SóProvas


ID
3254407
Banca
FCM
Órgão
Prefeitura de Caranaíba - MG
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

 Um país do balacobaco 

Mentor Neto

       1. Nossa cultura popular é uma enciclopédia aberta, envolvente e rica em termos e frases de profundidade inquestionável. Conhecimento comum, da gente simples, do dia a dia, que resultou em gotículas de sabedoria muitas vezes desprezadas. Ao longo dos anos venho colecionando inúmeras. Utilizo esta enciclopédia aberta como repositório que, acredito, poderia ser de amplo emprego por alguns brasileiros.

     2. É verdade que algumas dessas expressões caíram em desuso, mas nem por isso perderam o brilhantismo. Por exemplo, no escândalo mais recente, o caso Intercept Brasil, o conselho “em boca fechada não entra mosca” teria sido de profunda utilidade. 

     3. Há como descrever melhor o trabalho da Lava Jato do que com um “cada enxadada uma minhoca”? Aos acusados ou suspeitos de corrupção, aos que se enriqueceram por meios ilícitos, um “bobeou, dançou” cai feito uma luva.

      4. “Entornar o caldo” me parece adequado quando nos referimos à cultura de delações premiadas na qual estamos imersos. Por falar nisso, os delatores encontram um sábio conselho no “ajoelhou, tem que rezar” ou, quem sabe, no consagrado “colocar a boca no trombone”! Já aos que preferem manter o silêncio, “boca de siri” é o ideal.

     5. Alguns personagens desse “bafafá” que tomou conta de nossa política são protagonistas tão importantes que merecem frases conhecidas de aplicação exclusiva, já que “entraram numa fria”. Afinal, como descrever mais precisamente o que ocorreu com aquele que “foi pego com a boca na botija”?

      6. Para os destacados empresários do ramo frigorífico, um belo “mamar na vaca você não quer, né?” é incontestável. Tenho certeza de que o estimado leitor há de concordar.

      7. E os deputados e senadores? E os que infringiram acordos? Ou aquilo está “um quiprocó”, “um perereco” do caramba mesmo. Alguns ministros “aparecem mais que umbigo de vedete”, mas a real é que deveriam “sair de fininho”.

    8. A verdade é que o País está “do jeito que o diabo gosta” e cabe a nós acabar logo com esse “lero-lero” e “partir pras cabeças”. Afinal, amigo, nossa situação “está mais feia que bater na mãe”.

IstoÉ, n. 2581, 19 jun. 2019. Adaptado

Leia a passagem transcrita do texto.

           6. Para os destacados empresários do ramo frigorífico, um belo “mamar na vaca você não quer, né?” é incontestável. Tenho certeza de que o estimado leitor há de concordar.

        7. E os deputados e senadores? E os que infringiram acordos? Para aquele vai um “não é flor que se cheire”. Ou aquilo está “um quiprocó”, “um perereco” do caramba mesmo. Alguns ministros “aparecem mais que umbigo de vedete”, mas a real é que deveriam “sair de fininho”.

         8. A verdade é que o País está “do jeito que o diabo gosta” e cabe a nós acabar logo com esse “lero-lero” e “partir pras cabeças”. Afinal, amigo, nossa situação “está mais feia que bater na mãe”.

Informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma sobre os aspectos gramaticais exemplificados.


( ) Na estrutura frasal "... cabe a nós..." (§8), o sinal indicativo de crase está ausente. Todavia, esse sinal gráfico deve ser empregado diante de pronomes pessoais.

( ) Em "E os que infringiram acordos?" (§7), a substituição do termo em destaque por "infligiram" não alterará o sentido que se quis dar ao período.

( ) No que tange à hifenização, a palavra composta "lero-lero" (§8) está grafada corretamente, segundo o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.

( ) As palavras "incontestável" e "frigorífico" (§6) estão acentuadas obedecendo à mesma regra que determina a acentuação das palavras "empresários" (§6) e "quiprocó" (§7), respectivamente.

De acordo com as afirmações, a sequência correta é

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA A

    (F) Na estrutura frasal "... cabe a nós..." (§8), o sinal indicativo de crase está ausente. Todavia, esse sinal gráfico deve ser empregado diante de pronomes pessoais. ? incorreto, antes dos pronomes pessoais, como eu, tu, ele, ela, nós, vós, mim (pronome pessoal oblíquo) etc., não ocorre crase, já que não são antecedidos de artigos. Nessas situações haverá apenas a preposição ?a?. 

    (F) Em "E os que infringiram acordos?" (§7), a substituição do termo em destaque por "infligiram" não alterará o sentido que se quis dar ao período. ? incorreto, "infringiram" (equivale à violação, desrespeito de algo); "infligiram" (equivale à aplicação de algum castigo, pena: O condutor do veículo estava em alta velocidade, por isso a multa foi infligida/aplicada).

