Questão 3436639

• Banca: FUNDEP (Gestão de Concursos)
• Órgão: Prefeitura de Campo Belo - MG
• Ano: 2019
• Provas: FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Campo Belo - MG - Professor de Educação Básica - Educação Infantil; FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Campo Belo - MG - Professor de Educação Básica - Ensino fundamental
• Disciplina: Português
• Assuntos: Pontuação; Uso da Vírgula

TEXTO III

                               O cigarro eletrônico

Inalar a fumaça liberada na combustão do cigarro é o mais mortal dos comportamentos de risco no Brasil.

Não é de hoje que os fabricantes procuram uma forma de administrar nicotina, sem causar os malefícios da queima do fumo nem tirar o prazer que o dependente sente ao fumar. E, acima de tudo, sem abrir mão do lucro obtido com a droga que provoca a mais escravizadora das dependências químicas conhecidas pela medicina.

Com essa finalidade, foram lançados no comércio os cigarros eletrônicos, uma coleção heterogênea de dispositivos movidos a bateria que vaporizam nicotina, para ser fumada num tubo que imita o cigarro. Em menos de dez anos, as vendas na Europa atingiram 650 milhões de dólares e 1,7 bilhão nos Estados Unidos.

O sucesso tem sido tão grande, que alguns especialistas ousam predizer que o cigarro convencional estaria com os dias contados.

Na literatura médica, entretanto, as opiniões são divergentes.

1) Os detratores

A demonstração de que fumantes passivos correm mais risco de morrer por ataque cardíaco, derrame cerebral, câncer e doenças respiratórias, deu origem à legislação que proibiu o fumo em lugares fechados, providência que beneficiou fumantes e abstêmios.

Especialistas temem que esse esforço da sociedade seja perdido, quando os cigarros eletrônicos forem anunciados em larga escala pelos meios de comunicação.

Comerciais exibidos recentemente nas TVs americanas justificam a preocupação: “Finalmente, os fumantes têm uma alternativa real” ou “Somos todos adultos, aqui. É tempo de tomarmos nossa liberdade de volta”. Mensagens como essas não seduzirão as crianças, como aconteceu com as campanhas de cigarros anos atrás?

Os Centers for Diseases Control, nos Estados Unidos, revelaram que embora o consumo de cigarros comuns entre adolescentes americanos tenha caído, entre 2011 e 2012, o de eletrônicos duplicou.

Não existe padronização na quantidade de nicotina vaporizada pelas diferentes marcas de eletrônicos; nem controle de qualidade. Os testes mostram que alguns conseguem liberar o dobro ou o triplo de nicotina, em cada tragada.

Ainda não há comprovação científica de que o cigarro eletrônico substitua os convencionais. O uso concomitante pode levar ao consumo de doses exageradas de nicotina, eventualmente próximas de limites perigosos.

Na falta de melhor alternativa, o cigarro eletrônico pode ser uma forma menos maligna de lidar com a dependência de nicotina. Mas, é preciso criar com urgência uma legislação para lidar com ele.

2) Os defensores

Consideram que o cigarro eletrônico se enquadra nas chamadas estratégias de redução de riscos, semelhantes às de distribuição de seringas para usuários de drogas injetáveis, adotadas como medida de prevenção à aids.

Há quem acredite que, ao lado de outras formas de administrar nicotina sem utilizar combustão (chicletes, pastilhas e adesivos), os dispositivos eletrônicos têm potencial para se tornar um dos maiores avanços na história da saúde pública.

Para eles, o vapor de nicotina inalado através do cigarro eletrônico mimetiza as experiências prévias do fumante, sem deixar de estigmatizar o cigarro comum.

Lembram que no mundo ocorrem seis milhões de óbitos por ano, por causa do fumo, e que as previsões para o século 21 não poderiam ser mais sombrias: um bilhão de mortes, predominantemente entre os mais pobres e menos instruídos.

Defendem que a estratégia de reduzir, mesmo sem eliminar, o risco de morte associado ao cigarro, é um imperativo moral.

Difícil não reconhecer que os dois lados apresentam argumentos consistentes.

Minha opinião é de que os cigarros eletrônicos devem obedecer a leis que os obriguem a passar por controle de qualidade, que proíbam fumá-los em bares, restaurantes, escritórios e outros espaços públicos fechados, e que vedem a publicidade pelos meios de comunicação de massa.

