SóProvas


ID
3000370
Banca
FUNCERN
Órgão
Prefeitura de Jardim de Piranhas - RN
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                     Futuro a distância


      A aura de sacralidade que envolve o corpo humano e, por extensão, a prática médica enfrenta seguidos desafios postos por inovações técnicas, como a telemedicina, hoje, ou a reprodução assistida, no passado. A inquietação daí surgida justifica prolongar o debate, mas não afastar indefinidamente futuros aperfeiçoamentos.

      O Conselho Federal de Medicina (CFM) baixara resolução, para entrar em vigor em maio, regulamentando o atendimento a distância. Foram tantas as reações contrárias e de questionamento que a norma foi revogada, pois não haveria tempo hábil para processar todas as objeções e sugestões.

      Mas muito do que se regulamentava ali já existe como praxe de mercado, caso de consultas remotas. Embora exame físico e anamnese presencial constituam os fundamentos básicos da relação entre médico e paciente, existem casos em que são dispensáveis (como na entrega de resultados de testes laboratoriais) ou ficam impossibilitadas pela distância.

      A resolução do CFM estipulava regras para esse tipo de encontro, como ser necessariamente precedido por um contato pessoal, contar com autorização do paciente e ficar gravado em meio digital. Fixava, ainda, normas para outros procedimentos, como telecirurgias.

     Algumas questões levantadas fazem sentido, como a obrigatoriedade de gravação da teleconsulta. Se não se exige tal coisa em encontros presenciais, por que fazê-lo quando se recorre a meios tecnológicos? Abre-se flanco considerável para deslizes de privacidade e se reforça o preconceito retrógrado contra a modalidade inovadora.

      Por detrás da aparente preocupação com a qualidade do atendimento, está a suspeita, oculta-se o zelo corporativo que tantas vezes resiste ao aumento de produtividade. Não há mal algum em banalizar (no bom sentido da palavra) a telemedicina, se isso não acarretar prejuízo ao doente.

      Não são raras as consultas, hoje em dia, em que o médico dispensa uma conversa atenta e a interação física com pacientes em favor da realização de exames laboratoriais ou de imagem. Identifica-se algo de tecnocrático e desumanizador nesse tipo de relacionamento, com alguma dose de razão.

      Admitindo que seja necessário combater tal tendência, a melhor maneira de fazê-lo seria rever o tipo de formação oferecida nas faculdades de medicina, como já se faz em alguns estabelecimentos. Não será com obstáculos à tecnologia, quando ela se provar mais útil e barata, que se reduzirá o distanciamento entre médicos e pacientes.

                            Disponível em:<www1.folha.uol.com.br> . Acesso em: 08 mar. 2019.

Algumas questões levantadas fazem sentido, como a obrigatoriedade de gravação da teleconsulta. Se não se exige tal coisa em encontros presenciais, por que fazê-lo quando se recorre a meios tecnológicos? Abre-se flanco considerável para deslizes de privacidade e se reforça o preconceito retrógrado contra a modalidade inovadora.


Sobre esse parágrafo, é correto afirmar:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA A

    ===> A resolução do CFM estipulava regras para esse tipo de encontro, como ser necessariamente precedido por um contato pessoal, contar com autorização do paciente e ficar gravado em meio digital. Fixava, ainda, normas para outros procedimentos, como telecirurgias.

       Algumas questões levantadas fazem sentido, como a obrigatoriedade de gravação da teleconsulta. Se não se exige tal coisa em encontros presenciais, por que fazê-lo quando se recorre a meios tecnológicos? Abre-se flanco considerável para deslizes de privacidade e se reforça o preconceito retrógrado contra a modalidade inovadora.

    ===> FAZER ISSO (a obrigatoriedade de gravação da teleconsulta);

    ===> TAL COISA (a obrigatoriedade de gravação da teleconsulta).

    FORÇA, GUERREIROS(AS)!!

  • Discordo do gabarito, e vejo a questão como nula.

    O enunciado da questão deixa claro que devemos levar em conta apenas a informação referente ao paragrafo transcrito.

    Algumas questões levantadas fazem sentido, como a obrigatoriedade de gravação da teleconsulta. Se não se exige tal coisa em encontros presenciais, por que fazê-lo quando se recorre a meios tecnológicos? Abre-se flanco considerável para deslizes de privacidade e se reforça o preconceito retrógrado contra a modalidade inovadora.

    Ao lermos o paragrafo, fica claro que o referente da expressão "TAL COISA" é a passagem "A OBRIGATORIEDADE DE GRAVAÇÃO DA TELECONSULTA".

    Mas o contexto e a construção do paragrafo deixa explicito que ao proferir "POR QUE FAZÊ-LO" o texto refere-se à exigência de obrigatoriedade de gravação, de modo que temos "SE NÃO SE EXIGE ISSO EM ENCONTROS PRESENCIAS, POR QUE EXIGIR QUANDO SE RECORRE A MEIOS TECNOLÓGICOS ?"

    Orlando Guimarães, mantenho minha posição de discordância referente ao gabarito. A informação retomada por "tal coisa" é um substantivo "a obrigatoriedade de gravação da teleconsulta", enquanto a informação retomada por "-lo" é uma ação verbal "...exigir a obrigatoriedade de...".

    O enunciado é vago e pouco preciso em sua solicitação, não cabe ao candidato o dever de adivinhar qual a abrangência solicitada quando a banca não o faz de forma clara.

  • O gabarito não está errado, colega ivan lucas.

    É claro que "tal coisa" retoma "a obrigatoriedade" e que "-lo" retoma "exige", de modo que "tal coisa" e "-lo" não retomam a mesma palavra, visto que "obrigatoriedade" é um substantivo e que "exige" é um verbo. No entanto, o gabarito diz:

    "tal coisa e -lo retomam a mesma informação"

    O gabarito se refere à informação contida. Ora, as informações contidas são, respectivamente, "obrigatoriedade de gravação" e "se exige obrigatoriedade de gravação". Esta, pelo contexto, indica que há obrigatoriedade (afinal, foi uma das questões levantadas, como diz o primeiro período do texto), aquela indica a exigência (de obrigatoriedade) feita por um sujeito indeterminado, indicado pela partícula "se" atraída para antes do verbo por conta do fator de próclise. Note que, no que tange à semântica, dizer que há obrigatoriedade equivale a dizer que um sujeito indeterminado exige obrigatoriedade, é a mesma informação.

    A questão não especifica se o candidato deve analisar apenas a morfologia, portanto não há erro no gabarito.