SóProvas


ID
2980261
Banca
CETAP
Órgão
Prefeitura de São Miguel do Guamá - PA
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                              O que é ser menina na era digital


      Todos os dias, mais de 1 milhão de selfies são tiradas mundo afora. Os jovens se destacam como os maiores adeptos desses autorretratos da era virtual - e, entre eles, as meninas aparecem em primeiro lugar. De acordo com um estudo global que analisou cinco metrópoles - São Paulo, Bangcoc, Berlim, Moscou e Nova York-elas publicam mais fotos de si mesmas do que os rapazes. Na capital paulista, 65% das selfies são de mulheres, em sua maioria, jovens. É a cidade, entre as pesquisadas, com o maior percentual de meninas, que se autofotografam com um sorriso no rosto. O estudo foi batizado de Selfiecity (junção de selfie com city, a cidade das selfies).

      Não é de estranhar, portanto, que o mundo digital - em especial, o universo das redes sociais - venha transformando a maneira como as adolescentes amadurecem e se afirmam como mulheres. Essa é a tese por trás de dois livros publicados recentemente nos Estados Unidos. Em American Girls: Social Media and the Secret Life of Teenagers (em inglês: Meninas Americanas: Redes Sociais e a Vida Secreta das Adolescentes), a jornalista Nancy Jo Sales se dedica a explicar de que forma a experiência virtual, temperada por curtidas e selfies, influencia o modo como as garotas se veem e como se mostram ao mundo. Já Girls & Sex (Meninas e Sexo), de Peggy Orenstein, aborda um assunto ainda mais delicado: a maneira como os nudes (selfies tiradas sem roupa) transformaram e anteciparam a descoberta da sexualidade das garotas. As duas obras acendem um alerta para os pais, sobretudo os que estão criando filhas.

     Para Nancy Jo Sales, a busca por atenção no Facebook faz com que as meninas da era da internet “se sintam em um constante concurso de beleza.” Eis a definição de uma garota de 13 anos em depoimento incluído em American girls: “Todo mundo quer tirar uma selfie tão boa quanto as da Kardashian”. Segundo a escritora, as jovens querem ser reconhecidas como a famosa socialite Kim Kardashian, casada com o músico Kayne West e que em suas redes sociais mostra sua rotina de princesa. As adolescentes americanas, segundo Nancy Jo Sales, querem ser igual à socialite, pois para a maior parte deles, a vida ordinária e comum é a realidade mais imediata.

      Uma das versões brasileiras próxima de Kardashian é Gabriela Pugliesi, de 30 anos. Ela conquistou notoriedade sem exibir nenhum talento. Como alcançou a fama? Compartilhando fotos em que mostrava o corpo malhado. Em novembro passado, Gabriela teve a equivocada ideia de sugerir a seus seguidores (que só no Instagram somam 2,3 milhões) que vazassem fotos de amigas nuas caso elas não conseguissem ser “firmes” em suas dietas de emagrecimento. Vale lembrar: boa parte dos fãs de Gabriela é formada por meninas de seus 15 anos.

      Uma selfie - ou mesmo um nude - pode soar inocente, uma brincadeira da juventude, contudo suas consequências às vezes são trágicas. Em 2013, a gaúcha Giana Laura Fabi, de 16 anos, suicidou-se depois que se tornaram públicos retratos com seus seios à mostra - ela havia enviado as imagens a um rapaz via Skype. Uma análise de estudos realizados em doze países, feita pela Universidade de Queensland, na Austrália, mostrou que não receber likes em uma publicação gera ansiedade, e por vezes, depressão. Na opinião da autora, isso ocorre devido à pressão para que jovens mulheres “reduzam o valor que dão ao corpo e passem a vê-lo como uma coleção de partes que existem para agradar aos outros”. As selfies têm levado meninas à mesa de cirurgia: nos EUA houve um aumento de 71% no número de implantes no queixo em adolescentes porque as pacientes queriam ficar mais “bonitas” nos autorretratos digitais. Ser adolescente - e do gênero feminino -nunca foi fácil, o escritor alemão Johann Wolfgang von Goethe (1749-1832) dizia que a juventude é “embriaguez sem vinho”. Parece, entretanto, que o mundo conectado elevou a novos patamares os típicos problemas desta fase da vida.

                                             Fonte: Revista Veja, com reportagem de Luiza Donatelli.

“Todo mundo quer uma selfie tão boa quanto as da Kardashian.”


Sobre o excerto, é incorreto afirmar:

Alternativas
Comentários
  • a) O sujeito da oração principal é simples.

    R:Todo mundo quer uma selfie tão boa quanto as da Kardashian.” CORRETO

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    b) O verbo “querer” é transitivo direto.CORRETO

    R:Todo mundo QUER o quê? Uma selfie ..

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    c) As aspas, no texto, assinalam o discurso direto.CORRETO

    R: Eis a definição de uma garota de 13 anos em depoimento incluído em American girls:.“Todo mundo quer uma selfie tão boa quanto as da Kardashian.”Vejam que é reproduzido fielmente a fala da garota de 13 anos.

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    d) O artigo indefinido funciona como adjunto adnominal..CORRETO

    R:“Todo mundo quer uma selfie tão boa quanto as da Kardashian. Perfeito porque acompanha um substantivo.

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    e) A oração “tão boa quanto as de Kardashian” é subordinada adverbial proporcional.INCORRETA

    O erro é em falar que ela é proporcional,na verdade ela é COMPARATIVA.

  • GABARITO: LETRA E

    ===> a questão pede uma alternativa INCORRETA: Todo mundo quer uma selfie tão boa quanto as da Kardashian

    A) O sujeito da oração principal é simples. ===> quem quer? Todo mundo (sujeito simples).

    B) O verbo “querer” é transitivo direto. ===> o quê todo mundo quer? Uma selfie... (objeto direto, do verbo transitivo direto "quer").

    C) As aspas, no texto, assinalam o discurso direto. ===>  Eis a definição de uma garota de 13 anos em depoimento incluído em American girls: “Todo mundo quer tirar uma selfie tão boa quanto as da Kardashian” ===> o discurso direto consiste na reprodução de maneira integral, podendo ser usado os travessões e também as vírgulas.

    D) O artigo indefinido funciona como adjunto adnominal. ===> artigo definido "uma" com função sintática de adjunto adnominal.

    E) A oração “tão boa quanto as de Kardashian” é subordinada adverbial proporcional. ===> ERRADA ===> tão...quanto (temos uma oração subordinada adverbial comparativa).

    Força, guerreiros(As)!!

  • Os artigos - definidos e indefinidos - exercem SEMPRE função sintática de adjunto adnominal, pois quaisquer palavras acompanhadas de artigo ou são substantivos ou são palavras substantivadas. Portanto, está correta a informação na alternativa D. Quanto à última, há comparação (observe a estrutura comparativa 'tão...quanto').

    Letra E

  • alguém pode me explicar por que a letra E não pode ser uma substantiva objetiva direta? ://
  • ERAS, ERREI POR FALTA DE ATENÇÃO

  • Tão quanto --> subordinada adverbial proporcional