SóProvas


ID
2949121
Banca
FGR
Órgão
Prefeitura de Conceição do Mato Dentro - MG
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

            Estatuto da Criança e do Adolescente não é cumprido, avaliam especialistas

Em evento da série Diálogos Capitais, o defensor público Giancarlo Vay e o promotor Tiago de Toledo Rodrigues criticam a redução da maioridade penal


  Alvo de críticas por parte dos setores que defendem a redução da maioridade penal, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) não foi mal elaborado, mas é executado de forma defeituosa. O diagnóstico é do defensor público Giancarlo Vay e do promotor Tiago de Toledo Rodrigues, promotor da Vara de Infância e Juventude. (...)

  Para Tiago Rodrigues, o ECA é um projeto feito por pessoas de extrema competência, pesquisado por juristas do mundo inteiro, mas aplicado de maneira parcial e equivocada pelo poder público. “Como posso dizer que o projeto é ruim se ele não foi cumprido?", questionou o promotor. "Quem pode concluir pela falência de uma lei que não foi respeitada? Isso seria no mínimo um preconceito legislativo", disse.

   Em fevereiro, Rodrigues assinou com outros colegas o texto "A falência da Fundação Casa", no qual fez inúmeras críticas à instituição responsável pelos menores infratores de São Paulo, onde há elevados índices de reincidência, superlotação de unidades, frequentes rebeliões, notícias regulares de torturas, e insalubridade das condições de moradia, entre outros problemas.

  Vay também destacou a existência de uma série de violações dentro do processo de socialização do adolescente e lembrou que apenas este é responsabilizado. Com os governantes, que deveriam garantir condições para o desenvolvimento dos adolescentes, nada ocorre. “Infelizmente, [o sistema socioeducativo] serve para docilizar os corpos revoltados que não se adequam às normas sociais impostas", afirmou.

  Para Vay, a Proposta de Emenda à Constituição que reduz a maioridade penal de 18 para 16 anos em casos de crimes hediondos e foi aprovada em primeiro turno pela Câmara "está sendo vendida como uma panaceia para todos os problemas”. Rodrigues lembrou que há um sentimento de insegurança na sociedade e Vay atribuiu parte desse fenômeno a determinados veículos de imprensa.

  Segundo o defensor público, há uma “mídia marrom” que veicula cada dia mais reportagens sobre a violência, passando uma impressão de que a criminalidade é ainda maior.

  Um argumento muito utilizado pelos setores favoráveis à redução da maioridade penal é de que um jovem de 16 anos possui plena responsabilidade e consciência ao pegar uma arma e praticar um crime. Segundo Tiago Rodrigues, esse questionamento é simplista e trata de forma equivocada sobre o conceito de imputabilidade penal.

  “Imputabilidade penal é a capacidade de entender a si mesmo, o mundo que o cerca e ter maturidade para se comportar de acordo com esse entendimento, para refrear seus instintos", diz. "Reduzir a maioridade penal não pode ser admitido, porque entre os 16 e 18 anos não há suficiente maturidade para que o sujeito tenha uma responsabilização na condição de adulto", afirmou."E ele vai sofrer uma sanção, que pode ser, inclusive, de internação."

  Vay destacou o fato de que não há relação alguma entre o conceito de imputabilidade penal e a questão da consciência anteriormente indagada. “A proposta da Câmara que propõe reduzir a imputabilidade para somente alguns crimes é meio que esquisita, porque você tem a consciência de compreender a licitude de alguns atos, mas não teria a consciência para compreender de outros atos", diz. "É exatamente por essa razão que eu friso que a questão da imputabilidade penal nada tem a ver com a questão da consciência.”

Disponível em:  <http://www.cartacapital.com.br/dialogos-capitais/em-sao-paulo-carta-capital-debate-a-reducao-da-maioridadepenal-1006.html> Acesso em: 18/11/2015 Acesso em: 18/11/2015

Leia:

“(...) „Infelizmente, [o sistema socioeducativo] serve para docilizar os corpos revoltados que não se adequam às normas sociais impostas‟, afirmou. (...)”

Tendo em vista regência verbal, marque a alternativa CORRETA:

Alternativas
Comentários
  • a) Aspirar no sentido de almejar pede a preposição "a".

    b) Gabarito

    c) Pagar é verbo bitransitivo. "Quem paga, paga algo a alguém". No caso: Pagou "ao" oftalmologista.

    d) Preferir pede a preposição "a". Prefiro mais doces "a" salgados.

  • GABARITO: LETRA B

    A) Ludmila aspirava uma posição mais digna. >>> aspirar com sentido de almejar é um verbo transitivo indireto (exige o uso de uma preposição) >>> aspirava A uma posição mais digna. Aspirar com o sentido de cheirar é verbo transitivo direto: Aspirava o cheiro das rosas.

    B) A comissária a tudo assistia com os olhos esbugalhados. >>> assistir com o sentido de ver é verbo transitivo indireto e rege o uso da preposição: Assistia a tudo. Com o sentido de auxiliar é verbo transitivo direto: A enfermeira assistia (auxiliava) o médico na realização da cirurgia.

    C) O paciente ainda não pagou o oftalmologista. >>> quem paga, paga algo A alguém. O correto seria: ao oftalmologista. Imagine que haja um objeto direto: O paciente ainda não pagou (a conta) ao oftalmologista.

    D) Prefiro mais doces do que salgados. >>> quem prefere, prefere algo A alguma coisa. Lembrando que para uma construção de acordo com a norma-padrão é rejeitado o uso de intensificadores: Prefiro mais (está incorreto).

    Força, guerreiros(as)!!

  • A resposta da letra D do Ayrllan também está incorreta.

    O verbo Preferir rejeita expressão de intensidade (prefiro mais,prefiro mil vezes) o correto seria : Prefiro doces a salgados.

  • Gabarito''B''.

    O uso da expressão do que com o verbo preferir é considerado errado segundo a norma culta.

    Esse erro ocorre porque é feito, erradamente, um paralelismo entre o verbo preferir e o verbo gostar. Apesar de alguém gostar mais de uma coisa do que de outra coisa, esse tipo de comparação não ocorre com o verbo preferir, que expressa o sentido de escolher uma coisa entre várias outras coisas.

    Contudo, apesar de desabonada pela norma culta, a construção preferir do que é muito usada no dia a dia, inclusivamente por autores de renome, sendo considerada aceitável numa linguagem coloquial.

    Norma culta: Prefiro praia a piscina.

    Linguagem coloquial: Prefiro praia do que piscina.

    Norma culta: Prefiro sol a chuva.

    Linguagem coloquial: Prefiro sol do que chuva.

    Estudar é o caminho para o sucesso.

  • vixxiiii, agora lembrei de Carlos Zambeli. A regra do itau.