    (V) No que tange à hifenização, a palavra composta "lero-lero" (§8) está grafada corretamente, segundo o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. ? correto, os vocábulos onomatopaicos passam a ser grafados com hífen. Assim, "trololó" passa a "tró-ló-ló", "lengalenga" passa a "lenga-lenga". "Lero-lero" já se escrevia com hífen e assim permanece, "ramerrame" vai para "rame-rame".

    (F) As palavras "incontestável" e "frigorífico" (§6) estão acentuadas obedecendo à mesma regra que determina a acentuação das palavras "empresários" (§6) e "quiprocó" (§7), respectivamente. ? incorreto, incontestável (paroxítona terminada em -l); frigorífico (proparoxítona); empresários (paroxítona terminada em ditongo); quiprocó (oxítona terminada em -o).

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    FORÇA, GUERREIROS(AS)!!

  • Gabarito A

    (F) Na estrutura frasal "... cabe a nós..." (§8), o sinal indicativo de crase está ausente. Todavia, esse sinal gráfico deve ser empregado diante de pronomes pessoais.

    ⇢ Proibido antes de pronomes pessoais (Eu, tu, ela, nós, vós, mim.).

    (F) Em "E os que infringiram acordos?" (§7), a substituição do termo em destaque por "infligiram" não alterará o sentido que se quis dar ao período.

    ⇢ infligiram >> aplicaram, impuseram

    ⇢ infringiram >> desrespeitar, burlar.

    (V) No que tange à hifenização, a palavra composta "lero-lero" (§8) está grafada corretamente, segundo o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.

    ⇢ lero-lero é uma palavra composta sendo separada por o hífen.

    (F) As palavras "incontestável" e "frigorífico" (§6) estão acentuadas obedecendo à mesma regra que determina a acentuação das palavras "empresários".

    ⇢ em-pre-sá-rio >> Paroxítona (acento tônico na penúltima)

    ⇢ in-con-tes-tá-vel >> Paratoxina terminada em -l

    ⇢ fri-go-rí-fi-co >> Proparoxítona 

  • Complemento:

    Dava para marcar o Gol com as 2 primeiras

    1º Não empregamos crase quando o "a" Singular e a palavra é pluralizada.

    Causou forte temos a empresários.

    Infligir= Aplicar pena

    O juiz infligiu a pena ao réu.

    Infringir= Burlar, desrespeitar, desobedecer.

    O motorista infringiu a regra de trânsito.

    Sucesso, Bons estudos, Nãodesista!

  • Arthur Carvalho, obrigada pelos cometários!!

  • Gabarito: A

    Resumo sobre o uso do hífen:

    Letras iguais, separa com hífen(-).

    Letras diferentes, junta.

    O “H” não tem personalidade. Separa (-).

    O “R” e o “S”, quando estão perto das vogais, são dobrados. Mas não se juntam com consoantes.

  • Infringir é quando alguém transgride, viola, desrespeita uma lei.

    Infligir é quando uma pena ou castigo é aplicado, quando alguém ou algo sofre algum tipo de dano ou prejuízo.

  • E sobre " lero-lero" qual a regra??Ninguém comentou.

  • Na reforma ortografica usa-se hífen em compostos com palavras repetidas, com ou sem
    alternância vocálica ou consonântica:


    blá-blá-blá, zum-zum, lenga-lenga, zás-trás, lero-lero etc


    O vocábulo vaivém, porém, não tem hífen.

  • Assertiva A

    F; F; V; F.

    (F) Na estrutura frasal "... cabe a nós..." (§8), o sinal indicativo de crase está ausente. Todavia, esse sinal gráfico deve ser empregado diante de pronomes pessoais.

    (F) Em "E os que infringiram acordos?" (§7), a substituição do termo em destaque por "infligiram" não alterará o sentido que se quis dar ao período.

    (V) No que tange à hifenização, a palavra composta "lero-lero" (§8) está grafada corretamente, segundo o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.

    (F) As palavras "incontestável" e "frigorífico" (§6) estão acentuadas obedecendo à mesma regra que determina a acentuação das palavras "empresários" (§6) e "quiprocó" (§7), respectivamente.

  • Palavras onomatopaicas requerem hífen

    Os vocábulos onomatopaicos passam a ser grafados com hífen.

    Assim, "trololó" passa a "tró-ló-ló", "lengalenga" passa a "lenga-lenga". "Lero-lero" já se escrevia com hífen e assim permanece, "ramerrame" vai para "rame-rame".

    O ruído das taças num brinde é agora "tim-tim" (não mais "tintim") e a sucessão de intrigas que gostosamente as pessoas chamam de "ti-ti-ti" também produz uma palavra com hífen. "Blá-blá-blá" e "blábláblá" coexistiam no sistema antigo. No novo, prevaleceu a forma hifenizada: "blá-blá-blá". "Bê-á-bá" também se escreve com os hífens - e os acentos!