- ID
- 3356161
- Banca
- CIEE
- Órgão
- TRT - 10ª REGIÃO (DF e TO)
- Ano
- 2019
- Provas
- Disciplina
- Português
- Assuntos
A partir da década de 70, tendo como marco histórico a
Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e
diante dos problemas oriundos da degradação
ambiental, iniciou‐se no mundo uma crescente consciência
de que seria necessária uma forma diferenciada do ser
humano se relacionar com a natureza, e de gerar e
distribuir riquezas.
Por outro lado, em paralelo a este movimento chamado
“verde”, a desigualdade social foi nas últimas décadas
expandindo numa velocidade vertiginosa e com ela
crescendo a exclusão social e a violência.
Em decorrência destes dois fatores deparamo‐nos, na
década de 90, com um novo fenômeno social, qual seja
a proliferação do 3º setor: a esfera pública não‐estatal.
Somado a isto, ganharam força os movimentos da qualidade
empresarial e dos consumidores. De agente passivo de
consumo, o consumidor passa a ser agente de
transformação social, por meio do exercício do seu poder
de compra, uso e descarte de produtos, de sua
capacidade de poder privilegiar empresas que tinham
valores outros que não somente o lucro na sua visão de
negócios. Assim, sociedade civil e empresas passam a
estabelecer parcerias na busca de soluções, diante da
convicção de que o Estado sozinho não é capaz de
solucionar a todos os problemas e a responder a tantas
demandas.
É diante desta conjuntura que nasce o movimento da
responsabilidade social. Movimento este que vem crescendo
e ganhando apoio em todo o mundo, e que propõe uma
aliança estratégica entre 1º, 2º e 3º setores na busca da
inclusão social, da promoção da cidadania, da
preservação ambiental e da sustentabilidade planetária, na
qual todos os setores têm responsabilidades
compartilhadas e cada um é convidado a exercer aquilo
que lhe é mais peculiar, mais característico. E, para que
essa aliança seja possível, a ética e a transparência são
princípios fundamentais no modo de fazer negócios e de
relacionar‐se com todas as partes interessadas.
À sociedade civil organizada cabe papel fundamental
pelo seu poder ideológico – valores, conhecimento,
inventividade e capacidades de mobilização e
transformação.
A responsabilidade social conclama todos os setores da
sociedade a assumirem a responsabilidade pelos
impactos que suas decisões geram na sociedade e meio
ambiente. Nesse sentido, os setores produtivos e
empresariais ganham um papel particularmente importante,
pelo impacto que geram na sociedade e seu poder
econômico e sua capacidade de formular estratégias e
concretizar ações.
Essa nova postura, de compartilhamento de
responsabilidades, não implica, entretanto, em menor
responsabilidade dos governos, ao contrário, fortalece
o papel inerente ao governo de grande formulador de
políticas públicas de grande alcance, visando o bem
comum e a equidade social, aumentando sua
responsabilidade em bem gerenciar a sua máquina, os
recursos públicos e naturais na sua prestação de contas
à sociedade. Além disso, pode e deve ser o grande
fomentador, articulador e facilitador desse novo modelo que se configura de fazer negócios.
(Disponível em:
http://www.inmetro.gov.br/qualidade/responsabilidade_social/c
ontextualizacao.asp. Acesso em agosto de 2019.)
Considerando o trecho “Em decorrência destes
dois fatores deparamo‐nos, na década de 90, com um
novo fenômeno social, qual seja a proliferação do 3º setor:
a esfera pública não‐estatal.” (3º§), os dois-pontos têm
como propósito: