SóProvas


ID
3028471
Banca
FUNCERN
Órgão
Prefeitura de Jardim do Seridó - RN
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                       HIV: vitórias para uns, sentença de morte para outros

                                                                                                                 Florence Anam

      Foi instituído, no dia 1º de dezembro, há 30 anos, o Dia Mundial de Luta contra a AIDS, uma data observada desde os anos 80, quando o diagnóstico do HIV era uma sentença de morte e os antirretrovirais que salvam vidas eram um sonho distante. A reflexão que farei a seguir é compartilhada pelas equipes de saúde nos projetos de HIV e tuberculose da organização Médicos Sem Fronteira na África Subsaariana, em partes da Ásia e na Europa Oriental, vislumbrando um futuro incerto.

      O mundo se acostumou a notícias que apresentavam a resposta ao HIV como um sucesso. Certamente, em alguns lugares, particularmente no norte global, não há como comparar a situação de hoje com 30 anos atrás. Mas, se os últimos 20 anos forem conhecidos como a "revolução do tratamento do HIV" com seus enormes avanços no acesso a fármacos e ferramentas de prevenção graças ao vigoroso financiamento internacional, do nosso ponto de vista, tememos entrar na era do "retorno da AIDS". A impressão geral pode ser que o pior já passou, mas isso não é verdade.

      Este ano, o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (UNAIDS) relata que 75% dos 36,9 milhões de pessoas que vivem com o HIV sabem da sua condição, em comparação com apenas dois terços (67%) em 2015, e 59% das pessoas têm acesso ao tratamento. No entanto, um lado terrível dessa narrativa positiva de sucesso está surgindo. O progresso global acerca do HIV permanece grosseiramente desigual. Existem também indícios preocupantes de que os doadores de recursos financeiros internacionais estão agora desvinculando-se da luta contra o HIV.

      Quase 1.000.000 de pessoas que vivem com o HIV morreram de AIDS em 2017, apesar da ciência, ferramentas e diagnósticos disponíveis. O número global de mortes pelas consequências da infecção do vírus mal diminuiu nos últimos anos. A meta global de 150 mil mortes a menos por ano paira no horizonte como uma miragem. O número de mortes por Aids em países onde MSF trabalha continua a ser surpreendente: 17 mil mortes na República Democrática do Congo, 5,1 mil mortes na Guiné, 28 mil mortes no Quênia, 39 mil mortes no Maláui, 70 mil mortes em Moçambique e 126 mil mortes na África do Sul. Hoje, 30% a 40% das pessoas em todo o mundo que testam positivo para o HIV e iniciam o tratamento o fazem com uma contagem de CD4 alarmantemente baixa (abaixo de 200), um indicador de falha imunológica grave, e estão em risco de morte.

      O que é diferente hoje em dia é que grande parte das pessoas que se apresentam nas piores fases da Aids já conhece o seu estado soropositivo, com a maioria já fazendo uso dos antirretrovirais. Nos hospitais apoiados por MSF que atendem pacientes com Aids, boa parte deles já estava em tratamento: Kinshasa (DRC) 71%, Conakry (Guiné) 62%, Homa Bay (Quênia) 60% e Nsanje (Maláui) 67% dos pacientes. Os desafios inevitáveis do tratamento diário, juntamente com os sistemas de saúde que lutam para apoiá-los adequadamente, levam a que as pessoas experimentem uma "falha no tratamento", quando interrompem o processo ou a terapêutica deixa de funcionar para eles. Na pior das hipóteses, uma proporção significativa desenvolveu resistência ao tratamento existente.

      No entanto, sem o reconhecimento político de um número elevado e continuado de mortes por Aids, não veremos acontecerem ações práticas necessárias para as ajudar as pessoas que vivem com o HIV. Medidas para lidar efetivamente com a Aids "contemporânea" permanecem claramente ausentes da atual resposta ao vírus. Centros de saúde e hospitais devem ser equipados para fornecer testes rápidos e tratamento para pessoas em fases avançadas do HIV, e, uma vez recuperados, orientá-los de volta ao tratamento estável ao longo da vida, com um grupo de medicamentos de segunda e terceira linha quando necessário.

      Ao mesmo tempo, observações de colegas de MSF e ativistas do HIV na África Subsaariana também indicam os primeiros sinais do impacto mortal de uma queda acentuada no financiamento internacional que afetará milhões de vidas nos próximos anos. Em países dependentes de doadores internacionais de recursos, especificamente dos antirretrovirais, um déficit de financiamento internacional para o combate ao HIV e uma redução do tratamento parecem iminentes no momento mais crucial. Enquanto os últimos 20 anos viram uma geração de vidas salvas graças à solidariedade internacional, hoje uma nova geração corre o risco de ser perdida quando os doadores se desconectam da causa.

      Sem recursos adicionais, países como a República Centro-Africana e a Guiné serão forçados a reduzir as taxas de iniciação (quando a pessoa inicia pela primeira vez o tratamento), em vez de acelerar urgentemente a ampliação necessária dos programas de HIV, ao mesmo tempo que enfrentam déficits de financiamento do Fundo Global de Combate à AIDS, Tuberculose e Malária nas suas alocações de 2018- 2020.

