Questão 2974252

• Banca: IBADE
• Órgão: Câmara de Porto Velho - RO
• Ano: 2018
• Provas: IBADE - 2018 - Câmara de Porto Velho - RO - Contador
• Disciplina: Português
• Assuntos: Orações subordinadas adjetivas: Restritivas, Explicativas; Sintaxe

Causos/3

Eduardo Galeano, em O Livro dos Abraços.

O que é a verdade? A verdade é uma mentira contada por Fernando Silva. Fernando conta com o corpo inteiro, e não apenas com palavras, e pode se transformar em outra gente ou em bicho voador ou no que for, e faz isso de tal maneira que depois a gente escuta, por exemplo, o sabiá cantando num galho, e a gente pensa: Esse passarinho está imitando Fernando quando imita o sabiá.

Ele conta causos da linda gente do povo, da gente recém-criada, que ainda tem cheiro de barro; e também causos de alguns tipos extravagantes que ele conheceu, como aquele espelheiro que fazia espelhos e se metia neles, se perdia, ou aquele apagador de vulcões que o diabo deixou zarolho, por vingança, cuspindo em seu olho.

Os causos acontecem em lugares onde Fernando esteve: o hotel que abria só para fantasmas, aquela mansão onde as bruxas morreram de chatice ou a casa de Ticuantepe, que era tão sombreada e fresca que a gente sentia vontade de ter, ali, uma namorada à nossa espera.

Além disso, Fernando trabalha como médico. Prefere as ervas aos comprimidos e cura a úlcera com plantas e ovo de pombo; mas prefere ainda a própria mão. Porque ele cura tocando. E contando, que é outra maneira de tocar. 

A oração subordinada adjetiva pode ter valor restritivo ou explicativo.

No trecho, a seguir, ela tem valor explicativo.

"... a casa de Ticuantepe, que era tão sombreada e fresca"

O mesmo acontece em:

• A. "Fernando quando imita o sabiá."
• B. "... alguns tipos extravagantes que ele conheceu ..."
• C. "... da gente recém-criada, que ainda tem cheiro de barro..." 
• D. "... o hotel que abria só para fantasmas ..."
• E. "... como aquele espelheiro que fazia espelhos ..."

Gabarito: C

Comentários

• O gabarito é a Letra C.

   

  O velho macete:

  Com vírgula >>> expliCativa

  Sem vírgula >>> reStritiva

   

  Como o "que" funciona como pronome relativo, não é uma conjunção integrante. Temos uma oração subordinada adjetiva. O "que" funciona como elemento anafórico que funciona morfologicamente como sujeito da oração. 

  Dentre os itens, a única com vírgula é a C. A FCC não costuma ser tão boazinha.

• Sem enrolação!

  ExpliCatiVa -> Com Vírgula. A única que possui vírgula é a letra C.

• GABARITO: LETRA C

  "... a casa de Ticuantepe, que era tão sombreada e fresca"

  ------> a diferença básica é a marca de pontuação (explicativa) e sem pontuação (restritiva)

  A) "Fernando quando imita o sabiá." -----> temos o "quando" marcando uma temporal.

  B) "... alguns tipos extravagantes que ele conheceu..." -----> sem pontuação (restritiva).

  C) "... da gente recém-criada, que ainda tem cheiro de barro..." ------> houve um erro, na questão original há uma vírgula, sendo uma subordinada adjetiva EXPLICATIVA (pontuação).

  D) "... o hotel que abria só para fantasmas ..." -----> sem pontuação (restritiva).

  E) "... como aquele espelheiro que fazia espelhos ..." -----> sem pontuação (restritiva).

  Força, guerreiros(as)!!

• Deu até medo de marcar essa pensando que seria uma pegadinha....

• GABARITO: LETRA C

  Quando o que puder ser substituído por o qual, a qual, os quais, as quais ---> ele será um PRONOME RELATIVO

  Se tenho um pronome relativo estou diante de uma ORAÇÃO SUBORDINADA ADJETIVA .

  Nesse caso ela poderá ser EXPLICATIVA ou RESTRITIVA

  Então a pontuação vai diferenciar se será explicativa ou restritiva

  Explicativas (com vírgulas) ;

  Restritivas (sem vírgulas)

  Cada uma tem um sentido: Explicativa (generaliza) ; Restritiva (restringe, especifica)

  FONTE: QC