Seria fundamental, ainda, proibir que os fabricantes adicionassem mentol, essências de morango, baunilha ou chocolate, para torná-los mais palatáveis às crianças, prática criminosa que a Anvisa não consegue impedir que a indústria do fumo continue utilizando no cigarro comum.

Na falta de melhor alternativa, o cigarro eletrônico pode ser uma forma menos maligna de lidar com a dependência de nicotina. Mas, é preciso criar com urgência uma legislação para lidar com ele.

Disponível em:<https://drauziovarella.uol.com.br/drauzio/artigos/o-cigarro-eletronico-artigo/>. Acesso em: 2 out. 2019.

Assinale a alternativa em que a retirada da(s) vírgula(s) do trecho comprometeria seu sentido e / ou infringiria a norma-padrão.

• A. “Os testes mostram que alguns conseguem liberar o dobro ou o triplo de nicotina, em cada tragada.”
• B. “Para eles, o vapor de nicotina inalado através do cigarro eletrônico mimetiza as experiências prévias do fumante [...]”
• C. “Em menos de dez anos, as vendas na Europa atingiram 650 milhões de dólares [...]”
• D. “Seria fundamental, ainda, proibir que os fabricantes adicionassem mentol [...]”

Gabarito: C

Comentários

• GABARITO: LETRA C

  ? ?Em menos de dez anos, as vendas na Europa atingiram 650 milhões de dólares [...]?

  ? Temos um adjunto adverbial de tempo deslocado de longa extensão (=uso da vírgula é obrigatório).

  Baixe a Planilha de Gestão Completa nos Estudos Grátis: http://3f1c129.contato.site/plangestaoestudost3

  ? FORÇA, GUERREIROS(AS)!!

• A questão exige conhecimento em vírgulas e quer saber qual vírgula é obrigatória entre as alternativas. Vejamos:

  a) “Os testes mostram que alguns conseguem liberar o dobro ou o triplo de nicotina, em cada tragada.”

  Incorreta. O adjunto advérbial em sua forma direta, que é no final da oração, não necessita de vírgula.

  b)“Para eles, o vapor de nicotina inalado através do cigarro eletrônico mimetiza as experiências prévias do fumante [...]”

  Incorreta. As expressões para eles, para mim, para si, quando indicam benefícios próprios são facultativos em qualquer posição na frase.

  c)“Em menos de dez anos, as vendas na Europa atingiram 650 milhões de dólares [...]”

  Correta. Adjunto adverbial de longa extensão (3 ou mais palavras) torna obrigatória o uso da vírgula.

  d) Seria fundamental, ainda, proibir que os fabricantes adicionassem mentol [...]”

  Incorreta. O termo é um adjunto adverbial intercalado, o que torna facultativa a vírgula.

  GABARITO: C

• a) Pode-se ou não inserir a vírgula. O adjunto acha-se em posição natural;

  b) Pode-se ou não inserir a vírgula. O segmento "para ele" não exige virgulação;

  c) Aqui se exige esmiuçamento. Embora haja crença em obrigação de vírgula, ela não se faz imprescindível para isolar adjuntos adverbiais de longa extensão. TENDE-SE a virgulá-los. TENDE-SE. Veja o verbo que usei. É comum em obras de Monteiro Lobato e de outros autores de mesmo vulto encontrar adjuntos adverbiais a perder de vista, mas sem nenhuma marca de pontuação. E o que dizer de José Saramago, o pesadelo dos editores, porque praticamente não se servia de vírgulas em seus livros? Na gramática de Celso Cunha e Lindley Cintra, apenas a título de exemplo, ambos os autores também apontam para um tendência, e não obrigação. Existe um abismo semântico entre os dois verbetes. Verifiquem sempre uma gramática normativa.

  d) Pode-se ou não isolar o termo. O adjunto é curto.

  Letra C

• Gabarito: C

  Adjunto adverbial Deslocado

• Assertiva c

  “Em menos de dez anos, as vendas na Europa atingiram 650 milhões de dólares [...]”

• “Seria fundamental, ainda, proibir que os fabricantes adicionassem mentol [...]”

  “Seria fundamental ainda proibir que os fabricantes adicionassem mentol [...]”

