SóProvas


ID
2992696
Banca
IF-TO
Órgão
IF-TO
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

A jaula tem 1 metro de largura por 1,8 de comprimento. É do tamanho de uma geladeira. A porca reprodutora, um enorme animal de 14 kg, mal consegue se mexer ali dentro. Passa a vida inteira deitada, sem andar, com as patas atrofiadas. Ela só sai para parir — em outra jaula. Com menos de um mês, os filhotes são desmamados à força, e a porca é inseminada de novo. Esse processo se repete cinco, seis, sete vezes. Só para quando ela não consegue mais engravidar, e então é descartada como uma máquina velha. Em laboratórios de pesquisa, coelhos são totalmente imobilizados, sem poder sequer piscar, enquanto cientistas pingam substâncias em seus olhos. A tortura pode durar horas ou dias a fio até que, no fim do teste, o animal é sacrificado — a morte boa que vem em  seu socorro. As granjas não têm interesse em criar os pintinhos machos, pois eles demoram mais para engordar do que as fêmeas. E por isso são jogados, logo ao nascer, em sacos plásticos ou moedores de carne, para que morram sufocados ou sejam estraçalhados vivos.

Esses são só três exemplos dos maus-tratos que os bichos sofrem no mundo moderno. Há muitos outros. Ao longo do século 20, as indústrias alimentícia e farmacêutica elevaram a exploração animal a um patamar assustador. Mas não precisa ser assim. Nem sempre é necessário utilizar cobaias em estudos científicos — e, nos casos em que ainda é, isso não precisa ser feito com crueldade e indiferença. 95% da população mundial come, e provavelmente vai continuar comendo, carne. Mas isso não significa que bois, porcos e galinhas precisem ser criados, e abatidos, de forma desumana. A novidade é que, pressionada pelos consumidores e por novas leis, a indústria parece ter entendido isso. E finalmente, após décadas encarando os animais como objetos, começou a repensar o tratamento deles. Um conjunto de novas tecnologias e procedimentos, que deverão entrar em vigor já nos próximos anos, promete reduzir bastante o sofrimento animal.

Szklarz, Eduardo; Garattoni, Bruno. Maus-tratos aos animais. Superinteressante, São Paulo, ano 32, n. 395, p. 26–35, nov. 2018. (fragmento)

“As granjas não têm interesse em criar os pintinhos machos, pois eles demoram mais para engordar do que as fêmeas.” (l. 17–19) O trecho destacado expressa

Alternativas
Comentários
  • “As granjas não têm interesse em criar os pintinhos machos, pois eles demoram mais para engordar do que as fêmeas.”

    Pois antes do verbo e depois da virgula é explicativo.

    PAVE

    Pois

    antes de

    verbo

    explicação

    GABARITO E

  • GABARITO: LETRA E

    “As granjas não têm interesse em criar os pintinhos machos, pois eles demoram mais para engordar do que as fêmeas.”

    ===> temos, em destaque, uma oração coordenada adverbial EXPLICATIVA, marcada por uma conjunção coordenativa explicativa "pois."

    ===> observamos pelo sentido da frase o valor explicativo: Explica-me por que as granjas não têm interesse em criar pintinhos machos? AÍ VEM A EXPLICAÇÃO.

    FORÇA, GUERREIROS(AS)!!

  • Apesar de o GABARITO ser a LETRA E, eu tenho minhas dúvidas se a oração pois eles demoram mais para engordar do que as fêmeas não tem mais "cara" de causa do que de explicação. Explico:

    Ex.: A rua está molhada, porque choveu (a chuva - que vem antes - é a causa da rua molhada)

    Ex.: Choveu aqui, porque a rua está molhada (a rua molhada - que vem depois - não é causa da chuva)

    Na oração destacada, o fato de eles demorarem mais para engordar do que as fêmeas vem antes do fato de as granjas não terem interesse em criar pintinhos machos. O (não) interesse é posterior ao fato de os pintos demorarem mais para engordar do que as fêmeas,

    Por essa razão, com o devido respeito, eu marcaria na prova a letra C (causa).

  • Exato.

    “As granjas não têm interesse em criar os pintinhos machos, pois eles demoram mais para engordar do que as fêmeas.”

    Pois antes do verbo e depois da virgula é explicativo.

    PAVE

    Pois

    antes de

    verbo

    explicação

    GABARITO E

  • Também marcaria a letra E, pois conclui o mesmo que o colega Alex Muller. Já que o fato de os pintinhos demorarem para engordar faz com que as granjas não tenham interesse, por isso entendi como sendo O.S.S Adv. de Causa.

  • A frase pois eles demoram mais para engordar do que as fêmeas constitui-se em ORAÇÃO COORDENADA SINDÉTICA EXPLICATIVA, e não uma oração coordenada adverbial explicativa como menciona o colega Arthur Carvalho. Só um adendo. Gabarito letra E.

  • Pensei da seguinte forma: Pois = Porque (usado em frases de explicação)

  • Gab: E

    > Conjunções explicativas: porque; pois (antes do verbo); porquanto; que; já que; visto que; dado que; uma vez que; isto é; ou seja; na verdade; a saber;

    > Subordinativas causais: porque, que, como (= porque, no início da frase), pois que, visto que, uma vez que, porquanto, já que, desde que, etc

  • É UMA QUESTÃO SUBJETIVA (DEPENDE DA INTERPRETAÇÃO DE CADA UM). Pode ser causa ou explicação, tanto faz! Bancas maiores evitam esse tipo de questão (causa x explicação) porque sempre chove recurso.

  • Letra E

    O uso da vírgula demarca uma explicação.

  • Fui logo na fome da CAUSA.

  • GABARITO: LETRA E.

    Pois antes de verbo = Explicação.

  • Tem que jogar cara ou coroa na hora da prova, a banca escolhe entre causa e explicação arbitrariamente.

  • LETRA E

  • LETRA E

  • Em 09/08/19 às 10:10, você respondeu a opção C.! Você errou!

    Em 10/07/19 às 13:51, você respondeu a opção C.! Você errou!

    Tenso.

  • FOCO!

    nem adianta explicar o gabatito.

    Há AMBIGUIDADE, e isso quem nao quer ver vc fora da caixa nao explica!

    TA na hora de parar de socar gabarito aqui e ser mais franco gente, pois nem todo mundo tem estas malícias do concurso público. E precisam de informação verdadeira!

    Ou seja, causa e explicação na mesma questão sempre vai da ruim.....

  • A Professora Izabel ensina muito bem esse assunto.

  • Exato Ravi! Os próprios gramáticos, como o Bechara, dizem que é uma linha muito tênue entre causa e explicação, não há limites claros, trata-se de uma discussão acadêmica. Por isso a banca explorar isso é pedir pro candidato entrar com recurso, e com razão.