SóProvas


ID
3340708
Banca
IDECAN
Órgão
Prefeitura de Cariacica - ES
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                            Para que serve a poesia?


      [...] Neste tempo de destituição e mesmo de destruição de toda e qualquer alteridade, neste tempo que poderia ter no pau de selfie um de seus símbolos, neste tempo que, mais séria, pertinente e responsavelmente, está sendo chamado de tempo do antropoceno, a poesia é, desde sempre e ainda agora, dentre outras possibilidades, uma abertura à alteridade. Quer saber quem é o outro, quer se abrir ao outro, quer se misturar ao outro, quem quer que seja esse outro (mesmo que o outro em nós mesmos), leia a poesia. Há certamente uma pedagogia poética, uma política poética, ainda que instáveis, indeterminadas e dificilmente detectáveis. [...]

      Que a impotência da poesia (o fato de ela estar fora do mercado, fora do egocentrismo, fora do antropocentrismo, fora de todo absoluto, fora do hegemônico) deixe alguma de sua potência comparecer, questionando os poderes totalitários, alterando nossas vidas ou nos dando elementos para transformações, que ela nos ofereça, mesmo que instável e microscopicamente, o que pode oferecer, mesmo que sejamos movidos sem compreender muito dessa força. E, sobretudo, que a poesia — e/ou as apresentações da poesia — nos afete; que este seja, preferencialmente, um espaço que deseja se deixar e nos deixar afetados pela poesia. [...]

      Da poesia, Barthes já disse “Poesia = prática da sutileza num mundo bárbaro. Daí a necessidade de lutar hoje pela poesia: a poesia deveria fazer parte dos ‘Direitos do Homem’; ela não é ‘decadente’, ela é subversiva: subversiva e vital”. Lutar pela poesia para se submeter e submeter quem quer que seja a seus cuidados sutis, subversivos, vitais.

      Se há algo que a minha vida me mostrou desde há muito, como talvez nenhuma outra de minhas experiências, é que, onde há poesia, a dose de saúde é maior, ou, dizendo de outra maneira, que a poesia é um receptáculo de intensidades, um arquivo de intensidades, uma disponibilidade de intensidades que em algum lugar se encontram com as nossas, ditas e caladas, esforçando-se ao máximo em criar em nós subjetividades mais porosas.

(Por Alberto Pucheu. Disponível em: http://revistacult.uol.com.br/home/ 2016/09/para-que-serve-a-poesia/. Adaptado.)

Dentre os elementos destacados a seguir, assinale o que possui classificação, em relação à função sintática exercida na oração, DIFERENTE dos demais.

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA D

    A) ?[...] a poesia é, desde sempre e ainda agora, [...]? (1º§) ? temos o sujeito simples do verbo "ser ? é".

    B) ?[...] que poderia ter no pa-u de selfie um de seus símbolos, [...]? (1º§) ? pronome relativo "que" retomando o substantivo "tempo" e exercendo função sintática de sujeito.

    C) ?Se há algo que a minha vida me mostrou desde há muito, [...]? (4º§) ? quem me mostrou? A minha vida (=sujeito simples).

    D) ?[...] pertinente e responsavelmente, está sendo chamado de tempo do antropoceno, [...]? (1º§) ? chamado de alguma coisa, o trecho em destaque é núcleo do objeto indireto.

    Baixe a Planilha de Gestão Completa nos Estudos Grátis: http://3f1c129.contato.site/plangestaoestudost3

    ? FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 

  • Nao entendi o gabarito da questao, na letra C o verbo haver esta no sentido de existir,ocorrer e acontecer, por isso nao havaria sujeito?

  • Na letra C, temos mais de uma oração. Lembre-se: cada oração possui um verbo, ou uma locução verbal.

    O pronome relativo que inicia a segunda oração, e o termo sublinhado, a minha vida, é sujeito do verbo mostrar. Na oração em que o verbo haver está presente não possui sujeito.