SóProvas


ID
3063418
Banca
SELECON
Órgão
Prefeitura de Campo Grande - MS
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

TEXTO I

Inteligência cultural

   É ponto pacífico que os seres humanos são dotados de capacidades cognitivas superiores em relação aos símios, seus parentes mais próximos na evolução. Basta lembrara linguagem, o simbolismo matemático e o raciocínio científico, para citar apenas algumas. Tudo indica que essa superioridade esteja relacionada ao grande cérebro que temos, três vezes maior que o dos chimpanzés, e dotado também de três vezes mais neurônios.

   A questão central é saber de que modo a estrutura do cérebro e suas estratégias funcionais adquiriram capacidades cognitivas tão poderosas e únicas entre os seres vivos. A natureza teria nos dotado especificamente de uma capacidade superior - a cognição social.

  Uma hipótese bem aceita é a da ‘inteligência geral’. Dizem os seus adeptos que os cérebros maiores permitiram realizarmos operações cognitivas de todo tipo, com maior eficiência que outras espécies. Teríamos maior memória, aprendizagem mais rápida, percepção mais ágil (inclusive do estado mental de outras pessoas), planejamento de longo prazo. Dotado dessas potencialidades genéricas, o ambiente faria a diferenciação individual, lapidando cada um diferentemente do outro.

 O antropólogo M. Tomasello, do Instituto Max Planck de Antropologia Evolutiva, na Alemanha, defende a hipótese da ‘inteligência cultural’, cuja premissa é que a natureza nos dotou especificamente de uma capacidade superior - a cognição social - que nos oferece um grau elevado de cooperação interindividual, e a construção de redes sociais nunca conseguida pelos símios ou qualquer outra espécie, mesmo aquelas que apresentam uma organização populacional que se pode chamar de social. Outras capacidades humanas seriam semelhantes às dos símios, apenas potencializadas pela cultura e a vida em sociedade.

  Se a hipótese da ‘inteligência cultural’ for verdadeira, existiría uma idade em humanos, durante o seu desenvolvimento precoce (antes que a cultura os influencie fortemente), em que a cognição física (relações de espaço, quantidade e causalidade entre fenômenos) seria semelhante à dos grandes símios. Nessa mesma idade, porém, a previsão é que a nossa cognição social seja nitidamente superior à dos chimpanzés e orangotangos.

 Os resultados obtidos pela equipe de Tomasello comprovaram a sua hipótese da ‘inteligência cultural’. Nos testes de cognição física, as crianças e os chimpanzés não diferiram estatisticamente, mas ambos tiveram desempenho melhor que os orangotangos. Nos testes de cognição social, entretanto, as crianças mostraram-se muito superiores aos símios que, por sua vez, não diferiram entre si.

  Tudo indica, então, que a cultura e a vida social representam capacidades cognitivas que nascem conosco, possivelmente derivadas do nosso grande cérebro povoado por quase 90 bilhões de neurônios. Possivelmente, a aquisição dessa capacidade social se deu em algum momento entre um e dois milhões de anos atrás, quando a evolução foi selecionando cérebros dotados de mais que os 40 bilhões estimados para os australopitecos, nossos ancestrais africanos.

  O processo seletivo continuou até chegar ao gênero Homo, que gradualmente atingiu os nossos atuais 90 bilhões e adquiriu novas capacidades: a comunicação entre indivíduos por meio da linguagem, a aprendizagem social de regras de conduta coletiva voltadas para a cooperação, a percepção do estado mental dos outros e de suas intenções e emoções (‘teoria da mente’) e o planejamento de ações futuras de longo prazo.

  Assim, nascemos propensos à cooperação social: essa é a nossa força. Provavelmente, os poucos genes que nos diferenciam dos chimpanzés são responsáveis pelos circuitos neurais que coordenam as funções relacionadas à vida social. Sua expressão, entretanto, deve ser modulada pela sociedade que nós próprios construímos.

Roberto Lent

Instituto de Ciências Biomédicas

Universidade Federal do Rio de Janeiro

(Adaptado de: http://cienciahoie.org.br/coluna/inteliqencia-cultural/)

Leia o trecho a seguir para responder a questão.

“É ponto pacífico que os seres humanos são dotados de capacidades cognitivas superiores em relação aos símios, seus parentes mais próximos na evolução. Basta lembrar a linguagem, o simbolismo matemático e o raciocínio científico, para citar apenas algumas”. (1º parágrafo)

A expressão destacada exerce, no período, a função sintática de:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA B

    → “É ponto pacífico que os seres humanos são dotados de capacidades cognitivas superiores em relação aos símios, seus parentes mais próximos na evolução. Basta lembrar a linguagem, o simbolismo matemático e o raciocínio científico, para citar apenas algumas”. (1º parágrafo)

    quem lembra, lembra alguma coisa (os termos em destaque são os objetos diretos), logo temos a exemplificação daquilo que precisa ser lembrado.

    FORÇA, GUERREIROS(AS)!! ☺

  • Apenas um adendo sobre o verbo Lembrar:

    Lembrar é VTD

    Lembrar-se é VTI e exige a preposição "de"

  • Basta lembrar isto.

