sempre a comunicação ocorre como deveria, isto é, nem sempre a compreensão do receptor está de acordo com a do emissor. Quando isso ocorre, temos um ruído na comunicação, o qual faz parte, segundo Gil (2001) das barreiras à comunicação. O próprio autor (2001, p.74) define ruído como "qualquer fonte de erro, distúrbio ou deformação da fidelidade na comunicação de uma mensagem".
O ruído pode ser sua origem no emissor (codificador) ou no receptor (destinatário) assim ensina Gil (2001).
Os ruídos decorrentes do emissor são os seguintes, de acordo com Gil (2001, p.74-75):
- Falta de clareza nas ideias: muitas vezes, o emissor tem uma vaga ideia do que pretende comunicar, mas, em lugar de aperfeiçoá-la, passa a transmiti-la assim mesmo.
- Comunicação Múltipla: uma pessoa pode estar interessada em se comunicar apenas verbalmente. Na realidade, pode expressar-se também pelas mãos, pela curvatura do corpo, pelo movimento dos músculos da face, entre outras maneiras.
- Problemas de codificação: A expressão precisa ser clara, o que significa que o comunicador deve tomar cuidado com a tonalidade, a altura, o timbre e a velocidade de sua voz para evitar ruídos.
- Bloqueio emocional: A vergonha, o receio de falar errado, a emoção ou o medo de ser mal interpretado.
- Hábitos de locução: A repetição excessiva de palavras, o uso de palavras incomuns, que ocorre principalmente quando a pessoa quer dar a impressão de que é uma autoridade e podem provocar distração ou irritação no interlocutor, prejudicando a comunicação.
- Suposição acerca do receptor: Quando uma pessoa inicia a conversa do que supõe que a outra pessoa pensa ou sabe, a comunicação pode não se completar.
Os ruídos, ou obstáculos, decorrentes do receptor, são descritos a seguir, consoante a lição de Gil (2001, p.75-77):
- Audição seletiva: as pessoas concentram-se basicamente no que julgam importantes. Assim, palavras consideradas sem importância costumam ser desprezadas.
- Desinteresse: os assuntos abordados nas conversas nem sempre são interessantes e tendem a desligar-se quando alguém está falando de um assunto desinteressante.
- Avaliação prematura: uma pessoa ouve atentamente o início de uma mensagem e acredita estar em condições de avaliá-la globalmente. Pode ocorrer, entretanto, que ao longo de seu desenvolvimento o sentido da mensagem se altere sensivelmente.
- Preocupação com a resposta: por estarem mais preocupadas com a própria resposta, deixam de prestar atenção a certas partes da mensagem e retém parcialmente o conteúdo.
- Crenças e atitudes: quando crenças mais enraizadas são objeto de crítica, podem sentir-se ofendidos e mesmo ameaçados.
- Reação ao emissor: a reação à pessoa que fala também contribui para que se ouça menos do que foi dito. Nem sempre se é capaz de ouvir tudo o que as pessoas dizem.
- Preconceitos e estereótipos: preconceitos impedem a outra pessoa a oportunidade de falar. Antecipa-se o que ela pode ter a dizer ou simplesmente a descarta. Muitas vezes, supõe-se que tais pessoas não têm qualquer coisa importante para dizer.
- Experiências anteriores: aquilo que se ouve ou entende quando alguém fala é, em grande parte, resultado de experiências próprias, necessidades ou formação.
Assim, nos resta a alternativa "E", tendo os pontos acima como base. No caso daquela alternativa não vemos nenhum tipo de ruído ou barreira, pelo contrário, vemos algo que pode reduzir e até eliminar os ruídos na comunicação.
GABARITO: E
Fontes:
GIL, Antônio Carlos. Gestão de pessoas: enfoque nos papéis profissionais. São Paulo: Atlas, 2001