SóProvas


ID
3058159
Banca
FCC
Órgão
SANASA Campinas
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                           [Formas de ler]


      Antigamente eu apanhava e largava um livro sem me preocupar com outra coisa que não as parcelas de realidade e de fantasia encerradas naquele maço de folhas impressas. Mais aberto à emoção, reparava menos na técnica; atraído pela obra, pouco me interessava pelo escritor.

      A leitura profissional, os estudos de literatura e algumas incursões no campo da crítica acabaram com esse leitor irresponsável. Hoje, ao pegar um livro, penso no homem que se encontra atrás das frases, em suas ambições e seus objetivos, seus materiais e ferramentas. O que antes se me apresentava como a beleza imaterial de uma flor ou de uma nuvem, soltas no tempo e no espaço, depara-se-me como o produto de um artesanato e a manifestação de uma vontade inteligente.

      Por isso dificilmente leio agora um livro isolado em si mesmo. Vem-me logo a vontade de percorrer outras obras do escritor, de aferrar nelas os traços de uma personalidade diferente das outras, de chegar ao canal misterioso que une a criação ao criador. Daí também uma curiosidade biográfica, como se a vida do autor necessariamente encerrasse um segredo, uma chave para a compreensão da obra.


(RÓNAI, Paulo. Como aprendi o Português e outras aventuras. Rio de Janeiro: Edições de Janeiro, 2014, p. 137) 

Transpondo-se adequadamente para o discurso direto a frase O autor nos esclareceu que ele, quando jovem, revelou-se desatento aos aspectos técnicos de uma obra que estivesse a ler, obtém-se esta correta construção: O autor nos esclareceu:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA B

    → O autor nos esclareceu:

    A) − os aspectos técnicos de uma obra que estivesse lendo revelaram-se pouco atentos quando eu era jovem. → pronome relativo é fator de próclise, logo o correto seria: que...se revelaram, além disso não é os aspectos que se revelaram e sim o autor, e é desatento e não atento.

    B) − quando jovem, eu me revelei um desatento aos aspectos técnicos de uma obra que estivesse lendo. → correto, plenamente correto, o autor é o praticante da ação de revelar-se.

    C) − quando jovem, revelou-se-me um desatento aos aspectos técnicos da obra que se apresentassem, à medida em que a lia. → não foi um desatento que foi revelado e sim o autor que revelou-se.

    D) − os aspectos técnicos de uma obra me revelaram, ainda jovem, como desatento a estes aspectos da mesma, quando a lia. → ninguém revelou algo ao autor e sim ele mesmo se revelou.

    E) − revelei-me jovem quando me mostrei desatento em face dos aspectos técnicos de uma obra que lesse. → ele não foi revelado jovem e sim desatento.

    FORÇA, GUERREIROS(AS)!! ☺

  • Eliminei a D só pelo "da mesma". Fico agoniadinha quando leio ou escuto e parece que agora tá na moda usar pra parecer chique

  • Apenas uma dica: A construção verbal "estivesse a ler" assim como outras construções semelhantes, a exemplo: "estava a fazer" "estava a cantar" podem ser substituídas (equivalem) a uma frase no gerúndio.

    Ex: estava a fazer = estava fazendo

    estava a cantar = estava cantando

    Bons estudos !!

  • Discurso Indireto

    O autor nos esclareceu que ele, quando jovem, revelou-se desatento aos aspectos técnicos de uma obra que estivesse a ler

    Discurso Direto

    O autor nos esclareceu:

    − quando jovem, eu me revelei um desatento aos aspectos técnicos de uma obra que estivesse lendo.

  • Quando o verbo está no pretérito perfeito, na mudança de discurso vai para o mais-que-perfeito.

  • − ''quando jovem, revelou-se-me''

    é certo isso?

  • − quando jovem, eu me revelei um desatento aos aspectos técnicos de uma obra que estivesse lendo

  • Socorro!

    Chama o Professor, pois ninguém sabe explicar essa questão...

    Em tempo: gabarito é B

  • Esse "um" está sobrando, na letra B.

  • Na letra D a expressão "à medida em que" está incorreta. O avaliador misturou duas locuções.