  Achei que a retirada da vírgula comprometesse o sentido original do texto.

  Esse ainda, sem vírgulas, pode dar o sentido de continuidade, o que difere do sentido de adição que pode ser observado na frase original.

  Um exemplo em contexto de corona vírus:

  Seria fundamental, ainda, manter as pessoas em casa. - Além de outras medidas, deve-se manter as pessoas em casa.

  Seria fundamental ainda manter as pessoas em casa. - Seria importante que as pessoas continuassem sendo mantidas em casa.

• Fui em D e as estatísticas da questão dizem que a maioria fez a mesma coisa. Questão capciosa.

• LETRA D

  QUANDO ADJUNTO ADVERBIAL DESLOCADO A VÍRGULA É FACULTATIVA, SE ELE FOR CURTO, A VÍRGULA É OBRIGATÓRIA SE ELE FOR LONGO.

  CONSIDERA-SE LONGO SE COM MAIS DE 3 PALAVRAS, PORTANTO A RESPOSTA É LETRA D.

• Não entendo como mesmo vendo o gabarito o cidadão ainda faz comentário errado.

• Não concordo com o gabarito, para mim seria a letra D.

• Quando o adjunto adverbial se tratar de um simples advérbio (ainda), não é recomendado o uso de vírgula.

  Quando os colegas falam em adjunto adverbial deslocado de longa extensão, se referem a um conjunto de 2 ou mais palavras. Estes sim devem ser separados com vírgulas quando estiverem deslocados na oração.

• Tamanho dos adjuntos adverbiais.

  P - até 3 sílabas.

  M - de 4 a 10 sílabas ou até 3 palavras.

  G - mais de 10 sílabas ou mais de 3 palavras.

  Artigo, preposição, conjunção não são palavras, são termos de ligação, não contar.

  Se o adj adv vier no

  INÍCIO DA FRASE - a vírgula é obrigatória para M e G. Facultativa se for P.

  MEIO DA FRASE - Obrigatória para G. Facultativa para P e M.

  FIM DA FRASE - dispensa vírgula. Usada para dar ênfase, não usar na redação.

  Então na letra D o uso é facultativo. Para mim teve alteração de sentido, masssss....

  na letra C o tamanho do adj adv é M e está no início da frase, logo a vírgula é obrigatória. Suprimi-la estaria errado.

  LETRA C

• O GABARITO É MESMO LETRA D, POIS ADJUNTO ADVERBIAL DESLOCADO NO INÍCIO DO PERÍODO QUANDO FOR DE LONGA EXTENSÃO (3 OU MAIS PALAVRAS) A VÍRGULA É OBRIGATÓRIA...

• Em adjunto adverbial:

  Frase com 1 ou 2 palavras vírgula facultativa.

  Frase com 3 ou mais palavras vírgula OBRIGATÓRIA.

• Se pedisse somente correção gramatical, não teria dúvida que a D está certa, o problema é que a retirada de vírgula na D mudaria o sentido, questão com duas respostas possíveis.

• Assinale a alternativa em que a retirada da(s) vírgula(s) do trecho comprometeria seu sentido e / ou infringiria a norma-padrão.

  A QUESTÃO PEDE QUE VC APONTE A ALTERNATIVA QUE A VÍRGULA É OBRIGATÓRIA, OU SEJA, VC NÃO PODE TIRAR ESSA VÍRGULA DE JEITO NENHUM!!!!!

  EM QUE CASOS A VÍRGULA É OBRIGATÓRIA??

  • ADJ. ADVERBIAL DE LONGA EXTENSÃO

  "EM MENOS DE DEZ ANOS, ......................" USO OBRIGATÓRIO!!!!!!!

  NA LETRA C VOCE ENCONTRA ESSA ALTERNATIVA!

  A

  “Os testes mostram que alguns conseguem liberar o dobro ou o triplo de nicotina, em cada tragada.”

  B

  “Para eles, o vapor de nicotina inalado através do cigarro eletrônico mimetiza as experiências prévias do fumante [...]”

  C

  “Em menos de dez anos, as vendas na Europa atingiram 650 milhões de dólares [...]”

  D

  “Seria fundamental, ainda, proibir que os fabricantes adicionassem mentol [...]”

• Em menos de dez anos, ( adjunto adverbial de tempo de longa extensão)