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ID
3193531
Banca
FCC
Órgão
Câmara de Fortaleza - CE
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Atenção: Para responder a questão, baseie-se no texto abaixo. 


             Os debates travados na Câmara e pela imprensa em torno da Lei do Ventre Livre fizeram da emancipação dos escravos uma questão nacional. O projeto do governo foi apresentado à Câmara em 12 de maio de 1871. Para alguns, o projeto era avançado demais, para outros, excessivamente tímido. Os defensores do projeto usaram argumentos morais e econômicos. Argumentavam que o trabalho livre era mais produtivo que o escravo. Diziam que a existência da escravidão era uma barreira à imigração, pois que os imigrantes recusavam-se a vir para um país de escravos. A emancipação abriria as portas à tão desejada imigração. Usando de argumentos morais, denunciavam os que, em nome do direito de propriedade, defendiam a escravidão e se opunham à aprovação do projeto. Não era legítimo invocar o direito de propriedade em se tratando de escravos. “Propriedade de escravos” − dizia Torres Homem, político famoso, homem de cor e de origens modestas que chegara ao Senado depois de brilhante carreira – “era uma monstruosa violação do direito natural.” “A maioria dos escravos brasileiros” − afirmava ele − “descendia de escravos introduzidos no país por um tráfico não só desumano como criminoso. Nada pois mais justo que se tomassem medidas para acabar com a escravidão.”

       Em contrapartida, os mais arraigados defensores da escravidão consideravam o projeto uma intromissão indébita do governo na atividade privada. Argumentavam que o projeto ameaçava o direito de propriedade garantido pela Constituição. Segundo a prática, que datava do período colonial, o filho de mãe escrava pertencia ao senhor. Qualquer lei que viesse a conceder liberdade ao filho de escrava era, pois, um atentado à propriedade e, o que era pior, abria a porta a todas as formas de abusos contra esse direito. Acusavam o projeto de ameaçar de ruína os proprietários e de pôr em risco a economia nacional e a ordem pública. Diziam ainda que, emancipando-se os filhos e mantendo os pais no cativeiro, criar-se-iam nas senzalas duas classes de indivíduos, minando, dessa forma, a instituição escravista pois não tardaria muito para que os escravos questionassem a legitimidade de sua situação.

(Adaptado de: COSTA, Emília Viotti da. A Abolição. São Paulo: Editora Unesp, 2010, p. 49-52) 

Propriedade de escravos” − dizia Torres Homem [...] − “era uma monstruosa violação do direito natural.” (1º parágrafo)

Transposto para o discurso indireto, o trecho transcrito acima assume a seguinte redação:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA E

    A) Torres Homem dizia que propriedade de escravos é uma monstruosa violação do direito natural ? o tempo verbal original é pretérito imperfeito "era".

    B) Torres Homem dizia: ? Propriedade de escravos era uma monstruosa violação do direito natural ? aqui continua representado um discurso direto devido ao uso de pontuação e o não uso de uma oração subordinada objetiva direta.

    C) Torres Homem dizia que propriedade de escravos seria uma monstruosa violação do direito natural.

    D) Torres Homem dizia: ? Propriedade de escravos é uma monstruosa violação do direito natural.

    E) Torres Homem dizia que propriedade de escravos era uma monstruosa violação do direito natural.

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    FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 

  • Para transposição para o discurso indireto é necessário retroceder no período verbal. "Torres Homem dizia que propriedade de escravos era uma monstruosa violação do direito natural". Sem travessões nem aspas.

  • eu procurei pelo discurso direto.. preciso dar um intervalo kk

  • Achava que na transformação o verbo tinha que passar pra outro tipo de preterito ( mais que perfeito?) , embora o "seria" transforme em hipótese algo que não o é.

    Agora, elocubrando, me parece que transformar para o mais que perfeito encaixaria mais para um relato concreto de um fato, não para uma frase que interpreta um fato histórico - talvez por isso o tempo verbal não mudou

  • O discurso indireto é intermediado por um narrador. É uma oração introduzida por conjunção integrante (que, se), e apresenta o uso de verbo dicente ( dizer, responder, falar...). Por último, toda as frases no discurso indireto são declarativas as quais se apresentam em 3ª pessoa. ( Trecho do livro da maravilhosa Flávia Rita).