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Ministério Público do DF investiga uso ilegal de
dados de usuários do Facebook
Publicado em 21/03/2018 - 19:35
Por Jonas Valente – Repórter Agência Brasil Brasília
Disponível em: http://agenciabrasil.ebc.com.br/tags/facebook-0
O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios
(MPDFT) abriu um processo de investigação para
averiguar riscos a usuários brasileiros no episódio
envolvendo a consultoria internacional Cambridge
Analytica e o Facebook. O inquérito vai apurar a conduta
da plataforma e da representação da empresa no Brasil,
denominada CA Ponte.
O escândalo veio à tona quando um ex-funcionário da
Cambridge Analytica, Cristopher Wyllie, deu entrevistas
publicadas pelo jornal Observer of London, ligado à
publicação The Guardian, no último sábado (17),
detalhando como a empresa usou dados de 50 milhões de
perfis, adotando o método conhecido como “psicografia”,
para direcionar o voto destas pessoas em Donald Trump
nas eleições presidenciais dos Estados Unidos de 2016.
[...]
A Cambridge Analytica e o Facebook entraram no olho do
furacão de um escândalo de proporções mundiais nesta
semana. A CA passou a ser conhecida por sua atuação na
campanha de Donald Trump à Presidência dos EUA e no
plebiscito que decidiu pela saída do Reino Unido da União
Europeia (Brexit). Ela também atuou em processos
eleitorais de outros países.
A atuação da companhia já vinha sendo questionada
desde as eleições estadunidenses. Neste fim de semana, a
entrevista do ex-funcionário desnudou o esquema de
construção de perfis quase individualizados, a partir de
questionários e jogos no Facebook (conhecidos como
quiz), e de uso dessas informações sem consentimento
para influenciar preferências políticas no pleito norte-americano de 2016.
Nesta semana, o canal britânico Channel 4 veiculou uma
longa reportagem em que jornalistas disfarçados de
políticos interessados no serviço da consultoria filmaram
dois de seus principais diretores com câmeras
escondidas. Nessas conversas, eles revelam como usam
dados coletados de maneira duvidosa, e inclusive ilegal,
para moldar a opinião pública durante campanhas.
[...]
Mas não foi somente a empresa que teve a imagem em
xeque. O Facebook passou a ser contestado por
autoridades dos Estados Unidos e do Reino Unido pela
forma como permitiu que este episódio ocorresse. Esses
questionamentos levaram à convocação da direção da
companhia a prestar explicações públicas nestes dois
países, além da queda do preço das ações do Facebook,
ocasionando um prejuízo bilionário.
Hoje, o presidente da empresa, Mark Zuckerberg,
criticado pelo silêncio ao longo da semana, emitiu um
comunicado em sua página na plataforma. Nela, ele diz
que o Facebook já havia identificado o repasse de dados
à Cambridge Analytica e cobrado que estes fossem
apagados. Diante das revelações do ex-funcionário,
informou que suspenderam a conta da firma e
contrataram uma auditoria independente para
inspecionar se as informações foram, de fato, eliminadas.
Além disso, o Facebook anunciou uma série de medidas
de restrição a aplicativos do uso de dados de seus
usuários. Segundo o comunicado, uma ferramenta será
disponibilizada para informar o usuário quais aplicativos
estão utilizando seus dados e de que forma.
Após a leitura do texto, responda:
Quais as circunstâncias presentes nos enunciados:
“para averiguar riscos a usuários brasileiros”;
“quando um ex-funcionário da Cambridge Analytica,
Cristopher Wyllie, deu entrevistas”?