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ID
3155791
Banca
VUNESP
Órgão
Câmara de Jales - SP
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia o texto para responder a questão.



       Emoções são uma construção social. Essa é, numa frase, a tese central de Lisa Feldman Barrett em “How Emotions Are Made” (“Como são feitas as emoções”). Não haveria nada de surpreendente se Barrett fosse professora em algum departamento de estudos de gênero, mas ela é uma neurocientista e afirma que suas conclusões estão amparadas em sólida evidência empírica.

      O ponto forte do livro é justamente a parte em que Barrett mostra que há problemas nos modelos tradicionais que fazem com que cada emoção corresponda à ativação de um circuito neural específico. Por esse paradigma, emoções seriam universais e teriam uma assinatura biológica inconfundível.

      O problema, diz Barrett, é que ela passou anos num laboratório em busca dessas assinaturas e não as encontrou. Não temos dificuldade para reconhecer a emoção medo num ator fazendo uma careta estereotipada, mas isso não passa de uma convenção cultural. Nem todos que sentem medo apresentam as mesmas expressões faciais e nem sequer os mesmos sinais fisiológicos.

      A partir daí — e essa é a parte em que o livro fica aquém do que promete —, Barrett conclui que o modelo tradicional está errado e propõe outro no qual as emoções são construídas pelo cérebro no instante em que ele classifica as sensações positivas ou negativas que experimenta. A cultura e a própria linguagem seriam parte indispensável desse processo.

      Minha impressão é de que Barrett foi com muita sede ao pote. Seus achados fragilizam as versões mais fortes do modelo tradicional, mas não bastam para pôr abaixo um edifício construído com a colaboração da maior parte dos filósofos ocidentais, do próprio Charles Darwin e de um número ainda maior de neurocientistas contemporâneos. Até pode ser que Barrett tenha razão, mas ainda é cedo para decretá-lo.

(Hélio Schwartsman. “Como são feitas as emoções”. Folha de S.Paulo. 04.03.2018. Adaptado) 

Assinale a alternativa em que a passagem do texto se mantém correta, conforme a norma-padrão, com o acréscimo da vírgula.

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA A

    ? Não haveria nada de surpreendente, se Barrett fosse professora em algum departamento de estudos de gênero...

    ? Oração subordinada adverbial condicional em sua ordem direta (não está anteposta à oração principal), dessa forma é facultativo o uso da vírgula.

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  • Pq n é a B?

  • doris, acho que seja pq o QUE esta fazendo papel de sujeito na oração, assim, a virgula fica proibida.

  • A questão requer conhecimento acerca do uso da vírgula.

    ALTERNATIVA (A) CORRETA – A vírgula está separando a oração principal (Não haveria nada de surpreendente) da oração subordinada adverbial condicional (se Barrett fosse professora em algum departamento de estudos de gênero).

    NOTA!!! A maioria dos gramáticos recomenda o uso da vírgula para separar as orações subordinadas adverbiais, mesmo vindo após as orações principais.
    ALTERNATIVA (B) INCORRETA – Não se separa oração principal (afirma) de oração subordinada substantiva (que suas conclusões estão amparadas em sólida evidência empírica). Até porque a oração introduzida pela conjunção integrante “que" é complemento do verbo afirmar.
    ALTERNATIVA (C) INCORRETA – Não se separa verbo de seu complemento, salvo se houver uma palavra ou expressão intercalada. No entanto, se o advérbio “justamente" estivesse entre vírgulas não haveria problema.
    O ponto forte do livro – sujeito

    é – verbo de ligação

    justamente – adjunto adverbial de afirmação

    a parte em que Barrett mostra que há problemas nos modelos tradicionais – predicativo do sujeito.

    ALTERNATIVA (D) INCORRETA - Não se separa verbo de seu complemento, salvo se houver uma palavra ou expressão intercalada.

    ALTERNATIVA (E) INCORRETA – Não se separa verbo de seu complemento, salvo se houver uma palavra ou expressão intercalada.

    GABARITO DA PROFESSORA: ALTERNATIVA (A).