Foi por lobby do monarca que, em 1876, Bruxelas sediou uma conferência geográfica internacional na qual os anfitriões propuseram o que no papel seria uma expedição multinacional, humanitária e científica para explorar a região da África Central, quase desconhecida.
Na prática, Leopoldo II estava lançando os alicerces da apropriação de um latifúndio cuja extensão territorial superou em dezenas de vezes a da Bélgica, passando por cima das populações locais.
O problema é que Leopoldo II era um monarca constitucional. E o governo belga, sensatamente, não quis se envolver com aventuras na África. O rei, então, resolveu o problema de maneira insólita. Se a Bélgica não queria o Congo, ele assumiria a região, como se se tratasse de uma enorme fazenda — em vez de ser colônia de um país, Leopoldo transformou a área em sua propriedade particular.
De olho em produtos como o marfim e a borracha, o rei foi aos poucos criando uma rede de patronato e influência que na Conferência de Berlim (1885) teve papel preponderante nas discussões da partilha europeia da África. No ano seguinte, Leopoldo II foi agraciado não apenas com uma imensidão de terras de 2 milhões de km², mas também com o controle sobre a vida de milhões de pessoas.
Fonte:
Gabarito A
A conferência de Berlim foi organizada pelo primeiro ministro alemão Otto von Bismarck. Ele adiantou-se aos portugueses, “ donos" da ideia de um conferência internacional para resolver diferenças entre os países europeus imperialistas. A conferência de Berlim aconteceu entre novembro de 1884 e fevereiro de 1885.
O evento reuniu catorze potências da época e a pauta fundamental era a de debater a ocupação da África.
A Conferência determinou que os rios Níger e Congo seriam de livre navegação, ou seja, estavam abertos a todos os países. Foram determinados, ao menos em parte, os territórios que seriam ocupados e divididos na África da forma que melhor agradasse às potências industrializadas.
A justificativa da dominação era de uma “ missão civilizatória" que propunha acabar com a escravidão (ainda existente em partes da África). Também seria possível levar o cristianismo e as “benesses" da civilização ocidental às populações.
A ocupação do continente não foi aceita passivamente. Houve movimentos de resistência em diferentes partes da África. No entanto, em razão da diferença de organização militar e de tecnologia, a resistência africana, em geral, teve apenas efeito de retardar o domínio europeu.
Entre as afirmativas dadas uma apresenta um resultado correto da conferência
A) CORRETA- o Congo, conhecido como “Congo Belga" foi reconhecido como um possessão particular do rei Leopoldo. É claro que sem que fosse perguntado à população e governos da região se assim concordavam ou não.
B) INCORRETA – A Grã-Bretanha tinha interesse em colônias portuguesas mas, o Senegal era região de ocupação francesa e não portuguesa.
C) INCORRETA- O “mapa cor-de-rosa", proposto por Portugal, sugeria a criação de um domínio que unificasse, de leste a oeste, dois territórios portugueses: Angola- na costa Atlântica e Moçambique – na costa do Índico. A proposta foi prontamente rejeitada pelo Reino Unido, que pressionou Portugal a abandonar a ideia.
D) INCORRETA- O projeto de Bismarck, ao assumir a liderança da organização da conferência era o de conseguir áreas coloniais no continente africano, o que não aconteceu. Nenhuma potência europeia pretendia ceder suas áreas, principalmente a Grã- Bretanha, grande rival da Alemanha que, recém unificada, levava adiante um acelerado processo de industrialização.
E) INCORRETA- A França não perde territórios mas, também não os ganha na conferência de Berlim.
Gabarito do Professor: Letra A.