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ID
3481876
Banca
FEPESE
Órgão
Prefeitura de Videira - SC
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia o texto.


O Orgulho e a Vaidade


O orgulho é a consciência (certa ou errada) do nosso próprio mérito; a vaidade, a consciência (certa ou errada) da evidência do nosso próprio mérito para os outros. Um homem pode ser orgulhoso sem ser vaidoso, pode ser ambas as coisas, vaidoso e orgulhoso, pode ser — pois tal é a natureza humana — vaidoso sem ser orgulhoso. É difícil à primeira vista compreender como podemos ter consciência da evidência do nosso mérito para os outros, sem a consciência do nosso próprio mérito. Se a natureza humana fosse racional, não haveria explicação alguma. Contudo, o homem vive a princípio uma vida exterior, e mais tarde uma interior; a noção de efeito precede, na evolução da mente, a noção de causa interior desse mesmo efeito. O homem prefere ser exaltado por aquilo que não é, a ser tido em menor conta por aquilo que é. É a vaidade em ação.

Fernando Pessoa, in “Da Literatura Europeia”

Considere a frase retirada do texto:


“Contudo, o homem vive a princípio uma vida exterior”.


Assinale a alternativa que apresenta corretamente a relação que ela estabelece com o período anterior.

Alternativas
Comentários
  • ✅ Gabarito: A

    ✓ “Contudo, o homem vive a princípio uma vida exterior”.

    ➥ Temos, em destaque, uma conjunção coordenativa adversativa, ela expressa matiz semântica de adversidade, oposição, contradição, ressalva, contraste. Outras conjunções com essa mesma classificação: não obstante, porém, só que, mas, senão (=mas sim), todavia, entretanto, no entanto, ainda assim.

    ➥ FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 

  • A questão exige conhecimento das conjunções. Queremos encontrar qual a classificação que estabelece o período em destaque em relação ao período anterior, para isso é preciso saber sobre a conjunção que fornece essa conexão.

    Se a natureza humana fosse racional, não haveria explicação alguma. Contudo, o homem vive a princípio uma vida exterior.

    O primeiro período indica que a natureza humana deve ser irracional para que haja explicação e o segundo período inicia com uma ideia de contradição a isso tudo, de contraste e é importante dizer que são coordenadas por não existir subordinação entre elas. Logo a oração é uma adversativa que tem a característica semântica de contraste. Portanto a alternativa A é a correta.

    a) Contraste.

    Pela explicação anterior vimos que está CORRETA.

    b) Finalidade

    As conjunções de finalidade são ligadas por para que, a fim de que, que, porque (= para que), que, etc, servem para indicar um fim a oração principal. INCORRETA.

    c) Concessão

    As conjunções concessivas estabelecem ideias opostas a oração principal e estabelecem relação sintática de subordinação e são essas: embora, ainda que, apesar de que, se bem que, mesmo que, por mais que, posto que, conquanto, etc. INCORRETA.

    d) Temporalidade

    Essas conjunções estabelecem tempo e não se confundem com as orações de contraste. São elas: quando, antes que, depois que, até que, logo que, sempre que, assim que, desde que, todas as vezes que, cada vez que, apenas, mal, que (desde que). INCORRETA.

    e) Proporcionalidade

    As conjunções de proporção estabelecem subordinação com a principal indicando um fato realizado para realizar-se simultaneamente com o da oração principal. São elas: à medida que, ao passo que, à proporção que, enquanto, quanto mais... (no sentido de mais), quanto mais... (no sentido de tanto mais), quanto mais... (no sentido de menos), quanto menos... (no sentido de menos), quanto menos... (no sentido de tanto menos), quanto menos (no sentido de mais), quanto menos (tanto mais). INCORRETA.

    GABARITO A