CERTO
Atualmente, a maioria dos países mantém suas embaixadas em Tel Aviv, justamente pela falta de consenso na comunidade internacional sobre o status de Jerusalém. A posição da maior parte da comunidade internacional, e dos Estados Unidos até o anúncio desta quarta, é a de que o status de Jerusalém deve ser decidido em negociações de paz.
No conflito entre Israel e palestinos, o status diplomático de Jerusalém, cidade que abriga locais sagrados para judeus, cristãos e muçulmanos, é uma das questões mais polêmicas e ponto crucial nas negociações de paz.
A cidade de Jerusalém é considerada sagrada para os cristãos, por ser o local da crucificação de Jesus Cristo. O Monte Calvário ficava próximo dos limites da cidade atual de Jerusalém. Para os muçulmanos é local onde o profeta Maomé ascendeu aos céus. Os judeus acreditam que a cidade foi declarada como capital do reino dos judeus pelo rei Davi e lá fica o templo que guarda a Arca da Aliança, onde estariam guardadas as tábuas dos Dez Mandamentos.
A Cidade Velha de Jerusalém abriga as 14 estações da Via Sacra de Jesus Cristo até o Santo Sepulcro; possui a mesquita de Al-Aqsa, o Muro das Lamentações, sinagogas e um pedaço do Templo de Jerusalém que foi construído por Herodes. Jerusalém é sagrada para três religiões.
Sendo assim, as disputas sobre o território estão relacionadas às crenças dos fiéis sobre quem chegou primeiro à região e quem teria mais legitimidade para ocupar o território. Ocorrem diferentes indícios de ocupação desde 3.200 a.C.; entretanto, não se sabe quem eram os primeiros ocupantes.
A região da Palestina foi ocupada pelo Reino Unido da Grã Bretanha, dos anos de 1920 a 1948, sendo a cidade de Jerusalém a capital do Mandato Britânico. Durante este período, judeus retornaram migrando para a região onde é o atual Estado de Israel.
Em 1947 a Assembleia Geral da ONU decidiu pelo plano de partilha da Palestina em um estado árabe e um estado judeu; e a cidade de Jerusalém foi considerada sob controle internacional. Este plano não foi implementado, pois assim que a independência da Palestina foi declarada iniciou-se a guerra árabe israelense. No fim do conflito Jerusalém foi dividida em parte ocidental sob controle de Israel e a parte oriental controlada pela Jordânia.
Israel capturou a parte oriental da cidade, na Guerra dos Seis Dias em 1967 e vem construindo assentamentos na parte oriental de Jerusalém, o que é ilegal segundo a comunidade internacional.
Os árabes e os judeus reivindicam os espaços de Jerusalém de acordo com as suas convicções sobre o pertencimento ao território. Assim continuam enfrentando dificuldades de executar o plano de partilha da Palestina, conforme acordado com a ONU, e por esse motivo as ações militares nunca acabaram na região.
O presidente dos Estados Unidos Donald Trump, depois de instalar a embaixada dos Estados Unidos na cidade de Jerusalém, declarou Israel como uma nação soberana com o direito de escolher a sua própria capital. Os israelenses consideram a cidade como sua capital “eterna e indivisível", desconsiderando os interesses e direitos dos palestinos na Terra Santa mais uma vez.
Segundo o secretário geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, quaisquer medidas unilaterais prejudicam qualquer perspectiva de paz entre os israelenses e palestinos. Também acredita que a solução para o conflito precisa ser resolvida por meio de negociações diretas entre as duas partes, com base em resoluções relevantes do Conselho de Segurança e da Assembleia Geral da ONU.
RESPOSTA: CERTO