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ID
299845
Banca
FCC
Órgão
TRT - 14ª Região (RO e AC)
Ano
2011
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Meios e fins

O crítico José Onofre disse uma vez que a frase “não se
faz uma omelete sem quebrar ovos” é muito repetida por gente
que não gosta de omelete, gosta do barulhinho dos ovos sendo
quebrados. Extrema esquerda e extrema direita se parecem não
porque amam seus ideais, mas porque amam os extremos, têm
o gosto pelo crec-crec.
A metáfora da omelete é “o fim justifica os meios”, em
linguagem de cozinha. O fim justificaria todos os meios extre-
mos de catequização e purificação, já que o fim é uma humani-
dade melhor – só variando de extremo para extremo o conceito
de “melhor”.
Todos os fins são nobres para quem os justifica, seja
uma sociedade sem descrentes, sem classes ou sem raças
impuras. O próprio sacrifício de ovos pelo sacrifício de ovos tem
uma genealogia respeitável, a ideia de regeneração (dos outros)
pelo sofrimento e pelo sangue acompanha a humanidade desde
as primeiras cavernas. Ou seja, até os sádicos têm bons
argumentos. Mas o fim das ideologias teria decretado o fim do
horror terapêutico, do mito da salvação pela purgação que o
século passado estatizou e transformou no seu mito mais
destrutivo.
O fracasso do comunismo na prática acabou com a des-
culpa, racional ou irracional, para o stalinismo. O tempo não
redimiu o horror, o fim foi só a última condenação dos meios.

(Adaptado de: Luis Fernando Verissimo, O mundo é bárbaro)


Está adequada a correlação entre tempos e modos verbais na frase:

Alternativas
Comentários
  • O futuro do subjuntivo que indica possibilidade não realizada no momento em que se fala ou escreve relaciona-se com o futuro do presente do indicativo na expressão de fatos condicionados cuja realização julgamos possível.
  • a) Um fim talvez justificaria os meios caso estes implicarem sacrifícios que não se distribuam desigualmente.


    implicassem - por causa de caso, que remete a uma possibilidade, portanto o verbo deve estar no modo subjuntivo.
    • b) Ele acredita que haverão de justificar-se todos os meios quando os fins representarem um ganho de alcance coletivo.


    • c) Tão logo fossem denunciados os horrores do stalinismo, os comunistas devem ter revisto suas antigas convicções.
    A construção está expondo algo que deveria ser acontecido. Portanto modo subjuntivo - deveriam.
    • d) Será que alguém acreditou que uma sociedade sem classes e sem preconceitos possa ter-se formado num regime autoritário?
    poderia e não possa - subjuntivo e nao indicativo
    • e) Se a catequese pudesse propagar a fé religiosa sem recorrer à intimidação, talvez os convertidos tenham sido mais numerosos.

    tivessem e nao tenham.
  • Será q na D não caberia " pudesse" tbm?
  • Acho que não. Como "acreditou" está no indicativo, o outro verbo deve estar no indicativo também.

    Sempre o 2º verbo vem em um tempo posterior ao tempo do 1° verbo.

    Neste caso o 1º está no passado simples, e o 2º deveria estar no futuro do passado.
  • Presente do Indicativo+ Presente do subjuntivo 

    Pretérito Perfeito do Indicativo+Pretérito Imperfeito do Indicativo

    Pretérito Perfeito do Indivativo+Pretérito Imperfeito do Subjuntivo

    Futuro do Presente do Indicativo+Futuro do Subjuntivo

    Futuro do Pretérito do Indicativo+Pretérito Imperfeito do Subjuntivo

    Pretérito mais-que-perfeito do Indicativo+Pretérito Imperfeito do Indicativo


    ;)
  • Corrigindo:

     

    (A) Um fim talvez justificaria os meios caso estes implicassem sacrifícios que não se distribuíssem desigualmente.

     

    A alternativa (B) é a correta. Perceba que os verbos no presente e no futuro combinam perfeitamente.

    Ele acredita que haverão de justificar-se todos os meios quando os fins representarem um ganho de alcance coletivo.

     

    (C) Tão logo fossem denunciados os horrores do stalinismo, os comunistas deveriam ter revisto suas antigas convicções.

     

    Na alternativa (D), note que  o pretérito perfeito “acreditou” força o próximo verbo para o pretérito imperfeito do subjuntivo (pudesse):

    Será que alguém acreditou que uma sociedade sem classes e sem preconceitos pudesse ter-se formado num regime autoritário?

     

    (E) Se a catequese pudesse propagar a fé religiosa sem recorrer à intimidação, talvez os convertidos teriam sido mais numerosos.