SóProvas


ID
3486346
Banca
IBADE
Órgão
Prefeitura de São Felipe D`Oeste - RO
Ano
2020
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

O PAPEL DO PAPEL


      Comecei a escrever sobre o mundo da tecnologia da informação em 1987, quando ele ainda nem atendia por esse nome. Dizíamos apenas “informática”, e o termo englobava tudo, até visões opostas do que estava em jogo. Para a maioria, informática era a definição de um universo habitado por nerds e máquina, inenarravelmente chato; para a minoria que habitava o tal universo, era uma coleção de maravilhas e de possibilidades que mudariam o mundo. O tempo se encarregou de mostrar que estávamos certos. E embora a ideia do que é ou não chato seja altamente subjetiva, o fato é que mesmo quem não suportava (e ainda não suporta) computadores, hoje tem uma vida mais divertida graças ao que se cozinhava naquele caldeirão. O que ninguém poderia imaginar, porém, era quanto e como o mundo mudaria.

      Era impossível, na época, prever o impacto planetário da internet. Por outro lado, muitos estavam convencidos de que caminhávamos, a passos largos, para uma sociedade sem papel. Teríamos pequenos computadores de bolso, extensão dos desktops de casa, que usaríamos para carregar nossos dados, fazer anotações e mesmo pagar as contas via IFRD (infravermelho) com aparelhos universalmente espalhados pelo comércio. Adeus dinheiro de papel, recebidos, papelada! O palm foi, até certo ponto, a materialização dessa ideia, mas nunca tomou o lugar dos cartões de credito. Os celulares, que vieram correndo por fora, começam agora a apontar nessa direção.

      Todas as necessidades de comunicação, leitura e arquivamento se resolveriam eletronicamente. Na sociedade sem papel, as escrivaninhas seriam tão limpas que dariam aflição: nada de livros, bloquinhos, revistas, calhamaços diversos. Pessoalmente, eu não levava a menor Fé nessa visão. Comungava do credo oposto – até porque nunca antes, na história desse planeta, se vira tanto papel. Bastava ver o tamanho dos manuais publicados a cada nova versão de software. Além disso, como os manuais eram invariavelmente ruins, os updates davam filhotes nas livrarias, onde sólidos tomos de centenas de páginas tentavam explicar o que os engenheiros de software não conseguiam.

      Ao mesmo tempo, a popularização dos computadores trouxe, na sua esteira, a disseminação das impressoras. Criava-se, aí, um cenário de calamidade, que unia a facilidade de produzir toda a espécie de, vá lá, “conteúdo” – de trabalhos escolares a planilhas e memorandos – à inédita possibilidade de reproduzi-lo ao infinito. Cansei de ver executivos que começavam o dia de trabalho lendo os e-mails... caprichosamente impressos pelas secretárias. E cansei, eu mesma, de guardar longos estudos e processos, que imprimia para ler na condução entre a minha casa e o jornal. 

      Fomos salvos da lenta morte por asfixia em montanhas de impressos pelo custo impraticável dos cartuchos de tinta. Estou certa de que, um dia, a humanidade saberá reconhecer este inestimável serviço prestado pelos fabricantes de impressoras. 

      Parte do mérito cabe também às telas, que aumentaram de resolução, tamanho, visibilidade. Um LCD com 20 polegadas, como que eu uso e que já não é nada demais, oferece indiscutivelmente uma leitura mais confortável do que os velhos monitores de fósforo verde de 10 polegadas (alguém se lembra?). As próprias telinhas dos Blackberries e dos celulares já dão para o gasto. Taí uma tecnologia que evolui com velocidade muito superior à dos e-papers, diversos tipos de papel eletrônico que há tempos vêm sendo pesquisados. Neles, em tese, poderiam circular jornais e revistas, mas estou entre os que acham seu futuro mais certo na área dos cartazes e displays.  

