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ID
3155641
Banca
VUNESP
Órgão
Câmara de Olímpia - SP
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia o trecho da crônica para responder a questão.


     O que nos distancia e nos faz ignorar que somos uma só espécie? Como aceitamos abismos sociais tão cruéis?

     A razão desses questionamentos foi um jovem adolescente na mesa ao lado da minha na padaria onde tomei o café da manhã antes de ir ao trabalho. Ainda que bem arrumado e cabelo penteado, percebia-se que era um rapaz economicamente vulnerável, humilde.

    Ele tinha na mesa uma xícara de café, como eu, e um pão provavelmente recheado de presunto e queijo. Mas o que me chamou a atenção para aquela quase criança foi que, enquanto alguns na padaria conversavam em suas mesas, todos os demais aproveitavam para mexer no celular, menos ele. O rapaz comia o pão e tomava o café, olhando para a mesa à sua frente e para o vazio da parede adiante.

     Ele estava inibido, pois parecia não sentir pertencer àquele lugar. Por que afinal ele não apanhava seu celular e começava a dedilhar nele, mandando mensagens, postando fotos? Concluí que ele não tinha um celular. Sua situação de pobreza não devia permitir esse prazer. E isso o incomodava.

    Diferentemente do que se pode esperar de adultos, conscientes de seu lugar no mundo e seguros o suficiente para sentarem-se sozinhos à mesa de qualquer lugar e desfrutar o momento independentemente de um aparelho tecnológico nas mãos, os adolescentes não possuem ainda segurança e autoestima consolidadas. Mais do que os outros, eles buscam aceitação, mesmo que tentando ser diferentes.

    Para aquele rapaz, o fato de não ter a que se ater, além da comida, num mundo onde as redes tecnológicas estão presentes nos quatro cantos, o chateava. E acabou por também me constranger: que mundo difícil esse que cria consumidores e não cidadãos.

    Guardei meu celular no bolso e, sem mais, tomei meu café, olhando para a mesa à minha frente e para o vazio da parede adiante.

(João Marcos Buch. O café que nos une. 12.09.2017. Adaptado)

Assinale a alternativa em que se reescreve trecho do texto, respeitando-se as ideias originais e em conformidade com a norma-padrão da língua portuguesa:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA D

    A) Porque bem arrumado e cabelo penteado, percebia-se que era um rapaz economicamente vulnerável. ? incorreto, aqui a ideia é que ele era percebido como economicamente vulnerável pelo fato de estar arrumado e penteado, mas, originalmente, não é isso, é pelo feto de não estar dedilhando um celular.

    B) Embora o que me chamou a atenção tenha sido o fato que alguns na padaria conversavam em suas mesas, todos os demais aproveitavam para mexer no celular, menos ele. ? conjunção subordinativa concessiva, originalmente não temos a ideia concessiva presente.

    C) O adolescente estava inibido, no entanto parecia não sentir pertencer àquele lugar. ? conjunção coordenativa adversativa, a ideia original é de explicação pela conjunção coordenativa explicativa "pois".

    D) Mais do que os adultos, os adolescentes buscam aceitação, ainda que tentando ser diferentes. ? correto, reescrita perfeita deste trecho: Mais do que os outros, eles buscam aceitação, mesmo que tentando ser diferentes.

    E) Que mundo difícil esse que cria cidadãos, mas também cria consumidores. ? "mas também" indica uma correlação de adição, originalmente temos uma negação acerca da criação de cidadãos (= que mundo difícil esse que cria consumidores e não cidadãos).

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  • Assertiva D

    Mais do que os adultos, os adolescentes buscam aceitação, ainda que tentando ser diferentes. (5º parágrafo)

  • Se eu não tivesse voltado ao texto, teria errado a questão.