SóProvas


ID
3058126
Banca
FCC
Órgão
SANASA Campinas
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                      Estação de águas


      Esta poética designação – estação de águas – nada tem a ver, como eu imaginava quando menino, com alguma estação de trem onde chovesse muito e tudo se inundasse. Em criança a gente tende a entender tudo meio que literalmente. “Estação de águas”, soube depois, indica aqui a época, a temporada ou mesmo a estância em que as pessoas se dispõem a um lazer imperturbado ou a algum tratamento de saúde baseado nas específicas qualidades medicinais das águas de uma região. Água para se beber ou para se banhar, conforme o caso. Tais estâncias associam-se, por isso mesmo, a lugares atrativos, ao turismo de quem procura, além de melhor saúde, a tranquilidade e o repouso que via de regra elas oferecem a quem as visita ou nelas se hospeda.

      Em meio ao turbilhão da vida moderna ainda se encontra nessas paragens um oásis de sossego e descompromisso com o tempo. O desafio pode estar, justamente, em saber o que fazer com um longo dia de ócio, em despovoar a cabeça das imagens tumultuosas trazidas da cidade grande. Nessas pequenas estâncias, o relógio da matriz opera num ritmo lerdo e preguiçoso, em apoio à calmaria daquele mundo instituído para que nada de grave ou agitado aconteça. Os visitantes velhinhos dormitam no banco da praça, as velhinhas vão atrás de algum artesanato, os jovens se entediam, os turistas adultos se dividem entre absorver a paz reinante e planejar as tarefas da volta.

      Não se sabe quanto tempo ainda durará essa rara oportunidade de paz. As informações do mundo de hoje circulam o tempo todo pelos nervosos celulares, a velocidade da vida digital é implacável e não tolera espaços de vazio ou tempos vazios. Mas enquanto não morrer de todo o interesse de se cultuar a vida interior, experiência possível nessas estâncias sossegadas, não convém desprezar a sensação acolhedora de pertencer a um mundo sem pressa.

                                                                                 (Péricles Moura e Silva, inédito) 

Está plenamente clara e adequada a redação deste livre comentário sobre o texto:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA E

    → vou sinalizar os erros:

    A) As reações de velhinhos e jovens numa estância tranquila aparentemente adviria do mesmo sentimento de tédio, mas é preciso discriminar entre ambas. → As reações ADVIRIAM (sujeito simples no plural).

    B) A velocidade que nas cidades modernas se imprimem nas pessoas é de tal ordem que muitas já se esqueceram do ritmo que nos impõe as pequenas estâncias. → o sujeito é o pronome relativo "que", o qual retoma um substantivo que está no singular "velocidade", logo o correto seria "imprime".

    C) Não se devem entender estações de águas como aquele menino que lhes tomava como lugares aonde ocorressem inundações. → ocorressem inundações EM algum lugar → "onde", o termo não pede a preposição "a", logo não poderia ser usado o "aonde → a + onde".

    D) A tranquilidade e o repouso são qualidades de vida em cujas precisam desfrutar as pessoas atormentadas pelos tumultos que se assolam nas metrópoles. → precisam desfrutar DE alguma coisa: das quais/de que precisam desfrutar.

    E) A passagem do tempo numa pacata estância interiorana parece decorrer, tal como sinaliza o relógio da matriz, numa morosidade surpreendente. → CORRETO.

    FORÇA, GUERREIROS(AS)!! ☺

  • GABARITO E

    Está plenamente clara e adequada a redação deste livre comentário sobre o texto:

    A) As reações adviriam

    B) A velocidade que nas cidades modernas se imprime

    C) Não...lugares onde ocorressem inundações.

    D) A tranquilidade e o repouso são qualidades de vida DAS QUAIS precisam desfrutar as pessoas atormentadas pelos tumultos que se assolam nas metrópoles.

    E) A passagem do tempo numa pacata estância interiorana parece decorrer, tal como sinaliza o relógio da matriz, numa morosidade surpreendente. GABARITO

  • Dúvida aos colegas:

    "(...) Parece decorrer, -------------, numa morosidade surpreendente".

    Alguém poderia explicar melhor essa assertiva, pois para mim estaria errado a expressão "decorrer numa", já que a regência de decorrer é o "de", ex.: "A crise financeira da empresa decorre da má administração dos responsáveis."

    Grato.

  • DECORRER

    1. DE algo (derivar, proceder; ter origem em)

    _ A crise financeira da empresa decorre da má administração dos responsáveis.

    Como está certo decorrer EM?

  • "Decorrer

    1. intransitivo

    escoar-se, passar (o tempo)."já decorreram dois meses, desde que ele partiu"

    Acredito que o acerto da alternativa está em considerar o verbo decorrer em seu sentido intransitivo. O uso da preposição "em" está correto por ser integrante de uma interlocução adverbial de modo, indicando a forma como o tempo passa/decorre.

  • letra b - a velocidade ...se imprime.

    singular.

  •  a)As reações de velhinhos e jovens numa estância tranquila aparentemente advinham do mesmo sentimento de tédio, mas é preciso discriminar entre ambas. 

     b)A velocidade que nas cidades modernas se imprime nas pessoas é de tal ordem que muitas já se esqueceram do ritmo que nos impõe as pequenas estâncias. 

     c)Não se deve entender estações de águas como aquele menino que lhes tomava como lugares aonde ocorressem inundações. 

     d)A tranquilidade e o repouso são qualidades de vida  das quais precisam desfrutar as pessoas atormentadas pelos tumultos que se assolam nas metrópoles. 

     e)A passagem do tempo numa pacata estância interiorana parece decorrer, tal como sinaliza o relógio da matriz, numa morosidade surpreendente.  GABARITO

  • Sonny Anderson R Teixeira também tive essa dúvida. Ocorre que a expressão “numa morosidade” está se referindo ao relógio e não ao verbo decorrer. Assista a explicação da professora Fabiana dos Anjos