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ID
3134476
Banca
VUNESP
Órgão
SAAE de Barretos - SP
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia o texto para responder à questão.

O inolvidável*

    Não é muito confortável ficar ao lado de grandes corporações, mas não vejo como não apoiar a tese do Google de que o Tribunal de Justiça da União Europeia (UE) não pode impor o tal do direito ao esquecimento ao serviço de busca em nível mundial.
    Comecemos pelo polêmico direito ao esquecimento, que vem sendo reconhecido por alguns tribunais, em especial os europeus. É fácil simpatizar com o adolescente que fez um comentário inadequado na rede e não quer que o lapso o assombre para sempre. Também dá para ser solidário com a vítima de um crime que não deseja que sua identidade passe a ser definida por esse acontecimento traumático.
    É muito complicado, porém, dar a cada indivíduo o poder de determinar o que pode ou não ser dito a seu respeito. Fazê-lo representaria um embaraço forte demais às liberdades de expressão.
    A prevalecer uma versão forte do direito ao esquecimento, um artista vaidoso poderia mandar apagar as críticas negativas à sua obra; um político desonesto poderia fazer sumir os registros das condenações que sofreu. Na ausência de critérios inequívocos sobre o que é aceitável descartar da memória coletiva, é melhor não conceder a ninguém o direito de editar o passado.
    O que me preocupa mais nessa história não é, porém, o mérito do direito ao esquecimento, mas a pretensão da Justiça europeia de que suas decisões se apliquem fora das fronteiras da União Europeia. O risco aí é o de totalitarismo. Não convém conceder a nenhum Estado, por mais democrático que seja, o poder de impor suas leis a todo o planeta.
    Em algum grau os EUA já fazem isso, ao reclamar para si jurisdição sobre todas as transações financeiras que envolvam o dólar, independentemente do local do crime ou da nacionalidade dos delinquentes. Não penso, porém, que essa atitude deva ser imitada ou aceita. O ideal seria que o poder de cada Estado ficasse restrito a suas fronteiras.

(Hélio Schwartsman. Folha de S.Paulo. 22.09.2018. Adaptado)

* inolvidável: não olvidável; que não pode ser esquecido.

Considere a seguinte passagem do texto:

•  Na ausência de critérios inequívocos sobre o que é aceitável descartar da memória coletiva, é melhor não conceder a ninguém o direito de editar o passado.

Os termos destacados na passagem têm sentido contrário expressos, respectivamente, em:

Alternativas
Comentários
  • Assertiva c

    incertos; inadmissível; rejeitar.

  • GABARITO: LETRA C

    ? ? Na ausência de critérios inequívocos sobre o que é aceitável descartar da memória coletiva, é melhor não conceder a ninguém o direito de editar o passado.

    ? Queremos os termos contrários (=antônimos); "inequívoco" (=adjetivo que equivale a algo claro, evidente, explícito, certo, o contrário é algo "incerto"); "aceitável" (=adjetivo que equivale a algo razoável, que pode ser aceito, considerável, o contrário é algo "inaceitável", "inadmissível"); "conceder" (=verbo e equivale à ação de ceder algo, tornar disponível, o contrário é "rejeitar" algo, tornar indisponível).

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