SóProvas


ID
3044272
Banca
AOCP
Órgão
UEFS
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Ela lembra tudo e sofre com isso, mostra "A Mulher que Não Consegue Esquecer"

                                                                                                         Livraria da Folha


      No curioso caso de Jill Price, o médico James McGaugh diagnosticou o primeiro caso de síndrome de "hipermemória". O caso, descrito pelo autor Bert Davis, está no livro "A Mulher que Não Consegue Esquecer".

      O que é hipermemória? É um distúrbio que faz com que a pessoa não esqueça nada do que viveu, nem tampouco dos sentimentos que experimentou. Todos os erros e acertos, todas as alegrias e tristezas... Tudo continua vivo, colorido, presente.

      Quando nos convém, olhamos para o céu, apertamos as mãos entre elas e murmuramos como seria bom ter uma memória cinematográfica. [...] Contudo, quando os acontecimentos não são dos melhores, o que todos querem é esquecer.

      A memória é personagem de episódios familiares, desgraças históricas, da formação e confirmação de sua própria existência. Diversos livros e filmes já trataram do assunto, além de filósofos, psiquiatras e psicanalistas que conflitam as produções de imagens que ora estão recalcadas no inconsciente ora estão presentes e vivas em nossa mente.

      No caso da "A Mulher que Não Consegue Esquecer", Jill se lembra do que comeu na semana passada, de diálogos do filme favorito e muito mais. Ela se recorda de datas de acidentes aéreos, o que passou em determinada segunda-feira na televisão, além de conseguir se lembrar com precisão o que ela mesmo estava fazendo e pensando.

      Leia trecho:

      “Sei muito bem quão tirânica a memória consegue ser. Sou portadora do primeiro caso diagnosticado de um distúrbio da memória que os cientistas denominaram síndrome da hipermemória – a lembrança autobiográfica contínua e automática de cada dia da minha vida desde os meus catorze anos. Minha memória começou a se tornar horrivelmente completa em 1974, quando eu tinha oito anos. A partir de 1980, é quase perfeita. Diga uma data daquele ano em diante que eu direi instantaneamente qual dia da semana foi, o que fiz naquele dia e quaisquer acontecimentos importantes que ocorreram – ou até acontecimentos menores –, contanto que tenha ouvido falar deles naquele dia.

      Minhas lembranças são como cenas de filmes caseiros de cada dia de minha vida, constantemente projetados em minha cabeça, avançando e retrocedendo pelos anos de forma implacável, transportando-me a qualquer momento, independente da minha vontade. Imagine que alguém tivesse feito vídeos seus desde a época de criança, seguindo você o dia inteiro, dia após dia, e depois reunisse tudo em um DVD, e que você se sentasse numa sala e assistisse à compilação num aparelho programado para embaralhar aleatoriamente as cenas.

      [...]

      Consigo ter lembranças à vontade quando me pedem, mas normalmente minha memória é automática. Não faço nenhum esforço para evocar as lembranças; elas simplesmente preenchem minha mente. Na verdade, não estou sob meu controle consciente, e por mais que eu queira, não consigo detê-las. Elas pipocam na minha cabeça, talvez desencadeadas por alguém mencionando uma data ou um nome, ou por uma canção no rádio, e quer eu deseje ou não voltar a uma época específica, minha mente dispara bem para aquele momento.

      Minha maior esperança é que os cientistas descubram algo sobre meu cérebro que ajude a solucionar os enigmas dos trágicos distúrbios da perda de memória. Eles já concluíram, a partir de tomografias do meu cérebro, que existem diferenças estruturais pronunciadas que provavelmente explicam por que minha memória é tão completa e implacável. Eles me contaram quantos mistérios sobre a memória ainda estão enfrentando, e parece que o que aprenderam sobre o meu cérebro e memória levará a pesquisas frutíferas. Por ora, espero que minha história seja esclarecedora e instigante para os leitores e que ajude a explicar o papel da memória – bem como o do esquecimento – na vida de todos nós e como nossas lembranças são responsáveis, em grande parte, pelo que somos.” 


Adaptado de: http://www1.folha.uol.com.br/folha/livrariadafolha/ 777141-ela-lembra-tudo-e-sofre-com-isso-mostra-a-mulher-que-nao-consegue-esquecer.shtml Acesso em: 20/04/2018.

Considerando as normas gramaticais e as seguintes frases adaptadas do texto de apoio, assinale a alternativa que indica as palavras que preenchem corretamente as lacunas, respectivamente.


Diversos livros e filmes já trataram _______ o assunto.

Jill Price lembra-se de detalhes de seu dia _______ dia.

A hipermemória faz com que a pessoa não esqueça nada do que viveu, nem dos lugares _______ foi.

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA D

    → Diversos livros e filmes já trataram SOBRE o assunto. → sob = “embaixo de”, “em estado de”, “sujeito à influência ou ao comando de algo ou alguém”. sobre = “em cima de”, “acima de” ou “a respeito de”, está tratando A RESPEITO DE algo, logo SOBRE;

    → Jill Price lembra-se de detalhes de seu dia A dia. → temos palavras repetidas, não se usa hífen e nem crase nessas repetições: dia a dia, face a face, cara a cara ....

    → A hipermemória faz com que a pessoa não esqueça nada do que viveu, nem dos lugares AONDE foi. → quem vai, vai a algum lugar → preposição "a" + pronome relativo "onde"= aonde.

    FORÇA, GUERREIROS(AS)!! ☺

  • A bíblia fala muito SOBRE Deus.

    Deus não está SOB a autoridade de ninguém.

    Sobre=a respeito de,acima de ,acerca..

    Sob=abaixo de, embaixo,submisso...

    Foi= Verbo trânsito indireto pede preposição;verbo ir.

    Fui á academia.

    Vai á escola.

    Foi ao colégio.

  • Por eliminação:

    Jill Price lembra-se de detalhes de seu dia _______ dia. (Não use o acento em expressões com palavras repetidas). Eliminamos as letras B, C, E.

    Diversos livros e filmes já trataram _______ o assunto. (Sob ou sobre?

    Sobre=a respeito de,acima de ,acerca..

    Sob=abaixo de, embaixo,submisso...) Logo utilizamos sobre, eliminando a letra A, resta apenas a letra D.

    GABARITO: LETRA D

  • Onde: local físico.

    Aonde: verbo indicando ação.

    Onde você mora? Aonde foi morar?

  • A primeira lacuna deve ser preenchida com a forma “sobre”, referente à ideia de assunto. Note ser possível a substituição por “a respeito de”.

    Já a segunda lacuna deve ser preenchida com a preposição “a”. Não é possível o emprego de “há”, pois não se tem a ideia de tempo passado. Também não é possível o emprego da crase, pois esta não ocorre antes de palavra masculina.

    Por fim, deve-se empregar na terceira lacuna a forma “aonde”, haja vista que o verbo impessoal “ir” pede lugar introduzido pela preposição “a”.

    Resposta: B

  • sobre / a / aonde

  • diante de palavras repetidas, não se usa Crase!

  • Acertei só de saber que diante de palavras repetidas não se usa crase

    Vamo que vamo!!!!

  • quem vai, vai a algum lugar

  • Sob- Embaixo de, sujeito a influência ou ao comando de algo.

    Sobre- Em cima de, a respeito de algo.

    Há- Verbo impessoal haver, sentido de existir; tempo passado, distância decorrida.

    A- Preposição, sentido de limite, distância ou futuro.

    Onde- ideia de permanência; Local fixo

    Aonde- ideia de movimento, locomoção, aproximação.