SóProvas


ID
3305743
Banca
FUNDEP (Gestão de Concursos)
Órgão
Câmara de Santa Bárbara - MG
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

INSTRUÇÃO: Leia o texto II a seguir para responder à questão.

TEXTO II

Onde dormem os duendes [...]

Eu decorei as falas e minha tia Francisca preparou minha roupinha de seda verde. Era uma bermuda bufante, um colete com paetês e uma touca estilo Noel. O ideal era que eu usasse uma sapatilha, mas não fosse por minha tia, o figurino já não teria sido o luxo que foi. Como um bom artista, improvisei o calçado. Peguei meu velho Kichute (essa não é para os mais jovens) e adaptei um acabamento no bico feito em cartolina à moda Alladin.
Ensaios após as aulas e nos fins de semana na casa da professora Aleluia, idealizadora do projeto. O lanche era sempre bom. Éramos todos da mesma classe e o garoto mais bonitinho (segundo as meninas) e inteligente (segundo minhas notas) ficou com o papel de príncipe, ao lado daquela que era minha princesa (não só na peça, mas também em meu coração infantil). Suas roupas foram bem trabalhadas em azul e detalhes em dourado que pareciam reluzir ao lado de meu velho tênis preto. Sua irmã também interpretava algum personagem e estava igualmente bem-vestida. Todos com o figurino muito bonito.
Eles iam para as apresentações de carro, enquanto eu e o amigo Valdemar íamos de ônibus ou a pé. Ainda outro dia encontrei-o em um Subway e ele não lembrou de mim por nada. Diz minha filha que ele deveria ser meu amigo imaginário. Talvez. Afinal, eu era um duende!
Tudo em volta me mostrou que eu não tinha bala para ser o príncipe. Nem corpo, nem notas, nem roupas e muito menos um carro. Acho que foi a primeira vez que entendi o que era diferença de classes. Tudo bem… sem dramas… não sofri bullying. Era só la vie se mostrando irremediavelmente. Ele era o príncipe, ela a princesa e eu o vilão que terminava humilhado, puxado por uma das orelhas e levando um baita sermão.
Deste eu não lembro muito, pois o danado do príncipe fazia questão de ser bem realista ao punir o duende. Por outro lado, não tive como esquecer a outra lição. Vejo-a todos os dias desfilando por nossa cidade.
Nossa turnê passou por várias escolas e fomos aplaudidos de pé, apesar do amadorismo. Dessa época, nem uma foto. Só a lição, mesmo.

VICENTE, Alexandre. Onde dormem os duendes.
Disponível em:<https://bit.ly/2Emov2x> . Acesso em: 5 abr.
2018 (Fragmento adaptado).

Releia o trecho a seguir.
“Peguei meu velho Kichute (essa não é para os mais jovens) e adaptei um acabamento no bico [...]”
Em relação ao uso dos parênteses nesse trecho, analise as afirmativas a seguir.
I. Indicam, nesse contexto, um comentário do autor.
II. Podem ser substituídos, nesse contexto, por travessões.
III. Nesse contexto, os parênteses podem ser substituídos por vírgulas.
De acordo com a norma-padrão, estão corretas as afirmativas

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA D

    ? Ambos itens corretos:  ?Peguei meu velho Kichute (essa não é para os mais jovens) e adaptei um acabamento no bico [...]?

    I. Indicam, nesse contexto, um comentário do autor ? correto, os parênteses isolam uma informação adicional, isolam um comentário do autor, marca a sua opinião.

    II. Podem ser substituídos, nesse contexto, por travessões ? correto, os parênteses são perfeitamente cambiáveis com os travessões.

    III. Nesse contexto, os parênteses podem ser substituídos por vírgulas ? correto, troca correta também, mantem a correção gramatical.

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