Certo com muito cuidado: O que a Reengenharia Não É?
Normalmente o conceito de reengenharia é confundido com outras técnicas administrativas ou programas de melhorias nas organizações. Muitas bancas buscam confundir o candidato com perguntas que misturam a reengenharia com esses outros conceitos.
Por exemplo, apesar de se utilizar das tecnologias de informação (TI), a reengenharia não é um sinônimo de automação de processos. Um processo desnecessário pode ser automatizado, sendo feito de modo mais eficiente, não é mesmo? Mas isso não é reengenharia!
Portanto, a automação pode ser uma forma de se fazer algo que não deveria estar sendo mais feito (atividades erradas ou desnecessárias) de modo mais eficiente. A reengenharia vai mais a fundo, questionando a própria existência do processo, sua necessidade.
A reengenharia também não é um downsizing ou uma reestruturação pura e simples. O downsizing é um termo novo que se relaciona a uma redução de pessoal e estrutura física (ou seja, de capacidade) para que a empresa se adapte a uma situação de demanda menor.
De acordo com os autores,24 o downsizing é fazer menos com menos. Já a reengenharia é fazer mais com menos!
A empresa pode reduzir seus níveis hierárquicos, por exemplo, e continuar fazendo seus mesmos processos antigos e obsoletos. Dessa forma, lembre-se de que a reengenharia parte do princípio de que os problemas das empresas se relacionam com os processos de trabalho, e não com sua estrutura organizacional.
Outra confusão comum é com os programas de qualidade. A reengenharia não se relaciona com a Gestão da Qualidade Total. De acordo com os autores:25
os programas de qualidade trabalham dentro da estrutura dos processos existentes em uma empresa e procuram melhorá-los através do que os japoneses chamam de kaizen, ou melhoria gradual e contínua. O objetivo é continuar fazendo o que já é feito, só que melhor. A melhoria da qualidade procura melhorias graduais e constantes no desempenho do processo.
A reengenharia não busca melhorar o que existe, e sim “começar do zero”! Portanto, não se relaciona com os programas de melhoria da qualidade.
Fonte: 25 Hammer e Champy, 1994.
26 J. L. Gonçalves, 1994.