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ID
3004090
Banca
Itame
Órgão
Prefeitura de Avelinópolis - GO
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                            Iracema


                                                                                                            José de Alencar

Capítulo 2

Além, muito além daquela serra, que ainda azula no horizonte, nasceu Iracema. Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna e mais longos que seu talhe de palmeira.

[...]

Mais rápida que a ema selvagem, a morena virgem corria o sertão e nas matas do Ipu, onde campeava sua guerreira tribo, da grande nação tabajara. O pé grácil e nu, mal roçando, alisava apenas a verde pelúcia que vestia a terra com as primeiras águas. Um dia, ao pino do Sol, ela repousava em um claro da floresta. Banhava-lhe o corpo, a sombra da oiticica, mais fresca do que o orvalho da noite. [...]

[...]

Rumor suspeito quebra a doce harmonia da sesta. Ergue a virgem os olhos, que o sol não deslumbra; sua vista perturba-se.

Diante dela e todo a contemplá-la, está um guerreiro estranho, se é guerreiro e não algum mau espírito da floresta. Tem nas faces o branco das areias que bordam o mar; nos olhos o azul triste das águas profundas. Ignotas armas e tecidos ignotos cobrem-lhe o corpo.

Foi rápido, como o olhar, o gesto de Iracema. A flecha embebida no arco partiu. Gotas de sangue borbulham na face do desconhecido.

De primeiro ímpeto, a mão lesta caiu sobre a cruz da espada; mas logo sorriu. [...]

O sentimento que ele pôs nos olhos e no rosto, não o sei. Porém a virgem lançou de si o arco e a uiraçaba, e correu para o guerreiro, sentida da mágoa que causara.

A mão que rápida ferira, estancou mais rápido e compassiva o sangue que gotejava. Depois Iracema quebrou a flecha homicida: deu a haste ao desconhecido, guardando consigo a ponta farpada.

O guerreiro falou:

- Quebras comigo a flecha da paz?

- Quem te ensinou, guerreiro branco, a linguagem dos meus irmãos? Donde vieste a estas matas, que nunca viram outro guerreiro como tu?

- Venho de bem longe, filha das florestas. Venho das terras que teus irmãos já possuíram, e hoje têm os meus.

- Bem-vindo seja o estrangeiro aos campos dos tabajaras, senhores das aldeias, e à cabana de Araquém, pai de Iracema.

[...]

                      ALENCAR, José de. Iracema. São Paulo: Ciranda Cultural, [s.d]. p. 5-7

Considerando o significado contextual das palavras no texto, o trecho: “Rumor suspeito quebra a doce harmonia da sesta.” Pode ser substituído sem prejuízo de sentido por:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA A

    Banhava-lhe o corpo, a sombra da oiticica, mais fresca do que o orvalho da noite. [...]

    [...]

    Rumor suspeito quebra a doce harmonia da sesta. Ergue a virgem os olhos, que o sol não deslumbra; sua vista perturba-se.

    ===> Foi causado um RUÍDO ESTRANHO, observem que a letra "d" diz: BARULHO NORMAL, o que traz o erro da alternativa.

    FORÇA, GUERREIROS(AS)!!

  • GABARITO: LETRA A.

    Ruído estranho quebra o nectáreo harmônico da sesta.

  • Que bobagem.

  • COMPLEMENTO: Significado da palavra acre:

    adjetivo

    Que tem muita acidez; picante, ácido: frutas acres; odor acre.

    Rude, desagradável.

    FONTE: https://www.dicio.com.br/acre/

  • A

    Nectáreo é sinônimo de: doce, meloso, açucarado, adoçado, dulcificado, adocicado...

  • É fumar muita pedra... meu deus...

  • Ruído: 1 barulho, estrondo, zumbo, soada, estampido, estrépito, fragor, ruído, soído, sonido, zunido, zoada
  • Aff...