SóProvas


ID
3044257
Banca
AOCP
Órgão
UEFS
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Ela lembra tudo e sofre com isso, mostra "A Mulher que Não Consegue Esquecer"

                                                                                                         Livraria da Folha


      No curioso caso de Jill Price, o médico James McGaugh diagnosticou o primeiro caso de síndrome de "hipermemória". O caso, descrito pelo autor Bert Davis, está no livro "A Mulher que Não Consegue Esquecer".

      O que é hipermemória? É um distúrbio que faz com que a pessoa não esqueça nada do que viveu, nem tampouco dos sentimentos que experimentou. Todos os erros e acertos, todas as alegrias e tristezas... Tudo continua vivo, colorido, presente.

      Quando nos convém, olhamos para o céu, apertamos as mãos entre elas e murmuramos como seria bom ter uma memória cinematográfica. [...] Contudo, quando os acontecimentos não são dos melhores, o que todos querem é esquecer.

      A memória é personagem de episódios familiares, desgraças históricas, da formação e confirmação de sua própria existência. Diversos livros e filmes já trataram do assunto, além de filósofos, psiquiatras e psicanalistas que conflitam as produções de imagens que ora estão recalcadas no inconsciente ora estão presentes e vivas em nossa mente.

      No caso da "A Mulher que Não Consegue Esquecer", Jill se lembra do que comeu na semana passada, de diálogos do filme favorito e muito mais. Ela se recorda de datas de acidentes aéreos, o que passou em determinada segunda-feira na televisão, além de conseguir se lembrar com precisão o que ela mesmo estava fazendo e pensando.

      Leia trecho:

      “Sei muito bem quão tirânica a memória consegue ser. Sou portadora do primeiro caso diagnosticado de um distúrbio da memória que os cientistas denominaram síndrome da hipermemória – a lembrança autobiográfica contínua e automática de cada dia da minha vida desde os meus catorze anos. Minha memória começou a se tornar horrivelmente completa em 1974, quando eu tinha oito anos. A partir de 1980, é quase perfeita. Diga uma data daquele ano em diante que eu direi instantaneamente qual dia da semana foi, o que fiz naquele dia e quaisquer acontecimentos importantes que ocorreram – ou até acontecimentos menores –, contanto que tenha ouvido falar deles naquele dia.

      Minhas lembranças são como cenas de filmes caseiros de cada dia de minha vida, constantemente projetados em minha cabeça, avançando e retrocedendo pelos anos de forma implacável, transportando-me a qualquer momento, independente da minha vontade. Imagine que alguém tivesse feito vídeos seus desde a época de criança, seguindo você o dia inteiro, dia após dia, e depois reunisse tudo em um DVD, e que você se sentasse numa sala e assistisse à compilação num aparelho programado para embaralhar aleatoriamente as cenas.

      [...]

      Consigo ter lembranças à vontade quando me pedem, mas normalmente minha memória é automática. Não faço nenhum esforço para evocar as lembranças; elas simplesmente preenchem minha mente. Na verdade, não estou sob meu controle consciente, e por mais que eu queira, não consigo detê-las. Elas pipocam na minha cabeça, talvez desencadeadas por alguém mencionando uma data ou um nome, ou por uma canção no rádio, e quer eu deseje ou não voltar a uma época específica, minha mente dispara bem para aquele momento.

      Minha maior esperança é que os cientistas descubram algo sobre meu cérebro que ajude a solucionar os enigmas dos trágicos distúrbios da perda de memória. Eles já concluíram, a partir de tomografias do meu cérebro, que existem diferenças estruturais pronunciadas que provavelmente explicam por que minha memória é tão completa e implacável. Eles me contaram quantos mistérios sobre a memória ainda estão enfrentando, e parece que o que aprenderam sobre o meu cérebro e memória levará a pesquisas frutíferas. Por ora, espero que minha história seja esclarecedora e instigante para os leitores e que ajude a explicar o papel da memória – bem como o do esquecimento – na vida de todos nós e como nossas lembranças são responsáveis, em grande parte, pelo que somos.” 


Adaptado de: http://www1.folha.uol.com.br/folha/livrariadafolha/ 777141-ela-lembra-tudo-e-sofre-com-isso-mostra-a-mulher-que-nao-consegue-esquecer.shtml Acesso em: 20/04/2018.