      O Kindle e outros leitores – cujos primeiros antepassados vieram ao mundo, sem sucesso, no início dos anos 1990 – prometem remover parte das montanhas de papel que ainda nos circundam. São o suporte perfeito para livros de referência e manuais que precisam de atualização, e para livros de leitura rápida, como a maioria dos best-sellers; mas não conseguirão substituir edições caprichadas das obras que amamos, livros de arte ou, no outro extremo, livros de bolso baratinhos. Ou alguém se arrisca a levar um Kindle para a praia?

Cora Rónai – Jornal O Globo, 26/09/2009

“Fomos salvos da lenta morte por asfixia em montanhas de impressos...” Quem é o agente da passiva?

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA A

    ? A questão coloca somente uma parte, mas é necessário voltar ao contexto: Fomos salvos da lenta morte por asfixia em montanhas de impressos pelo custo impraticável dos cartuchos de tinta.

    ? O custo inpraticável dos cartuchos de tinta nos salvou (o agente da passiva é o termo em destaque). Faço uma ressalva ao termo "por asfixia" (adjunto adverbial de causa).

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    ? FORÇA, GUERREIROS(AS)!!

  • É impossível resolver essas questão sem retornar ao texto. A resposta não está no trecho do enunciado.

  • Mas uma questão superdosa que se um aluno ler só o trecho apresentado no enunciado, vai errar na prova. Retornando ao texto, a oração completa é: "Fomos salvos da lenta morte por asfixia em montanhas de impressos pelo custo impraticável dos cartuchos de tinta." O termo destacado é o agente da passiva.

    Gabarito: A

    "Desistir nunca; retroceder jamais. Foco no objetivo sempre."

  • Para quem não entendeu.

    1º Como os colegas falaram ..é essencial voltar ao texto.

    2º O agente da passiva é que executa a ação na voz passiva (É o sujeito da voz ativa)..

    Veja só:

    Fomos salvos da lenta morte por asfixia em montanhas de impressos pelo custo impraticável dos cartuchos de tinta (Voz passiva)

    O custo impraticável dos cartuchos salvou da lenta morte por asfixia em montanhas (..)

    Um outro exemplo:

    Jajá chutou a bola

    a bola foi chutada por jajá.

    Bons estudos!

  • LETRA A -  [NÓS] Fomos salvos da lenta morte por asfixia em montanhas de impressos pelo custo impraticável dos cartuchos de tinta. [Agente da Passiva]

    Sujeito paciente oculto ~> Nós

  • ´Com certeza é uma desonestidade da banca agir desta maneira. Seria mais honesto ela indicar no enunciado a linha no texto, que ocorre a passagem. Simples

  • Bem desonesto da banca. Contudo dei umas três lidas na frase e não achei agente da passiva em lugar nenhum, dai tive que localizar no texto... é recomendável sempre ler o texto antes da (s) questão (ôes), é uma prova né.

  • Transposição dos termos da voz ativa para voz passiva

    Sujeito agente >> VIRA >> Agente da passiva

    Verbo na voz ativa >> VIRA >> Verbo na voz passiva

    Objeto direto >> VIRA >> Sujeito paciente

  • É preciso retornar ao texto para responder a pergunta.

    "Fomos salvos da lenta morte por asfixia em montanhas de impressos pelo custo impraticável dos cartuchos de tinta."

    Gabarito: A

  • Sacanagem da banca ein !

    Deve-se retornar ao texto para poder identificar o agente da passiva.

  • ✔Gabarito: A.

    ⁂ Complementando:

    O agente da passiva é o sujeito da ativa.

    O sujeito da Passiva é o Objeto Direto da Ativa.

    (sujeito desinencial/oculto) Fomos salvos da lenta morte por asfixia em montanhas de impressos pelo custo impraticável dos cartuchos de tinta.

    ⇒ O custo impraticável dos cartuchos de tinta nos salvou da lenta morte por asfixia em montanhas de impressos.

  • Complicado. E, nem no comando da questão enunciam que se deveria retornar na frase no texto.

  • O examinador não tem que pedir pra voltar ao texto

  • porque não pode pelo menos marcar o paragrafo, para podermos voltar e ler o texto afffff

  • deveria ser anulada essa questão

  • Essa questão tem que ser excluída da página do Q...

  • nunca entenderei essa questão

  • Kkkkkkk errei