SóProvas


ID
3088468
Banca
VUNESP
Órgão
Câmara de Tatuí - SP
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia o texto de Hélio Schwartsman para responder à questão.


                                                Por quê?

      “Correlação não é causa” é um mantra que todos aqueles que já entraram numa aula de estatística ou de metodologia científica ouviram. E de fato não é. O canto do galo e o nascer do sol estão fortemente correlacionados, mas ninguém deve achar que é o som emitido pelo galináceo que provoca o surgimento do astro todas as manhãs.

      O problema é que, durante muito tempo, estatísticos e cientistas se deixaram cegar pelo mantra e renunciaram a investigar melhor a causalidade e desenvolver ferramentas matemáticas para lidar com ela, o que é perfeitamente possível. Essa pelo menos é a visão do cientista da computação Judea Pearl, exposta em “The Book of Why” (O livro do porquê), obra que escreveu com o matemático e jornalista científico Dana Mackenzie.

      Os prejuízos foram grandes. Muitas vidas se perderam porque, por várias décadas, a ciência julgou não ter meios para estabelecer com segurança se o cigarro causava ou não câncer, incerteza que a indústria do tabaco foi hábil em explorar.

      Em “The Book of Why”, Pearl e Mackenzie explicam de forma razoavelmente didática quais são as novas técnicas que permitem responder a perguntas causais como “qual a probabilidade de esta onda de calor ter sido provocada pelo efeito estufa?” ou “foi a droga X que curou a doença Y?”. Mais até, os autores falam em usar a estatística para destrinchar o obscuro mundo dos contrafactuais1 .

      Uma advertência importante que os autores fazem a entusiastas do “big data”2 é que não podemos nos furtar a entender as questões estudadas e formular teorias. Não se chega a lugar nenhum só com dados e sem hipóteses.

      Minha sensação, pela retórica empregada (não tenho competência para avaliar tecnicamente), é que Pearl exagera um pouco. Ele faz um uso pouco comedido de termos como “revolução” e “milagre”. Mas é um cientista de primeira linha e, mesmo que ele esteja aumentando as coisas em até 30%, ainda sobram muitas ideias fascinantes no livro.

                            (Hélio Schwartsman. 19.08.2018. www.folha.uol.com.br. Adaptado)

1contrafactual: simulação (sentido aproximado)

2big data: grande banco de dados

Considere os trechos:


•  ... estabelecer com segurança se o cigarro causava ou não câncer... (3° parágrafo)

•  ... usar a estatística para destrinchar o obscuro mundo dos contrafactuais. (4°parágrafo)

•  ... mesmo que ele esteja aumentando as coisas em até 30%, ainda sobram muitas ideias fascinantes no livro. (6° parágrafo)


As expressões destacadas estabelecem, nos contextos em que ocorrem, respectivamente, relação de

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA A

    • ... estabelecer com segurança se o cigarro causava ou não câncer... (3° parágrafo) → conjunção coordenativa alternativa trazendo uma matiz semântica de exclusão, ou uma coisa ou outra acontecia, ou causava ou não.

    • ... usar a estatística para destrinchar o obscuro mundo dos contrafactuais. (4° parágrafo) → temos a preposição "para" com valor semântico de finalidade, fim, objetivo.

    • ... mesmo que ele esteja aumentando as coisas em até 30%, ainda sobram muitas ideias fascinantes no livro. (6° parágrafo) → conjunção subordinativa concessiva, valor de concessão.

    FORÇA, GUERREIROS(AS)!!

  • Assertiva A

    ou = exclusão

    para = finalidade

    mesmo que = concessão.

  • QUESTÃO :

    .....estabelecer com segurança se o cigarro causava OU não câncer... (3° parágrafo) : EXCLUSÃO .

    ....usar a estatística PARA destrinchar o obscuro mundo dos contrafactuais. (4°parágrafo) : FINALIDADE .

    ... MESMO QUE ele esteja aumentando as coisas em até 30%, ainda sobram muitas ideias fascinantes no livro (6° parágrafo) : CONCESSÃO .

    As expressões destacadas estabelecem, nos contextos em que ocorrem, respectivamente, relação de :

    GABARITO :

    A ) EXCLUSÃO, FINALIDADE e CONCESSÃO .

    ARGUMENTAÇÃO :

    OU : ADVÉRBIO de EXCLUSÃO : como falar :

    ( Quero comprar este carro OU aquele ? ) Para eu poder comprar um carro irei excluir o outro .

    No caso da questão : o cigarro causa câncer ou não ...

    PARA : para quê ??? PARA destrinchar o obscuro ( FINALIDADE /objetivo ) .

    MESMO QUE : CONCESSÃO ( opinião) : contradição ou um fato inesperado .

    A ideia de concessão está diretamente ligada ao contraste, à quebra de expectativa .

    MESMO QUE ele esteja aumentando as coisas em até 30%, AINDA sobram muitas ideias fascinantes no livro .

  • Conjunções alternativas exprimem ideia de exclusão, alternância (ação de alternar), alternativa (opção/escolha), inclusão, retificação.

    São elas:

    ou, ou… ou ,ora… ora,quer… quer,seja… seja,já… já,talvez… talvez,umas vezes… outras vezes 

    Exemplos:

    Você quer suco ou refrigerante? (alternativa/exclusão)

    Ou faço a festa, ou pago a viagem. (exclusão)

    CONCESSIVAS (iniciam oração que contraria a oração principal, sem impedir a ação declarada): que, embora, conquanto. Também as locuções: ainda que, mesmo que, bem que, se bem que, nem que, apesar de que, por mais que, por menos que...

    Finais (indicam finalidade): As locuções para que, a fim de que, por que...

    É necessário estudar com dedicação,para que se obtenha aprovação

  • Letra A

    Nem precisei ver todos os pontos, fui por exclusão.

    Para ( Finalidade)

    Ou ( Exclusão)

  • Quem for fazer prova dessa banca, precisa ber uma coisa: PARA+ VERBO NO INFINITIVO = FINALIDADE!

    Só com isso, vc já mata muitas questões dela!

    Abraços e até a posse!

  • não a pra entender esse lixo que é a nossa língua portuguesa, um emaranhado confuso e ilógico de ideias.

    estabelecer com segurança se o cigarro causava OU não câncer. Isto dentro da logica é uma alternância , um modo de sim ou não, não entendi a exclusão, não faz o minimo sentido pra mim.

  • GAB. A)

    exclusão, finalidade e concessão.

  • A conjunção "ou" é alternativa e, no contexto, expressa a ideia de exclusão - a ideia de "causar" e "não causar" são exclusivas.

    Já a preposição "para" introduz a ideia de finalidade.

    Por fim, a locução "mesmo que" expressa a ideia de concessão.

    A letra A é a que apresenta a combinação adequada.

    Resposta: Letra A