Quando um texto é manuscrito, é comum ocorrerem faltas de acentos gráficos em algumas palavras, seja por descuido ou desconhecimento. Nesse sentido, considerando as palavras utilizadas no texto de apoio, assinale a alternativa em que, havendo mudança na acentuação gráfica, ocorra também alteração em sua classe gramatical, o que pode acarretar mudanças significativas no que se pretende comunicar.

Alternativas
Comentários
  • GABARITO : LETRA E

    → Médico – especifica.

    → temos duas opções: médico (substantivo, especialista em medicina, proparoxítona).

    medico (verbo "medicar", tendo, como um dos seus sentidos, especificar, paroxítona terminada em-o, não sendo, dessa form, acentuada).

    FORÇA, GUERREIROS(AS)!! ☺

  • Médico - substantivo - Profissional que exerce a medicina; clínico.

    Medico - Medico vem do verbo medicar. O mesmo que: curo, remedeio, sano, saro, trato.

    .

    Especifico - Especifico vem do verbo especificar. O mesmo que: especializo, listo, particularizo, pormenorizo, aponto, classifico, individualizo, individuo, singularizo.

    Específico - adjetivo - Que faz parte ou define uma espécie; particular.

  • Questão mal elaborada aff!!

  • o primeiro erro de acentuação eu vi foi no comando da questão ...   ''ocorra'' também alteração em sua classe gramatical

  • Acertei pq fui pela lógica mas a questão é muito capenga.

  • Letra A – ERRADA – Não há outra grafia que não seja “síndrome”, acentuada por ser proparoxítona. Também não há outra grafia que não seja a paroxítona “caso” – sem acento.

    Letra B – ERRADA – Existe a palavra “continua” – sem acento -, que corresponde à flexão do verbo “continuar”. Também existe a forma “contínua” – com acento -, que corresponde ao adjetivo. No entanto, não existe outra grafia que não seja a paroxítona “colorido” – sem acento.

    Letra C – ERRADA – Não existe outra grafia que não seja a proparoxítona “hipermemória”. Existe a palavra “seria” – sem acento -, que corresponde à flexão do verbo “ser”; também existe a forma “séria” – com acento -, que corresponde ao adjetivo.

    Letra D – ERRADA – Existe a palavra “levara” – sem acento -, que corresponde à flexão do verbo “levar” no pretérito mais-que-perfeito; também existe a forma “levará” – com acento -, que corresponde à flexão do verbo “levar” no futuro do presente. No entanto, não existe outra grafia que não seja a oxítona “diagnosticou” – sem acento.

    Letra E – CERTA – Existe a palavra “medico” – sem acento -, que corresponde à flexão do verbo “medicar”; também existe a proparoxítona “médico” – com acento -, que corresponde ao substantivo. Existe a palavra “especifica” – sem acento -, que corresponde à flexão do verbo “especificar”; também existe a proparoxítona “específica” – com acento -, que corresponde ao adjetivo.

    Resposta: E

  • Acertei, mas não sei se queria erro de acento ou de mudança de classe kkkk

  • Oh questãozinha bos... Até parece que foi uma pessoa maluca que a elaborou. Redação horrível. Muito ruim mesmo a questão. Você estuda tanto, para se deparar com uma coisa dessas. Até parece que eu não sei nada do que estudei. Vontade de v...

  • Oh questãozinha bos... Até parece que foi uma pessoa maluca que a elaborou. Redação horrível. Muito ruim mesmo a questão. Você estuda tanto, para se deparar com uma coisa dessas. Até parece que eu não sei nada do que estudei. Vontade de v...

  • ACERTEI MAS NÃO SEI O MOTIVO! RS

  • Médico ( COM ACENTO) = SUBSTANTIVO

    MEDICO ( SEM ACENTO) = VERBO

    TRATA-SE DE DERIVAÇÃO IMPRÓPRIA.

  • Ótima questão!!

    Exige leitura atenta do enunciado, e conhecimento das regras de acentuação gráfica, classes de palavras e conjugação verbal.

    Médico - substantivo - Levei meu filho ao médico.

    Medico - verbo "medicar", conjugado em 1ª pessoa (presente do indicativo) - Eu medico meus filhos.

    Específica - adjetivo - Procurei por uma questão específica.

    Especifica - verbo "especificar", conjugado em 3ª pessoa (presente do indicativo) - A questão não especifica a qual alternativa se refere.

  • Eu entendi a pergunta perfeitamente. Mas, só ainda não entendi o porquê de ter duas palavras em cada alternativa. Alguém pode me esclarecer? Achei a questão mal elaborada por causa disso.