SóProvas


ID
3420718
Banca
CONSULPLAN
Órgão
Prefeitura de Patos de Minas - MG
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Refugiados: enfim, a Europa se curva

No auge da crise migratória, o continente aceita receber mais estrangeiros.  

O desafio agora é como integrá‐los à sociedade.


      Era abril quando mais de 1.3 mil pessoas haviam morrido na travessia do Mar Mediterrâneo para a Europa, um número recorde, e o filósofo e escritor italiano Umberto Eco foi questionado pelo jornal português Expresso como via a tragédia. “A Europa irá mudar de cor, tal como os Estados Unidos”, disse. Eco se referia à previsão de que, até 2050, os brancos deixarão de ser a maioria da população americana. “Esse é um processo que demorará muito tempo e custará muito sangue.” Diante da atual crise de migrantes e refugiados pela qual passa o continente, que recebeu 350 mil estrangeiros até agosto, o diagnóstico de Eco não poderia ter sido mais preciso. Na semana passada, enquanto cidadãos de diversos países receberam os refugiados com mensagens de boas vindas, alimentos e roupas, as autoridades da União Europeia se curvaram à gravidade da situação, e decidiram abrir as fronteiras para acolher 160 mil pessoas e dividi‐las entre os 22 países do bloco. A maioria vai para Alemanha, França e Espanha. O processo continua sangrento – ao menos 2,5 mil pessoas já desapareceram no Mediterrâneo –, mas pode ser o propulsor de uma nova Europa, talvez mais solidária e certamente mais colorida.

      Cada vez mais, a economia do continente precisa de mão‐de‐obra jovem para continuar avançando e, sobretudo, reduzir a pressão sobre o sistema de aposentadorias e pensões. Por isso, além das óbvias razões humanitárias, receber os refugiados é uma questão prática. Nos cálculos da Comissão Europeia, cada mulher tem, em média, 1,5 filho hoje. O mesmo relatório concluiu que, nos próximos anos, a “população europeia se tornará cada vez mais grisalha”. Na Alemanha, onde, desde 1972, morre mais gente do que nasce, o fator de equilíbrio que tem feito a população crescer é justamente o saldo positivo da chegada de imigrantes.

      A recente onda de solidariedade começou em Berlim, que suspendeu a Convenção de Dublin e permitiu que refugiados sírios pedissem asilo diretamente à Alemanha, mesmo que esse não fosse o primeiro país aonde chegaram. Mais do que isso, num esforço para ajudá‐los a conseguir emprego e torná‐los produtivos, o governo de Angela Merkel prometeu aumentar a oferta de cursos intensivos de alemão e programas de treinamento a pessoas em busca de asilo. Com capacidade para receber meio milhão de refugiados por ano (em 2015, já foram 450 mil), o país deve empregar 6 bilhões de euros nessa crise.

      Enquanto a Europa desperta para a nova realidade, em que a miscigenação ganha importância, a religião permanece como um dos principais entraves para a integração. Ainda que não existam dados consolidados sobre o tema, as nações que mais exportam migrantes, Síria e Afeganistão, são de maioria muçulmana e representantes de países como Hungria, Bulgária e Chipre já disseram preferir os cristãos aos muçulmanos com o argumento de que aqueles se adaptariam melhor aos costumes locais. Indiferente às críticas sobre discriminação, a Áustria foi além. Em fevereiro, o governo austríaco, que tem sido dos mais refratários em relação aos migrantes, aprovou uma lei que regula a prática do islamismo no país. Os muçulmanos de lá tiveram seus feriados religiosos reconhecidos, mas só podem realizar suas atividades de culto em alemão e as mesquitas não podem receber financiamento estrangeiro. A regra não serve para outras religiões. Para os austríacos, ela ajuda na integração dos estrangeiros e evita a radicalização. Para os contrários à lei, o resultado é justamente o oposto. “Por que um muçulmano se torna fundamentalista na França?”, pergunta Umberto Eco. “Acha que isso aconteceria se vivesse num apartamento perto de Notre Dame?”

(Disponível em: http://www.istoe.com.br/reportagens/436154_ REFUGIADOS+ ENFIM+A+EUROPA+SE+CURVA. Acesso em: 14/09/2015.)

Na Alemanha, onde, desde 1972, morre mais gente do que nasce,...” (2º§). “Onde” está empregado corretamente no trecho anterior. Assinale a alternativa INCORRETA quanto ao seu emprego.

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA C

    ? A Europa vive um período onde a solidariedade está em evidência (=emprego incorreto, visto que deve ser empregado para se referir a um lugar, aqui está retomando algo com valor temporal).

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    ? FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 

  • O vocábulo “onde” corresponde a “em algum lugar”, ou seja, indica permanência de algo ou alguém em determinado local físico.

    https://www.estudopratico.com.br/o-emprego-correto-de-onde-aonde-donde-no-qual-do-qual-e-em-que/

  • Nesse caso eu não posso usar o pronome onde, Onde está se referindo à palavra período e não pode, período não é lugar fixo.

    Aqui eu posso usar em que, na qual.

  • Onde se refere à palavra "período", o pronome relativo "onde" só pode ser referir a lugares.o

  • O pronome "onde" deve retoma lugares, o que não acontece na alternativa C.

  • Onde retoma apenas lugares

  • Como dito anteriormente, onde costuma ser utilizado como  de lugar ou como . Essa palavra possui noção de lugar, mas sempre no sentido estático, permanente, isto é, sem movimento.

  • Arthur Carvalho

    exelente explicação :)

  • Assertiva c

    A Europa vive um período onde a solidariedade está em evidência.

  • GABARITO C

    ONDE é usado apenas para indicar LUGARES e pode ser substituído SEMPRE por EM QUE.

    bons estudos

  • PESSOAL O CORRETO SERIA QUANDO NO LUGAR DE ONDE NA ALTERNATIVA C DE CONCURSEIRO

    ; )

  • C de Covid

  • Gabarito: letra C

    O correto seria trocar a palavra "onde" por "no qual" ou "em que".

  • AONDE QUE NA ALTERNATIVA (A) E (D) SE REFERIU A LUGAR?, EM RELAÇÃO AO SENTIDO DADO A RESPOSTA CERTA (C), ALGUÉM ME TIRA ESSA DÚVIDA, PRA MIM AS 3 SÃO A MESMA COISA.

  • @Alex dos Santos; na letra A o pronome "onde" faz referência a "Austrália", que traz uma ideia de lugar, já na letra D é a "Europa", pelo menos foi isso que eu entendi

  • Soliedariedade não é um lugar físico, logo o emprego deveria ser "aonde". GAB: C

  • A Europa vive um período cuja solidariedade está em evidência.