    O certo seria "à medida que" (proporção) ou "na medida em que" (causa)

    À medida que equivale à locução conjuntiva à proporção que. Ex: "O réu se acalmava, à medida que a audiência se desenvolvia"

    Na medida em que indica ideia de causa, significa uma vez que, visto que, tendo em vista que. Ex: O réu se irritava, na medida em que o acusavam sem provas.

  • "O autor nos esclareceu que ele, quando jovem, revelou-se desatento aos aspectos técnicos de uma obra que estivesse a ler".

    Esquematizando em torno dos verbo

    Quem esclarece? O autor

    Quem revela quem? O autor se revela

    O que se revela? [autor] Desatento aos aspectos....

    Quando se revela? quando era [o autor] jovem

    O autor nos esclareceu que:

    A) Os aspectos técnicos de uma obra que estivesse lendo revelaram-se pouco atentos quando eu era jovem.

    -> Quem revela quem: Os aspectos técnicos revelaram-se?

    ERRADO

    B) Quando jovem, eu me revelei um desatento aos aspectos técnicos de uma obra que estivesse lendo.

    -> Quem revela quem: O autor se revela

    -> O que se revela: [autor] Desatento aos aspectos....

    -> Quando se revela: quando era [o autor] jovem

    CERTA

    C) Quando jovem, revelou-se-me um desatento aos aspectos técnicos da obra que se apresentassem, à medida em que a lia.

    revelar = VTD

    Se = pronome apassivador

    Sujeito = "um desatento"

    Passando para a voz ativa→ Quando jovem, um desatento revelou-me aos aspectos técnicos da obra que se apresentassem, à medida que a lia"

    -> "um desatento" revelou-me?

    -> "um desatento" era jovem?

    ERRADO

    D) os aspectos técnicos de uma obra me revelaram, ainda jovem, como desatento a estes aspectos da mesma, quando a lia.

    -> "Os aspectos" me revelaram?

    ERRADO

    E) revelei-me jovem quando me mostrei desatento em face dos aspectos técnicos de uma obra que lesse.

    -> Quem revela quem: O autor se revela

    -> O que se revela: se revela Jovem?

    -> Quando: Quando me mostrei desatento em face dos ....?

    ERRADO

  • Comentário excelente da professora: na transposição do discurso direto para o discurso indireto os elementos que estao em terceira pessoa devem ser reescritos em primeira pessoa. Essa informação, associada ao fato de que as demais alternativas alteram o sentido original da frase, torna fácil chegar à conclusão de que a alternativa correta é a letra B.

     

    No entanto, há um erro na frase original que pode dificultar o nosso trabalho caso tentemos analisar a questão a partir das mudanças de tempos verbais entre uma forma de discurso e outra: o verbo revelar-se deveria estar grafado no pretérito mais-que-perfeito por se referir a um fato anterior ao momento em que é feita a declaração ( a qual também foi feita em momento anterior ao momento em que o narrador relata).

     

     

     

    Dessa forma, o verbo esclarecer está devidamente grafado no pretérito perfeito do indicativo, mas, conforme já dito, o verbo revelar-se deveria estar grafado no pretérito mais que perfeito, ao invés de estar também no pretérito perfeito.

                    O autor nos esclareceu que ele, quando jovem, revelou-se desatento aos aspectos técnicos de uma obra que estivesse a ler.

                    O autor nos esclareceu que ele, quando jovem, revelara-se desatento aos aspectos técnicos de uma obra que estivesse a ler.

     

     

    Assim, sabendo que do discurso direto para o indireto o verbo que está no pretérito mais-que-perfeito do indicativo deve ser transposto para o pretérito perfeito seria mais identificar a alternativa correta.

                    O autor nos esclareceu que ele, quando jovem, revelara-se desatento aos aspectos técnicos de uma obra que estivesse a ler.

                    B) O autor no esclareceu: − quando jovem, eu me revelei um desatento aos aspectos técnicos de uma obra que estivesse lendo.

  • Quase errei a questão por seguir sua antiga linha de raciocínio quando errou. Mas pensei bem e marquei "certo".

  • Tarde demais! Errei! kkkkkkkkkkkkk

  • ja era, errei também. kkk