      Muito tem sido dito recentemente sobre a importância do teste de HIV, mas ele não pode ser visto isoladamente do atual contexto de financiamento. Sem recursos para garantir o impulsionamento e apoio ao tratamento de pessoas com HIV, o conhecimento do estado soropositivo é um verdadeiro dilema. As pessoas que testam positivo para o vírus devem ter acesso ao tratamento, dentro dos sistemas de saúde ou postos comunitários com suporte para dar o atendimento. Sem compromisso político e financiamento contínuo, não haverá aumento de testes e tratamento - nem redução de mortes relacionadas à Aids.

      O Dia Mundial de Luta Contra a AIDS, celebrado neste mês, é sobre solidariedade internacional com pessoas que continuam a lutar pela sobrevivência, numa batalha contra barreiras de negligência e discriminação. Estas são as pessoas e pacientes que precisam da nossa atenção. O Dia Mundial de Luta Contra a Aids 2018 é sobre eles, aqueles que continuam a morrer na sombra do sucesso.

                Disponível em: <https://brasil.elpais.com/brasil> . Acesso em: 17 dez. 2018. 

Há palavra em que o acento gráfico indica flexão de número em

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA D

    → Este ano, o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (UNAIDS) relata que 75% dos 36,9 milhões de pessoas que vivem com o HIV sabem da sua condição, em comparação com apenas dois terços (67%) em 2015, e 59% das pessoas têm acesso ao tratamento.

    → "têm" acento diferencial, marca o plural do verbo → ELES TÊM (terceira pessoa do plural do presente do indicativo); ELE TEM (terceira pessoa do singular do presente do indicativo).

    FORÇA, GUERREIROS(AS)!! ☻

  • Tem deverá ser usado quando o sujeito for singular: ele tem; ela tem; você tem.

    Têm deverá ser usado quando o sujeito for plural: eles têm; elas têm; vocês têm.

    -------

    Conjugação dos verbos derivados do verbo ter. Os verbos derivados dos verbos ter são conjugados com acento agudo na 3.ª pessoa do singular e com acento circunflexo na 3.ª pessoa do plural.

    Verbo manter: ele mantém, eles mantêm;

    Verbo conter: ele contém, eles contêm;

    Verbo obter: ele obtém, eles obtêm;

    Verbo deter: ele detém, eles detêm;

    Verbo reter: ele retém, eles retêm. 

    Verbo vir e com os seus derivados:

    Verbo vir: ele vem, eles vêm;

    Verbo convir: ele convém, eles convêm;

    Verbo provir: ele provém, eles provêm;

    Verbo advir: ele advém, eles advêm.

    ---------

    GAB (D): ...59% das pessoas têm acesso ao tratamento.

  • Letra D

  • Para quem assim como eu errou a questão pela perguntar conter a palavra "Flexão de Número", aqui vai um simples conceito:  Flexão de Número do Substantivo. Em português, há dois números gramaticais: O singular, que indica um ser ou um grupo de seres; O plural, que indica mais de um ser ou grupo de seres.

  • Não vou mentir que dei uma "boiada" na questão. Mais pela encheção de linguiça do que outra coisa, pois sabemos que o o verbo "ter" não modifica a sua estrutura ortográfica por completo, necessitando apenas da colocação do acento para indicar a flexão em número plural, ou seja, TÊM.

    PORTANTO, GABARITO LETRA D DE DODÓI.

  • TÊM = PLURAL.

    TEM = SINGULAR.

  • nao sei pq a D

  • Fernando "Têm" é uma forma verbal do verbo "ter" flexionada no plural, enquanto "Tem", é a forma verbal no singular do verbo ter. Plural e singular indicam flexões quanto ao número nos verbos.

  • Tem => Sujeito Singular => Exemplo: Ele tem uma casa.

    Têm => Sujeito Plural => Exemplo: Eles têm uma casa.

    Bom estudo !!!

  • REGRA GERAL: A maioria dos acentos diferenciais desapareceram,contudo,permanecem em:

    1) Pôde (pretérito) Vs. Pode (presente)  

    2) Pôr (verbo) Vs. Por (preposição) 

    3) Têm e vêm (plural) Vs. Tem e Vem (singular)

    Gabarito: D

  • Questão mamão com açúcar.

  • Traduzindo: flexão de número= acento diferencial.

    Sucesso!

  • Assertiva d

    Este ano, o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (UNAIDS) relata que 75% dos 36,9 milhões de pessoas que vivem com o HIV sabem da sua condição, em comparação com apenas dois terços (67%) em 2015, e 59% das pessoas têm acesso ao tratamento.

  • Têm- plural

  • GABARITO LETRA D!

    Este ano, o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (UNAIDS) relata que 75% dos 36,9 milhões de pessoas que vivem com o HIV sabem da sua condição, em comparação com apenas dois terços (67%) em 2015, e 59% das pessoas têm acesso ao tratamento.

    "têm" plural - "tem" singular.

    Só suporta o processo quem vive de propósito!