GABARITO: LETRA D
A) a característica liberal, pois, em seu arcabouço legal, expressa o exercício intelectual e, mesmo com a confissão de uma ética individual e livre, a profissão deve sempre recorrer à adequação ao mercado de trabalho e às legislações vigentes. ? parei quando fiz a leitura de "liberal; o Serviço Social passa longe de características liberais.
B) o conjunto teórico-metodológico do Serviço Social, cuja base está fincada em diferentes matrizes filosóficas, que se alternaram como hegemônicas ao longo da sua história. Esse movimento só foi possível pelo abandono total do pressuposto da pluralidade. ? incorreto, a base do Serviço Social está alocada na Doutrina Social da Igreja Católica.
C) a capacidade de se modificar ao longo da história, preservando, de forma intacta, o arcabouço jurídico-social. Além disso, os preceitos fundantes da profissão devem deslocar-se da leitura relacional com o Estado para não corroer a base de sua sustentação científica. ? incorreto, não houve preservação, tanto que tivemos diversos Códigos de Ética; até chegar ao nosso atual, o de 1993.
D) a compreensão de que sua configuração assenta-se como uma especialização do trabalho coletivo, inserido na divisão social e técnica do trabalho, e tem seu objeto delineado pelas diferentes formas de enfrentamento das múltiplas variáveis da questão social. ? correto, definição perfeita acerca de nossa profissão.
E) a essencialidade do campo relacional formatada em um arcabouço teórico firmado nos pressupostos da pós-modernidade, permitindo uma leitura mais próxima das influências do desenvolvimento individual e familiar. ? incorreto, essa alternativa traz uma concepção voltada à benevolência e às práticas caritativas, isso é completamente distinto do Serviço Social na atualidade.
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FORÇA, GUERREIROS(AS)!!
Só para complementar a contribuição do nosso colega Arthur, com essa maravilhosa citação da maravilhosa Iamamoto:
"O Assistente Social dispõe de um Código de Ética profissional e embora o Serviço Social seja regulamentado como uma profissão liberal, não tem essa tradição na sociedade brasileira. É um trabalhador especializado, que vende a sua capacidade de trabalho para algumas entidades empregadoras, predominantemente de caráter patronal, empresarial ou estatal, que demandam essa força de trabalho qualificada e a contratam. Esse processo de compra e venda da força de trabalho especializada em troca de um salário faz com que o Serviço Social ingresse no universo da mercantilização, no universo do valor. A profissão passa a constituir-se como parte do trabalho social produzido pelo conjunto da sociedade, participando da criação e prestação de serviços que atendem às necessidades sociais. Ora o Serviço Social reproduz-se como um trabalho especializado na sociedade por ser socialmente necessário: produz serviços que atendem às necessidades sociais, isto é, têm um valor de uso, uma utilidade social. Por outro lado, os assistentes sociais também participam, como trabalhadores assalariados, do processo de produção e/ou de redistribuição da riqueza social. Seu trabalho não resulta apenas em serviços úteis, mas ele tem um efeito na produção ou na redistribuição do valor e da mais-valia. Assim, por exemplo, na empresa, o assistente social pode participar do processo de reprodução da força de trabalho e/ou da criação da riqueza social, como parte de um trabalho coletivo, produtivo de mais-valia. Já na esfera do Estado, no campo da prestação de serviços sociais, pode participar do processo de redistribuição da mais-valia, via fundo público. Aí seu trabalho se inscreve, também, no campo da defesa e/ou realização de direitos sociais de cidadania, na gestão da coisa pública. Pode contribuir para o partilhamento do poder e sua democratização, no processo de construção de uma contrahegemonia no bojo das relações entre as classes. Pode, entretanto, imprimir outra direção social ao seu trabalho, voltada ao reforço das estruturas e relações de poder preexistentes, os marcos da quotidianeidade." (p.22-23)
Referência: IAMAMOTO, Marilda V.Serviço Social na contemporaneidade: trabalho e formação profissional.3.ed.-São Paulo, Cortez, 2000.