- ID
- 3455767
- Banca
- VUNESP
- Órgão
- Prefeitura de Francisco Morato - SP
- Ano
- 2019
- Provas
- Disciplina
- Português
- Assuntos
O bom combate
Apesar dos extremismos discursivos e de retrocessos democráticos registrados em vários países nos últimos tempos, não dá para negar que a humanidade melhora a olhos vistos.
Por qualquer medida objetiva que adotemos, o mundo evoluiu nos últimos 30 anos, e a proporção de terráqueos vivendo em pobreza extrema, que era de 35% em 1990, está agora abaixo dos 10%. A expectativa de vida ao nascer, que batia nos 65 anos em 1990, saltou para mais de 72.
Também observamos melhoras importantes nos índices globais de escolarização e na disponibilidade de itens como água tratada e eletricidade. É difícil de acreditar, mas até a inteligência dos humanos tem avançado. O fenômeno, bem documentado, atende pelo nome de efeito Flynn.
Se trocarmos a lente das décadas pela dos séculos e ampliarmos a noção de riqueza para incluir não só renda, mas acesso a serviços e bens de consumo, os progressos são ainda mais significativos. Nas contas da economista americana Deirdre McCloskey, nos últimos dois séculos, o habitante médio do planeta viu sua riqueza multiplicar-se por dez, chegando a 30 nos países desenvolvidos.
O mundo ainda está muito longe de ser um lugar bom para todos ou razoavelmente justo, mas é preciso estar cego para não ver que estamos melhorando.
Os dois motores principais desses sucessos são o saber técnico, alimentado pela ciência, e a disseminação das democracias, cujo número mais do que dobrou de 1990 para cá. Democracia, aqui, deve ser compreendida em seu conceito mais amplo, que inclui a busca por benefícios expressa pela vontade popular, mas traz, também, uma defesa intransigente de direitos universais que abarcam as minorias, mas não se restringem a elas.
São justamente o saber técnico e a democracia que estão sob ataque em vários países. Defendê-los é o dever das forças pró-civilização neste momento delicado.
(Hélio Schwartsman. Folha de S.Paulo, 05.05.2019. Adaptado)
O termo concessão pode ser definido como a menção a um fato subordinado e contrário ao da ação principal, porém incapaz de impedir que tal ação venha a ocorrer.
Com base nessa definição, é correto afirmar que há concessão em: