SóProvas


ID
3470680
Banca
AOCP
Órgão
Prefeitura de Valença - BA
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Pressionar crianças para que sejam bons alunos
resulta em desânimo


Rosely Sayão


       Pesquisas apontam aumento na taxa de suicídio entre os jovens brasileiros, e o fenômeno é mundial. Por esse motivo, alguns países têm se preocupado com a depressão em crianças e jovens. A Academia Americana de Pediatria, por exemplo, recomendou que os médicos devem sempre procurar sinais dessa doença nos mais novos. Sinal amarelo piscando.
      Precisamos pensar com atenção na saúde mental de nossas crianças e de nossos jovens. Mas parece que nem as famílias e nem as escolas têm essa questão como importante: ambas são criadoras de muitas causas que podem afetar negativamente a qualidade de vida emocional de quem elas deveriam cuidar. Vamos levantar alguns pontos que podem provocar pressão em demasia, ansiedade e medos de fracasso nas crianças e nos jovens.       
        Primeiramente, a pressão sobre a vida escolar. Nunca, nunca antes tivemos famílias e escolas tão empenhadas em fazer com que filhos e alunos tenham alta performance escolar, o que significa, é claro, boas notas, aprovação com destaque em exames e provas etc. Mas por quê?
        Porque, de repente, decidimos que o bom rendimento escolar da criança é pré-requisito fundamental para um futuro profissional promissor. Posso assegurar-lhe que não é, por dois motivos bem simples. Primeiro: bom rendimento escolar não significa, necessariamente, bom aprendizado. Segundo: estamos um pouco atrasados nessa premissa, já que, hoje, ter estudos não garante nada, absolutamente nada em termos profissionais, e não apenas em nosso país. Agora, imagine crianças – inclusive as mais novas – e jovens pressionados até o limite para que sejam bons alunos. Só pode resultar em ansiedade, desânimo, receios etc. Junte a isso as acirradas competições às quais eles são submetidos, o bullying – que eu reputo à ausência de adultos na tutela dos mais novos –, as agendas lotadas de compromissos, as intermináveis lições de casa (muitas vezes motivos para brigas entre pais e filhos), a erotização precoce que promove busca infantil por um determinado tipo de beleza etc.
        Uau! Se para um adulto essa mistura já pode ser explosiva para a sanidade mental, imagine, caro leitor, para crianças e adolescentes! E o que podemos fazer? Muita coisa! Deixar de confundir cobrança com pressão já pode ser um grande passo. Nossos filhos e alunos precisam ser cobrados a levar sempre adiante sua vida escolar. Mas precisamos ser mais compreensivos quando eles não conseguem, e ajudá-los no esforço que precisam investir para aprender, em vez de pressioná-los mais ainda.
     As famílias podem e devem também ensinar os filhos a lidar com suas emoções. Sabe quando uma criança pequena pega algum objeto de vidro e os pais o ensinam a tomar cuidado porque é frágil e ela pode quebrar, mesmo sem querer? Podemos fazer a mesma coisa com os sentimentos que ela experimenta. Posso ilustrar isso que acabei de dizer com o seguinte exemplo: quando uma criança manifesta raiva, devemos ensiná-la que essa emoção e suas manifestações podem machucá-la e também os outros.
        E a escola precisa se dar conta de que o ambiente escolar pode ser – e em geral é – neurotizante para muitas crianças! E não é por falta de conhecimento que não mudamos esse panorama.
       Vamos cuidar da saúde mental de nossas crianças e jovens tanto quanto cuidamos de sua saúde física!


Adaptado de: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/roselysayao/2016/03/1747467-pressionar-criancas-ate-o-limite-para-que-sejam-bons-alunos-so-pode-resultar-em-ansiedade-edesanimo.shtml
Acesso em 10 de março de 2016.

Em “[...] alguns países têm se preocupado com a depressão em crianças e jovens [...]”, é correto afirmar que o acento circunflexo no verbo destacado

Alternativas
Comentários
  • “[...] alguns países têm se preocupado com a depressão em crianças e jovens [...]”

    O acento circunflexo é usado por que o verbo está conjugado na terceira pessoa do plural concordando com o sujeito plural alguns países.

    GABARITO. C

  • GABARITO: LETRA C

    ? ?[...] alguns países têm se preocupado com a depressão em crianças e jovens [...]?

    ? O verbo "ter" está conjugado na terceira pessoa do plural do presente do indicativo (a concordância é feita com o núcleo do sujeito simples "países").

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  • Gab: C

    >> O acento diferencial no verbo "ter" marca a sua concordância no plural;

    “[...] alguns países têm se preocupado com a depressão em crianças e jovens [...]”

    >> Quem tem se preocupado? Alguns países > sujeito no plural, o verbo deve concordar no plural também.

  • A questão, grosso modo, trata da concordância verbal do verbo "ter", recorrente em provas. De saída, pode-se registrar isto:

    Tem → terceira pessoa do singular; núcleo no singular.

    Têm → terceira pessoa no plural; núcleo no plural.

    Vejamos o fragmento:

    "[...] alguns países têm se preocupado com a depressão em crianças e jovens [...]”

    A forma verbal acima sublinhada (têm) indica que concorda com o núcleo do sujeito (países), termo no plural.

    a) foi utilizado indevidamente, pois não está de acordo com a ortografia da língua portuguesa.

    Incorreto. Não somente foi usado com correção, como também é obrigatório. O sujeito desse verbo, palavra no plural, exige a forma verbal na terceira pessoa do plural, "vêm";

    b) é facultativo se o verbo “ter” estiver conjugado na terceira pessoa do singular ou do plural.

    Incorreto. Inexiste facultatividade, salvo se se tratar de casos em que o sujeito se der por expressão partitiva. Ex.: a maioria dos alunos tem/têm disposição. Nesse caso, há que se falar em duas possibilidades. Em geral, não.

    c) indica a concordância que se estabelece entre o verbo conjugado e o seu respectivo sujeito.

    Correto. Vide explanação no início;

    d) poderia ser omitido, caso o sujeito na terceira pessoa do plural fosse composto.

    Incorreto. A supressão implicaria erro, uma vez que sujeito composto possui dois ou mais núcleos e, nesse caso, o plural é a regra;

    e) indica a regência do verbo “ter” que é complementado por um objeto direto.

    Incorreto. O verbo se pluraliza em decorrência da natureza do núcleo (termo no plural) e não por conta do complemento verbal.

  • Em “[...] alguns países têm se preocupado com a depressão em crianças e jovens [...]”, é correto afirmar que o acento circunflexo no verbo destacado

    indica a concordância que se estabelece entre o verbo conjugado e o seu respectivo sujeito

    QUESTÃO CORRETA LETRA B

    O Acento diferencial está conjugado na terceira pessoa do plural para concordar com o núcleo do sujeito "países" que também está no plural.

  • O emprego do acento diferencial circunflexo é obrigatório, para que haja concordância com o sujeito de núcleo plural “alguns países”. Lembremo-nos que a forma “tem” – sem acento – é flexão de 3ª pessoa do singular; já a forma “têm” – com acento – é flexão de 3ª pessoa do plural.

    Resposta: C

  • TEM e TÊM despenca...

    #PPMG