    Quem lembra, lembra alguma coisa.

  • cadê o sujeito então?!

  • Ravi, não tem sujeito. O verbo bastar, indicando suficiência é verbo impessoal.

  • Caí, também achei que era sujeito kkkk

  • Errei essa questão na prova. 

  • Bruno Fagundes, na verdade há sim sujeito e é oracional : basta o quê? lembrar a linguagem, o simbolismo matemático e o raciocínio científico... Basta oração principal/ lembrar a linguagem, o simbolismo matemático e o raciocínio lógico / oração subordinada substantiva objetiva direta reduzida de infinito.

  • Será verbo impessoal quando for seguido da preposição de e indicar suficiência:

    Ex: Basta de brigas, basta de injustiças.

    Bruno Fagundes, nesse caso em apreço, aí sim, o verbo bastar é impessoal e se conjuga na terceira pessoa. Ok?!

  • Pensei que quem lembrasse, lembrasse DE alguma coisa...
  • julianna, o verbo lembrar, assim como o verbo esquecer, só pede preposição quando tiver pronome oblíquo:" me lembrei disso".

  • Se o verbo for transitivo direto, seu complemento é direto, sem preposição (Vendi carros). Se for transitivo indireto, seu complemento é indireto, pede uma preposição (Gosto de carros)

    O objeto direto é o complemento verbal dos verbos transitivos diretos, sem preposição. O verbo se liga ao seu objeto diretamente, isto é, “transita” até o complemento sem “passar” por uma preposição.

    Ex: Comprei bombons na promoção. (Comprou o quê? Comprou bombons)

    Vamos para o exemplo da nossa questão!

    “É ponto pacífico que os seres humanos são dotados de capacidades cognitivas superiores em relação aos símios, seus parentes mais próximos na evolução. Basta lembrar a linguagem, o simbolismo matemático e o raciocínio científico, para citar apenas algumas”.

    ~ basta lembra o que ? a liguagem

    ~ quem lembra, lembra alguma coisa, logo temos a exemplificação daquilo que precisa ser lembrado.

    foco pai!

  • O Qconcursos nem destaca a palavra! Não sei se é pq estou na versão antiga... mas nunca aparece a palavra sublinhada ou destacada.

    Bora melhorar isso aí hein , meu fii?! tô pagando!!!!!

  • Caí que nem peixe ...rsrs

    Vi uma banca que não é tão conhecida e o verbo bastar sem a preposição " de" , óbvio que era um sujeito. Ou seja errei pois não me atentei ao que estava grifado.

    O QUE TEMOS?

     

      *                           Basta               [lembrar a linguagem, o simbolismo matemático e o raciocínio científico]

                                   VI                                          SUJEITO ORACIONAL

     

    *                             [ISSO]    BASTA                 (ordem direta)

     

    Se tivesse sublinhado desde o verbo lembrar... Aí sim seria o sujeito do verbo bastar. Mas só está sublinhado depois do verbo, então temos que analisar dentro do sujeito oracional:

     

       lembrar                [a linguagem, o simbolismo matemático e o raciocínio científico]

          VTD                                               OD

  • BASTA LEMBRAR. DISSO

    ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA OBJETIVA DIRETA

  • verbo lembrar pode ser utilizado como verbo transitivo direto e indireto, tendo tanto um objeto direto como um objeto indireto como complementos verbais.

    Faz- se necessário analisar a oração:

    Basta lembrar a linguagem, o simbolismo matemático e o raciocínio científico, para citar apenas algumas.

    • Como o que se é lembrado não é um termo preposicionado temos um O.D.
  • Gab B

    O verbo Lembrar é VTD = Objeto direto.

  • Objetos diretos, com núcleos coordenados entre si.

  • pergunte ao verbo.

    basta lembrar o que? OD

  • Para responder esta questão, é necessário ter conhecimento em análise sintática. O candidato deve indicar qual a função sintática do termo em destaque. Analisemos:

    “É ponto pacífico que os seres humanos são dotados de capacidades cognitivas superiores em relação aos símios, seus parentes mais próximos na evolução. Basta lembrar a linguagem, o simbolismo matemático e o raciocínio científico, para citar apenas algumas”.

    a) Incorreta.

    O núcleo do sujeito é o verbo “lembrar”. Vejam:

    Lembrar a linguagem, o simbolismo matemático e o raciocínio científico basta.

    Isso basta.

    O que basta? Lembrar a linguagem, o simbolismo matemático e o raciocínio científico basta.

    b) Correta.

    O termo em destaque faz parte da estrutura do sujeito oracional, entretanto, funciona como complemento do núcleo do sujeito oracional, lembrar.

    Lembrar o quê? A linguagem, o simbolismo matemático e o raciocínio científico basta.

    c) Incorreta.

    Não há substantivo, adjetivo ou advérbio sendo completado, por isso, não pode ser complemento nominal.

    d) Incorreta

    Não há sujeito paciente, por isso, não pode ser agente da passiva.

    Gabarito do monitor: B

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  • Objeto Direto do verbo lembrar.

  • Quem é o sujeito do verbo lembrar?