SóProvas


ID
3459001
Banca
Instituto UniFil
Órgão
Prefeitura de Cambé - PR
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia o texto para responder a questão.


          Um roteiro literário por Belo Horizonte

Com desenho urbano moderno, a capital de Minas

Gerais inspirou muitas obras da literatura. Aqui,

roteiros que conduzem a lugares eleitos por

prosadores

                                                                                                             Por Fabrício Marques


       O primeiro roteiro pode ser percorrido a pé, na região que inspirou os modernistas e motiva os escritores contemporâneos, no seu traçado em xadrez. Andando, cada um inventa sua própria cidade: o Centro de BH é um emaranhado de avenidas diagonais superpostas às ruas ortogonais, com nome dos estados da União, entrelaçadas àquelas que remetem a tribos indígenas.

       Se quiser, cantarole Ruas da Cidade, do antológico Clube da Esquina Nº 2, de 1978. “Para quem chega, a experiência é estonteante até que, mais dia, menos dia, o hábito se instala”, diz o poeta e tradutor baiano Duda Machado, que mora há 18 anos na capital mineira, admirado com o choque do planejamento dos traçados triangular e retangular com a elevação montanhosa e as muitas ladeiras.

        Comece pela Rua Sapucaí, espécie de “orla” seca da região, com destaque para os restaurantes do italiano Massimo Battaglini, a Salumeria Central (carne de porco) e o Pecatore (frutos do mar) e o bar Dorsé.

         Nas proximidades, curta o Petit Café, em um casarão dos anos 1920. Dali, da balaustrada da avenida, você tem uma bela visão do Centro: aviste a Praça da Estação em um ângulo diferente e, olhando para a esquerda, o Viaduto Santa Tereza, onde, no final dos anos de 1920, Carlos Drummond de Andrade, aos 27 anos, escalou um dos arcos.

            Com revestimento de argamassa em tom de concreto, o viaduto foi criado para ligar o bairro da Floresta, onde morava o poeta, ao Centro – cumprindo, profeticamente, os desígnios da letra do compositor Rômulo Paes: “Minha vida é esta: subir Bahia e descer Floresta”. O “alpinismo urbano” foi repetido por algumas gerações de escritores, como a de Fernando Sabino, que recriou, em forma de ficção, o ritual em O Encontro Marcado (1956). Hoje, o viaduto conjuga aparência decadente e importância cultural e histórica. Só olhe, não precisa subir!

            O próximo destino é o Edifício Maletta. Antes de chegar lá, no caminho, passe bem ao lado do Palácio das Artes, pelo Parque Municipal, um dos cenários de Os Novos (1971), de Luiz Vilela, prosador que frequentava o local em busca de inspiração.

           Mas não perca o foco no Maletta: vire à esquerda na Rua da Bahia, que, nas palavras do poeta Paulinho Assunção, “inventou Belo Horizonte”. Famosa, a rua concentrou os bares favoritos de jornalistas e escritores e as redações dos principais jornais impressos – num deles trabalhou Rubem Braga, que, fazendo troça do caráter provinciano da metrópole, chamou-a de “Belorizontem” numa crônica. “Haja cidade, disse a Rua da Bahia em uma segunda-feira chuvosa, muito tediosa, sem nada para fazer, só com empadas nos mostruários e alguns udenistas de cachecol. E houve então a cidade”, completa Assunção.

             O Edifício Maletta fica na confluência da Bahia com a Avenida Augusto de Lima. É um mundaréu de galeria, livraria, sebo, self-services, barbearia, lojas, escritórios e bloco residencial. Peça um bife à parmegiana na Cantina do Lucas, dê uma incerta no sebo Crisálida, na sobreloja, onde o varandão abriga happy hour e baladas noturnas, e considere bares e restaurantes como o Lua Nova, Objetoria, Dub, Nine e Arcângelo.

             O paulista Mário de Andrade visitou Belo Horizonte em quatro ocasiões. Na segunda delas, em 1924, fez a leitura, na sacada do Grande Hotel, do poema que acabara de escrever, o Noturno de Belo Horizonte. O hotel foi demolido para a construção do Maletta, inaugurado em 1961.

              O passeio termina seguindo pela Augusto de Lima até chegar ao Mercado Central (no número 744), que merece reiteradas visitas. Um dos lugares mais conhecidos da capital mineira, o mercado ganhou saborosas referências no livro “O Mundo Acabou”, de Alberto Villas, com o relato de incursões para comprar frutas e outros produtos, e também no poema de Ricardo Aleixo Cine-Olho, que flagra um menino, “um ponto riscado a laser na noite de rua cheia/ali para os lados do Mercado”.

            Esse local tão querido também pelos turistas é tema de um dos livros, assinado pelo compositor Fernando Brant, da ótima coleção BH. A Cidade de Cada Um (Conceito Editorial), que reúne 28 títulos lançados sobre pontos importantes de “Belô”, “Belorizoo”, “Belzonte” – vá somando aí os apelidos da terra de escritores que já moraram aqui e voltam de vez em quando, como Silviano Santiago e Affonso Romano de Sant’Anna.


                                                                                                                    Disponível em

https://viagemeturismo.abril.com.br/destinos/belo

horizonte-um-roteiro-literario/ 

Assinale a alternativa que apresenta um sujeito simples.

Alternativas
Comentários
  • C)“O viaduto conjuga aparência decadente”

    Para encontrar o sujeito é só fazer a pergunta ao verbo, que é que conjuga aparência decadente?

    A resposta será o sujeito e como só temos um núcleo será sujeito simples(o viaduto).

  • GABARITO: LETRA C

    ? ?o viaduto conjuga aparência decadente?

    ? Quem conjuga? O viaduto (sujeito simples com somente um núcleo "viaduto").

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    ? FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 

  • Para responder a essa questão, é relevante saber os variáveis tipos de sujeitos:

    1) oculto/elíptico/desinencial (Ex.: [eu] avistei uma mulher deslumbrante);

    2) inexistente (Exs.: choveu muito hoje/amanhã não haverá aula);

    3) simples (Ex.: você será aprovado no concurso a que visa);

    4) composto (Ex.: você e sua esposa serão aprovados no concurso a que visam);

    5) oracional (Ex.: estudar muito e saber fazê-lo é crucial para ser aprovado).

    a) “vá somando aí os apelidos da terra de escritores”

    Sujeito oculto. Percebe-se que faz referência a "você";

    b) “Peça um bife à parmegiana na Cantina do Lucas”

    Sujeito oculto. Percebe-se que faz referência a "você";

    c) “o viaduto conjuga aparência decadente”

    Sujeito simples. Manifesta-se visivelmente e há apenas um núcleo: "viaduto";

    d) “que mora há 18 anos na capital mineira”.

    Sujeito inexistente. O verbo "haver", no sentido de existência, não possui sujeito;

    e) “Se quiser, cantarole Ruas da Cidade”

    Sujeito oculto. Percebe-se que faz referência a "você".

    Letra C

  • Sujeito simples:

    O viaduto conjuga aparência decadente> SUJEITO Simples, 1 núcleo verbal (* viaduto=Substantivo)

    Verbo> Conjuga.

     

    Sujeito oculto;

    *Peça um bife à parmegiana na Cantina do Lucas: Verbo> peça

    Sujeito: peça “você” um bife...

    *Se quiser, cantarole Ruas da Cidade: Verbo cantarolar

    Sujeito: “você” ..... 

    Sujeito inexistente;

    Que mora 18 anos na capital mineira: verbo “haver” no sentido de existir

     Sujeito inexistente –oração sem sujeito

    1.      Verbo “Haver” BIZU > FERA> Quando tiver nesse sentidos, ira indicar sujeito inexistente:

    FAZER

    EXISTIR

    REALIZAR

    ACONTECER